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domingo, 4 de maio de 2008

MÃE

Aquele que não consegue suportar o que é mau, não vive para saber o que é bom.

(Provérbio judeu)


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Hoje é um dia que provoca em mim sensações antagónicas. Se por um lado existe a alegria de ser mãe, por outro sinto uma enorme tristeza por já não ter a minha junto de mim.
O facto de ela já não se encontrar entre nós, bloqueia o meu raciocínio e não consigo expressar os meus sentimentos, em relação a uma das pessoas que mais contribuiu para eu ser a pessoa que sou.
Mas, para estes momentos surge sempre uma ajuda. Eu socorri-me de Miguel Torga, que tanto amou o nosso Concelho de Arganil e que conseguiu escrever, de forma poética, o que eu senti quando dela me despedi.



Mãe:


Que desgraça na vida aconteceu,
Que ficaste insensível e gelada?
Que todo o teu perfil se endureceu
Numa linha severa e desenhada?


Como as estátuas, que são gente nossa
Cansada de palavras e ternura,
Assim tu me pareces no teu leito.
Presença cinzelada em pedra dura,
que não tem coração dentro do peito.


Chamo aos gritos por ti - não me respondes.
Beijo-te as mãos e o rosto - sinto frio.
Ou és outra, ou me enganas, ou te escondes
Por detrás do terror deste vazio.


Mãe:


Abre os olhos ao menos, diz que sim!
Diz que me vês ainda, que me queres.
Que és a eterna mulher entre as mulheres.
Que nem a morte te afastou de mim!

1 comentário:

Anónimo disse...

ola Lurdes,tem um blog muito fixe,beijinhos a todas as Maes,eu ja nao tenho a minha e tenho muitas saudades dela!!!