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sexta-feira, 29 de março de 2019

União das Freguesias de Azinhal, Peva e Vale Verde: Vale Verde

Porque é fim de semana, vamos continuar no concelho de Almeida, na União das Freguesias de Azinhal, Peva e Vale Verde para conhecermos a aldeia de Valverde.
Esta é outra povoação que era sede duma antiga freguesia, extinta pela Reforma Administrativa Nacional de 2013.


Esta aldeia muito antiga, como comprovam as sepulturas antropomórficas abertas na rocha ali existentes, deve ter a sua origem num período anterior à  ocupação  romana, existindo perto  restos de um pequeno castro lusitano. 
Pela sua  situação Valverde esteve no centro de importantes lutas  ali travadas nos séculos XVIII e XIX  e durante as guerras napoleónicas. Os franceses estabeleceram os seus postos em Valverde e Aldeia Nova. 



Pertenceu ao  concelho de Pinhel até 12 Julho de 1895, sendo depois integrada no concelho de Almeida.
A organização paroquial de Valverde deve remontar ao séc. XIII, já que em 1320 a Igreja de Nossa Senhora da Graça foi taxada em quarenta libras. 
Em finais do séc. XVI, verificou-se que a igreja era pequena e não tinha retábulo. Também não era rica, tendo somente um cálice de prata de três mil réis. O cura era da apresentação do Vigário da Igreja de S. Pedro de Pinhel. Os ornamentos limitavam-se a duas vestimentas, uma de tafetá carmesim com sebastos verdes inteira e nova, outra de tripa, inteira e bem usada, um frontal de tafetá amarelo e bem velho.
Conforme o descrito o orago de Valverde é Nossa Senhora da Graça.



A igreja actual tem  arquitectura simples e é constituída por nave, capela-mor e sacristia. Os retábulos são de estilo revivalista neogótico. Uma porta dupla liga o Evangelho à Sacristia. Ao lado do púlpito está um painel de azulejo figurativo contemporâneo.

Outro Património de interesse na localidade:
- Campanário Rústico séc. XVIII
- Calvário do séc. XVIII / XIX
- Cruzeiro



Cruzeiro de traços sóbrios, em pedra, assente num único degrau em formato quadrangular, encimado por uma cruz pouco ornamentada.



Fonte e fotos da Internet.




Obrigada pela sua visita. Volte sempre.



quinta-feira, 28 de março de 2019

Arouca e Arredores

Em Arouca e nos seus arredores muito mais há para conhecer para além do que tenho descrito durante a semana. 



Do centro da vila, olhando para o alto,  avistamos uma capelinha no alto dum monte. É a capelinha de Nossa Senhora da Mó.
Este singular templo religioso ergue-se no  monte com o mesmo nome e é  um local de culto, dedicado àquela que é considerada padroeira dos campos, das colheitas e  dos animais e protectora contra as secas e as trovoadas.
De arquitectura muito peculiar, que se presume ser do Séc. XVI, tem o seu  destaque no  interior, numa escultura gótica do século XVI, representando a Virgem com o Menino.



Seguindo depois para a serra da Freita, vamos encontrar junto à aldeia da Mizarela,  uma magnífica queda de água, em que o rio Caima  se precipita duma altura de mais de 60 metros. É conhecida como a Frecha da Mizarela e é a mais alta de Portugal. 


Continuando a percorrer a serra da Freita, vamos encontrar a aldeia da Castanheira onde podemos observar um fenómeno geológico raro, que apenas existe nesta região e numa zona próxima de São Petersburgo, na Rússia. São as Pedras Parideiras.
Este fenómeno consiste numa rocha granítica, da qual, por acção da erosão, se soltam pequenos pedaços com a forma de discos biconvexos, deixando a sua forma marcada numa cavidade da rocha da qual se soltaram, dando a impressão que esta pariu uma pequena pedra.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.




quarta-feira, 27 de março de 2019

Mosteiro de Santa Maria de Arouca



O Mosteiro de Arouca foi fundado na primeira metade do século X e era habitado por um grupo de monges beneditinos de ambos os sexos. Situava-se nas proximidades do local do actual Mosteiro construído mais tarde, para receber as monjas, ficando o primitivo apenas com os elementos do sexo masculino.
O Mosteiro feminino albergava monjas de famílias com bastante poder e riqueza, como foi o caso de D. Mafalda, filha de D. Sancho I. Todas elas doaram ao Mosteiro grande parte das suas fortunas, pelo que não é de admirar a existência dum valioso espólio de peças artísticas que chegaram aos nossos dias.


A D. Mafalda deve-se também a mudança das monjas da Ordem Beneditina para a Ordem de Cister.
Em finais do século XVII o edifício foi reconstruído e ampliado e após um incêndio, sofreu novas obras, ficando com o aspecto actual.


Com a extinção da Ordens Religiosas, o Mosteiro passou para a alçada do Estado e actualmente algumas áreas estão abertas ao público que as queiram visitar. São elas a Igreja, a Capela das Freiras, o Clausto, a Sala do Capítulo, a cozinha, o refeitório e o Museu de Arte Sacra.
Eis algumas imagens:
A Cozinha




O Refeitório


A Sala do Capítulo




Museu de Arte Sacra





Igreja






Obrigada pela sua visita. Volte sempre.




terça-feira, 26 de março de 2019

Arouca

Continuo  no concelho de Arouca, cujo povoamento remonta à pré-história, como o comprovam os vestígios encontrados na região.
Foram vários os povos invasores que por ali se fixaram e deixaram as suas marcas até à fundação de Portugal, por D. Afonso Henriques. 



Em Arouca existia um pequeno Mosteiro beneditino misto, construído no século X, tendo como padroeiro  S. Pedro, que no  século XII, já se destacava pela sua riqueza 
Ainda antes da independência nacional, D. Afonso Henriques concedeu às monjas de Arouca, vários privilégios e doações que constam nas cartas de couto de 1132 e de 1143.
No início do século XIII, o Mosteiro de Arouca passou para a posse da Coroa  e,  D. Sancho I deixou-o em testamento a sua filha D. Mafalda, que com a riqueza que doou ao Mosteiro, o tornou ainda mais rico. 
Em 20 de Dezembro de 1513, o rei D. Manuel I concedeu carta de foral, formando o concelho de Arouca.
Deixando o Mosteiro, à sombra do qual a vila se desenvolveu e que será alvo do próximo post, vou partilhar mais alguns locais de interesse que conheci durante a passada semana.
Ao lado do Mosteiro, encontra-se o Pelourinho, símbolo do poder municipal, onde se aplicava a  justiça, na Idade Média.



Data da primeira metade do século XVI, mas 
em finais do século XIX  foi desmontado e levado para os  claustros do Convento, onde permaneceu até ser  restaurado e  instalado no local onde actualmente se encontra, próximo do local primitivo. 

Em frente, na Praça Brandão de Vasconcelos, situa-se mais um local de interesse, a Capela da Misericórdia.  



Foi mandada construir em 1612 e dela saía  a procissão do Senhor dos Passos em direcção ao Calvário. Em 1855,  a procissão passou a ter o nome do Senhor Morto.
A Capela de dimensões reduzidas situa-se entre dois edifícios,  tendo visíveis apenas a fachada principal e a torre sineira. O interior  é composto por um altar  simples, destacando-se os tectos   decorados com cenas bíblicas da Paixão e a nave revestida a azulejos do século XVII. 



Ao lado  da Capela, situa-se  o antigo edifício da Câmara Municipal, onde também  funcionou a cadeia comarcã. 
Este edifício tem sobre a porta da fachada principal, a pedra de armas e brasão nacional.
Junto à actual Câmara Municipal situa-se a Capela de Santo António, um templo barroco com uma bonita fachada.



No interior tem nave única, capela-mor e arco triunfal. As coberturas internas são de madeira e o tecto em caixotão.




Obrigada pela sua presença. Volte sempre!







segunda-feira, 25 de março de 2019

Passadiços do Paiva

Caminhando tranquilamente pelo Outono da vida, não há melhor que um agradável passeio para sair da rotina e do marasmo entediante das tarefas caseiras.
Foi isso que eu, o meu marido e um grupo de seniores de Odivelas fizemos na passada semana.
Há muito que ouvia amigos meus  falarem nos Passadiços do Paiva e vi também algumas imagens em  reportagens televisivas que me aguçaram o apetite para uma visita a este local, situado no concelho de Arouca. 
Não sendo um percurso fácil, 8,7 Km em terreno acidentado, subindo e descendo escadarias, foi uma experiência bastante interessante, pelo convívio, pela paisagem natural ao redor de passadiços de madeira,  na margem esquerda do rio Paiva.
Foi também um teste à minha resistência física e aos meus problemas respiratórios. 
Deste local deixo algumas imagens.












Obrigada pela sua visita. Volte sempre.



sexta-feira, 22 de março de 2019

União das Freguesias de Azinhal, Peva e Vale Verde: Peva

Porque é fim de semana, vamos prosseguir  na descoberta de algumas  povoações  do concelho de  Almeida. 
Continuamos na União das Freguesias de Azinhal, Peva e Vale Verde e vamos para Peva.
Esta povoação, antiga sede de freguesia extinta pela reforma administrativa nacional de 2013, fica situada na margem direita da ribeira das Cabras, afluente do rio Côa.


O território da antiga freguesia foi povoado desde época ancestral, como o atestam algumas sepulturas cavadas na rocha descobertas na sua área.
A primeira alusão escrita desta freguesia, surge no Cadastro da População do Reyno, de 1527, ordenado pelo Rei D. João III, que indica ter a freguesia, 49 fogos.
Peva  e a sua paróquia de Santa Maria Madalena pertenceu ao concelho de Castelo Mendo, extinto em  1855, passando a fazer parte do concelho de Sabugal. Foi anexada ao concelho de Almeida por decreto de 7 de Dezembro de 1870. 
Transitou para a Diocese da Guarda aquando da extinção da Diocese de Pinhel.





O orago de Peva é Santa Maria Madalena e a sua  Igreja Matriz data do séc. XVIII / XIX.

No património cultural e edificado de  Peva, são de referir ainda:
- o Campanário Rústico – séc. XVIII / XIX 



- as sepulturas antropomórficas
- a Cruz do Pendão 
- o cruzeiro do Ribeiro Salgueiro, do séc. XVIII / XIX. 





Obrigada pela sua presença. Volte sempre!




quinta-feira, 21 de março de 2019

Monte do Colcurinho, Nossa Senhora das Preces e nossa Senhora das Necessidades

Reza a lenda que aqui apareceu Nossa Senhora das Preces, em 1371.


Segundo Frei Agostinho de Santa Maria, um grupo de pastores  que andavam com os seus rebanhos no Monte do Colcurinho encontraram uma imagem de Nossa Senhora e logo foram contar ao padre de Aldeia das Dez. 
Este resolveu  trazê-la para a igreja paroquial, mas a imagem desapareceu e foram encontrá-la no local onde tinha aparecido no cimo do monte. Mais vezes a levaram para a igreja, mas de nada valeu porque ela regressava sempre ao local onde aparecera, acabando por convencer as pessoas que era ali que ela queria estar. Então, construíram-lhe uma pequenina ermida, no local do aparecimento. 
Como não se chegava com facilidade ao alto do monte, por ter difíceis acessos, construíram nova ermida no local onde actualmente  se ergue um dos  Santuários Marianos mais conhecidos das Beiras, no Vale de Maceira.
Entretanto, no Monte do Colcurinho passou a venerar-se Nossa Senhora das Necessidades, por muitos conhecida por Nossa Senhora do Colcurinho ou Nossa Senhora do Cabeço.



Imagem de Nossa Senhora das Necessidades



Obrigada pela sua presença. Volte sempre!




quarta-feira, 20 de março de 2019

Localidades Homónimas: Coelhosa


Mais um topónimo que se repete em duas localidades ao longo do país. Desta vez é Coelhosa.
Vamos encontrar aldeias com esta designação em dois distritos:
- No distrito de Coimbra, existe uma Coelhosa na freguesia de Alvares e concelho de Góis.



- A outra fica no distrito de Leiria e pertence à freguesia de Lagarteira e ao concelho de Ansião.





Obrigada pela sua presença. Volte sempre!



terça-feira, 19 de março de 2019

Dia do Pai

Convencionou-se que hoje, dia de São José, se festejava o Dia do Pai. Dias do Pai são todos os dias, mas seguindo a tradição,  envio ao meu, um poema de Mário Quintana e um grande beijinho, com votos de muita saúde.

A imagem pode conter: Arnaldo Filipe, a sorrir, óculos graduados


AS MÃOS DO MEU PAI

“As tuas mãos têm grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
— como são belas as tuas mãos —
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos…

Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas…


Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah, Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.

E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas…
essa chama de vida — que transcende a própria vida…
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma…”

Mário Quintana, in Esconderijos do Tempo

Obrigada pela sua presença. Volte sempre!




sexta-feira, 15 de março de 2019

União das Freguesias de Azinhal, Peva e Vale Verde: Azinhal

Porque é fim de semana, vamos continuar  a descobrir algumas  das  localidades portuguesas do concelho de  Almeida. 
Vamos conhecer um pouco duma das povoações que fazem parte da União das Freguesias de Azinhal, Peva e Vale Verde.
Hoje vamos para o Azinhal, uma antiga freguesia extinta pela reforma administrativa nacional de 2013.



Sendo o povoamento humano muito antigo como comprovam as Sepulturas Antropomórficas cavadas na rocha junto ao Calvário, desconhece-se a sua origem. 
Durante séculos pertenceu  ao concelho de Castelo Mendo aparecendo uma alusão à localidade  no foral concedido por D. Sancho II, em 1229, onde se  lê a descrição dos limites do concelho:"…e daí pelo mosteiro de Magidi e pelo falado Azinhal Formoso”.
Em  24 de Outubro de 1855, passou para  o concelho de Sabugal e, finalmente, em  7 de Dezembro de 1870, foi integrada no concelho de Almeida. 
Nos finais do séc. XVI,  o Azinhal fazia parte do arciprestado de Pinhel e da diocese de Viseu. Transitou para a Diocese da Guarda  em 30 de Setembro de 1881.
Azinhal é uma  aldeia bastante típica, onde sobressaem as construções de pedra granítica, com ruas calcetadas a cubos do mesmo material, convergindo para o largo da igreja onde o campanário, igreja matriz e uma fonte de bela traça, formam um conjunto de beleza notável.
No Azinhal viveu a família dos Sacotos, que ali tinham um solar. Esta era uma família nobre do país, da qual o mais importante foi Gonçalo Mendes Sacoto, que sendo capitão de Gafim, derrotou cinco alcaides mouros, recebendo grandes mercês de D. Manuel.


O orago da aldeia é Nossa Senhora do Rosário.
A Igreja Matriz data do séc. XVIII (Barroco)
Do património do Azinhal fazem parte ainda:

- Campanário 
 Do séc. XVIII / XIX 


- Calvário 
Do séc. XIX / XX 

- Cruzeiro
Do séc. XVIII / XIX


- Fonte de Mergulho no Largo da Igreja 
Do séc. XVIII / XIX 



- Pequenos núcleos de Arquitectura Popular residencial e agrícola

- Sepulturas Antropomórficas cavadas na rocha junto ao Calvário –  Medieval



Fonte e fotos da Internet



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