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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Toalha Bordada

Bordei esta toalha  de linho já há algum tempo. Em vez duma bainha normal, adaptei-lhe uma barra de linho verde.

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O bordado foi executado em ponto de grilhoa, com linha Perlé Âncora Nº 8, em vários tons de verde e castanho dourado.

 
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Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Homenagem à Minha Mãe

Não estive na aldeia para prestar homenagem à minha falecida mãe, como era meu desejo. No entanto, vou usar um poema da poetisa açoriana  Natália Correia, para o fazer aqui n' O Açor. Para  ilustrar vou usar um quadro que pintei, após a minha viagem à ilha de S. Miguel, com as flores que deram o nome à minha mãe, as hortenses.


Mãe infusa
Ainda estão por dizer
as púdicas confidências
do tempo em que era possível
ouvir as hortênsias.
 
No quintal de incontinente
o maracujá enlanguescia
e pedra a pedra se reconstruía
a casa infinitamente.
 
Teu rosto ainda não vagueava
na noite fria do retrato.
Em que desmemoriada candeia
derramaste oh mãe o azeite intacto?
 
Dispunhas as jóias do inverno
para a festa cálida do verão.
Por certo alguma levaste
passando-a ao fisco da morte
para que uma pérola te assinalasse
no caso que o vento espalhasse
o pólen da tua mão.
 
Eis-te todavia sem ossos
mas mais do que nunca infusa
em teu ovular desvelo
e eu carnalmente intrusa
pressinto que para tocar-te
enfermo de longos cabelos.



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Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

domingo, 28 de novembro de 2010

Convívio no Sobral Magro

Durante este fim de semana,  no Sobral Magro viveram-se momentos em que as emoções foram bastante antagónicas. Se ontem a alegria e  animação tomaram conta da minha aldeia, hoje a tristeza e saudade estiveram muito presentes no coração de todos os sobralmagrenses.

Não me vou repetir em relação ao que escrevi em posts anteriores onde manifestei o meu inconformismo por não poder estar entre  os meus conterrâneos e, de não poder ir hoje ao cemitério prestar homenagem à memória dos meus familiares já falecidos. 
Sei que tudo correu muito bem e recebi as fotografias que a  Ana Teresa me enviou que falam por si.

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Novembro 2010


Novembro 2010


Novembro 2010

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sábado, 27 de novembro de 2010

Sobremesa para o Fim de Semana

Muitas vezes ao fim de semana faço um bolo ou um doce. Desta vez fiz uma daquelas sobremesas fáceis e deliciosas que tirei duma teleculinária muito antiga.

Doce Surpresa

1 lata de leite condensado
Chocolate para culinária
1 colher de sopa de nescafé
2 dl de natas
4 ovos
4 colheres de sopa de açúcar
Palitos "La Reine" - q.b.
1 cálice de licor de café

Junte o leite condensado, as gemas e a água, retirando 3 colheres de sopa para dissolver o café.
Misture muito bem e leve a lume brando, mexendo sempre até obter uma consistência cremosa.
Coloque o creme numa taça e leve ao frigorífico durante cerca de 8 horas.
Humedeça cada palito, numa mistura de café, 3 colheres de água e o licor.
Retire o pudim do frigorífico e coloque-lhe os palitos em cima.
Bata as claras em castelo e as natas com o açúcar. Junte as natas com as claras batidas delicadamente. Deite por cima dos palitos e leve de novo ao frigorífico.
Antes de servir, decore com chocolate raspado.


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Fim de Semana

 
O fim de semana está aí e eu continuo com uma vontade enorme de sair para algum lado. Ainda por cima,  amanhã a minha aldeia vai estar em convívio  e eu estou a ficar depressiva pois é a primeira vez  que não vou estar presente.
Nos últimos tempos a Casa de Convívio sofreu obras de remodelação e está a postos para receber o grande número de sobralmagrenses que ali se vão deslocar durante o fim de semana.
 
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Com muita pena de não estar no Sobral Magro, desejo que tudo decorra em ambiente de grande alegria e confraternização e espero que, o frio anunciado para o fim de semana seja atenuado pelo calor humano dos sobralmagrenses.





Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Parabéns Agroal

 
Uma vez mais dedico o meu post a uma Comissão de Melhoramentos duma aldeia minha freguesia que festeja hoje o seu aniversário, o Agroal.
No dia 25 de Novembro de 1951,  um grupo de naturais desta bonita povoação, dos quais se destacaram os senhores António Quaresma Filipe e Cristiano Pinto da Gama, fundaram a Comissão de Melhoramentos do Agroal.
Desde então, os elementos que se têm sucedido à frente desta colectividade têm pautado a sua acção por  melhorar as condições de  vida na sua aldeia.
 
Agroal

 
Aos habitantes do Agroal e aos actuais dirigentes da sua Comissão de Melhoramentos, endereço os meus sinceros parabéns formulando votos de muito sucesso para o futuro.


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Pelos Caminhos de Portugal: Açores 2

 
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- A Ilha de S. Miguel e o Oceano -

A morfologia do terreno da ilha de S. Miguel, bem como de outras ilhas do arquipélago dos Açores, confere à ilha paisagens de rara beleza que não se resumem apenas à grande quantidade de lagoas ali existentes. Num passeio pela ilha, podemos apreciar melhor as belezas desta ilha através dos seus vários miradouros situados em locais estratégicos que nos permitem admirar vistas de locais verdadeiramente inesquecíveis.

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- Vista a partir do miradouro de Santa Iria -

 Devido ao seu clima, bastante húmido e ao seu solo de origem vulcânica, a vegetação desenvolve-se facilmente. As estradas sinuosas bem como as divisórias dos terrenos são orladas por autênticos muros floridos  com hortenses de várias cores que nascem espontaneamente e conferem à ilha um colorido de beleza ímpares. Nalguns locais aparecem com frequência as  conteiras, uma outra qualidade de plantas com bonitas flores amarelas, cujo único senão é o facto de serem infestantes.
Por toda a ilha os seus imensos pastos verdejantes são uma constante e, grandes manadas de vacas leiteiras pastam livremente, aguardando a hora da ordenha ali mesmo no pasto. O leite é uma das maiores riquezas na economia da ilha e, é sobejamente conhecido o queijo que com ele se fabrica, o famoso "queijo da ilha".

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- Pastagens -

Na ilha de São Miguel há mais duas importantes produções. O chá e o ananás.
É nesta ilha que se encontra a única plantação de chá da Europa e impõe-se uma visita a uma das duas fábricas de chá da ilha, a da Gorreana ou a de Porto Formoso.

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- Fábrica de Chá da Gorreana -
 
Célebre é também o ananás de S. Miguel que ali se produz em estufas  na Fajã de Baixo, Lagoa e Vila do Campo  e onde se podem verificar as diversas fases de desenvolvimento deste fruto tão afamado.


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- Plantação de ananás: Fajã de Baixo -




Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pelos Caminhos de Portugal: Açores1

 
Continuo hoje a folhear o álbum de fotografias da minha viagem à ilha de S. Miguel, no arquipélago dos Açores.
Outro local incontornável é a freguesia das Sete Cidades,   situada na caldeira do vulcão com o mesmo nome. Tem como padroeiro S. Nicolau, cuja igreja fica situada ao fundo duma longa  e bonita alameda rodeada de árvores de grande porte.
 
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- Alameda tendo no topo a igreja de S. Nicolau -


Esta é uma freguesia pardisíaca, toda ela envolta em misticismo. O seu nome tem origem  numa lenda sobre a existência de Sete Cidades no Atlântico e, a  sua principal lagoa, a das Sete Cidades,  é formada por duas lagoas unidas por um canal e tem uma característica  pouco comum. Dum lado as suas águas apresentam a cor verde e do outro azul.
 
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- Vista parcial da Lagoa das Sete Cidades -


Este facto deu também origem a uma bela e romântica   lenda, que transcrevi do site Guia da Cidade:
No local onde hoje se situa a bonita freguesia das Sete Cidades, existia um reino, onde habitava a bela e jovem Princesa Antília, de lindos olhos azuis. Certo dia, num passeio pelos prados maravilhosos da região, a Princesa apaixona-se por um Pastor de olhos verdes, que por ali passeava o seu rebanho.

Dias passaram, e em todos eles os dois apaixonados se encontraram no mesmo local, à sombra de uma velha árvore, cada vez mais próximos e apaixonados.
O Rei, que desejava a sua filha casada com um Principe do reino vizinho, ao tomar conhecimento da paixão que crescia, proibiu o amor da Princesa e do Pastor. Desesperada, Antília pediu o seu último encontro com o seu amor, que aconteceu no local habitual.
Enquanto falavam o seu triste destino, os dois choraram em tamanha quantidade que, dos olhos azuis da Princesa se formou a Lagoa Azul, e dos olhos verdes do Pastor, se formou a Lagoa Verde.
Conta então a lenda, que os dois foram separados, mas as suas sentidas lágrimas para sempre ficaram lado a lado, na Lagoa das Sete Cidades.
Esta freguesia é rodeada por uma zona de densa vegetação, onde as hortenses e as conteiras imperam e nos seus campos é comum verem-se grandes manadas de vacas pastando.

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- Vacas pastando - 


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

domingo, 21 de novembro de 2010

Pelos Caminhos de Portugal: Açores


Enquanto estou impossibilitada de me  aventurar para locais mais afastados, vou recordando em imagens fotográficas algumas das viagens que fiz nos últimos tempos. Ao fim deste tempo, já estou com saudades de fazer um passeio. Hoje deixo algumas fotografias não do Açor, mas sim dos Açores, mais propriamente da ilha de São Miguel.
Nesta ilha, um dos locais de visita obrigatória para quem ali se desloca,   é a freguesia das Furnas. Situada numa região  grande beleza natural, são obrigatórias  as visitas à lagoa das Furnas situada na cratera do vulcão e às caldeiras donde  brota  água a ferver.

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- Caldeiras de água sulfurosa a altas temperaturas -


É nesta zona que se   cozinha o tradicional cozido dos Açores, em que  as panelas cheias com os ingredientes próprios, são enterradas bem fechadas, no solo vulcânico para, ao fim de algumas horas, sair já completamente cozinhado e fazer as delícias dos apreciadores.

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- Parque Terra Nostra -


É também imperdível uma visita ao Parque Terra Nostra que para além do seu jardim com várias espécies de árvores e plantas centenárias, possui também  uma grande  piscina natural de água quente de cor castanha provocada pela grande quantidade de ferro que tem na sua constituição.


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- Confecção do Cozido das Furnas -

É sempre assim. Por vezes, nesta altura em que o frio se começa a fazer sentir, apetece-me  estar em casa enroladinha numa mantinha, no conforto dum sofá. Agora, que não posso deslocar-me para longe, pois o médico não acha aconselhável, tenho uma vontade louca de sair para apanhar outros ares.
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Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
 
 

sábado, 20 de novembro de 2010

Serões à Fogueira


Nas minhas leituras nos blogues que sigo habitualmente, tenho encontrado em vários deles, algumas situações  com as quais me identifico. Umas vezes  porque os gostos são semelhantes, outras porque já visitei os locais que neles são descritos e  outras porque já vivi alguns dos acontecimentos relatados. A poesia é um dos gostos que  é comum a muitos daqueles que visito. 
Já divulguei aqui uma poesia do  Luís do blog lidacoelho, onde tenho encontrado algumas  descrições de vivências muito semelhantes às das aldeias que melhor conheço. O  poema de hoje  é bem um exemplo disso.

Imagem da Net (Modificada)

Serões à Fogueira


Recordo as noites frias e chuvosas
Quando um vento agreste nos gelava.
E sentados à lareira nos aconchegávamos,
Ouvindo histórias de bruxas e gigantes,
De lobisomens, monstros e animais.
Cantávamos, riamos e tambem chorávamos.
Viamos palhaços e tantas coisas mais
E nos nossos mundos, partiamos em viagens reais.


Como foram bons esses tempos em família
Ouvindo histórias, sonhando com os nossos heróis.
Quantos dias o Pai procurava mais uns cavacos
Para avivar as chamas e o calor da fogueira,
Para nós despertármos e comermos a ceia.
Que coisas boas e reconfortantes.
Cada um com seu prato comia em silencio
Procurando ganhar e ser o primeiro.


Eu já ganhei dizia um qualquer
E logo outro acescentava eu comi primeiro.
E depois outro eu tambem quero ganhar
Levantava-se o Pai: - Meninos vamos rezar
Agradecer esta refeição a saúde e o Pão
E logo a Mãe começava uma longa oração
E todos nós iamos repetindo com o sono a pesar.
«Senhor esta orações são poucas e mal rezadas
Aceitai-as por muitas e bem rezadas»


O sono era tanto que quase caíamos
A mãe pegava no mais pequenino e a cara lhe lavava
Lhe vestia o pijama e na caminha o deitava
Depois o outro e outro tambem ensinava a cuidar-se
A roupa trocar e na cama se deitar aconchegado
Antes de nos dar as boas noites, ainda ensinava
Aquela oração ao Santo Anjo da Guarda
E assim com tanto amor adormeciamos na paz do Senhor





Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Aniversário da C. M. da Foz da Moura


Hoje, é a vez de felicitar a Comissão de Melhoramentos da Foz da Moura pelo seu 56 º aniversário.
Fundada em  1954,  como em todas as outras Comissões de Melhoramentos da minha freguesia, os seus dirigentes têm desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento da sua aldeia.


Espero que se mantenha por muitos anos na luta por melhores condições de vida e  que atraiam à sua aldeia mais moradores, evitando assim a desertificação.
Parabéns!



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Serra e os Rios

Seja nos seus cumes mais elevados seja nos seus vales  verdejantes, a serra do Açor deslumbra-nos com as suas paisagens de rara beleza.
Nos seus pontos mais elevados a vista espraia-se por uma imensidão de  montes e montanhas com seus vales profundos.
Entre a serra da Estrela, e a serra da Lousã, com elas  forma um maciço montanhoso onde   se espalham numerosas aldeias em que o granito e o xisto predominam e onde,   para se poder subsistir, os nossos antepassados tiveram que adaptar as encostas íngremes à agricultura, com a construção dos socalcos, tão típicos desta região.
 
Mour  

- A Mourísia com os seus socalcos -


Pelos vales estreitos  serpenteiam os rios Alva e Ceira bem como numerosas ribeiras que os alimentam.
O rio Alva, nascido na serra da Estrela, corre por entre esta serra e a serra do Açor, formando um vale onde a vegetação luxuriante que tem resistido  aos incêndios nos presenteia com uma mancha florestal de grande beleza  e nos oferece aqui e além algumas praias fluviais que fazem as delícias dos turistas em época de calor.

Barril do Alva
 
- O Rio Alva no Barril do Alva -
 
O rio Ceira, nascendo bem perto da aldeia histórica do Piódão, corre também entre duas serras: a do Açor e a da Lousã. Oferece-nos igualmente, ao longo do seu percurso, uma bela  paisagem tanto atravessando pequenas aldeias como no seu percurso sinuoso por entre as encostas rochosas da serra.
Ponte de Fajo

- O rio Ceira cruzando a povoação de Ponte de Fajão -




Obrigada pela sua visita. Volte sempre.



 

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Toalhinha da Xana

Em período de convalescença, tenho aumentado a minha produção de artesanato mais concretamente nos bordados e rendinhas.
Hoje terminei o picô em volta duma pequena toalhinha que a minha filha bordou em ponto de cruz.




O picô deu-lhe um acabamento mais perfeito, aumentando-lhe um pouco o tamanho.
O resultado foi bonito mas as fotografias, um pouco desfocadas não dão a noção do efeito.


Eu gostei do resultado e a Xana também.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O Soito da Ruiva no "Notícias de Pomares"

 
Ao longo da existência do meu blog, várias vezes aqui tenho escrito sobre o Soito da Ruiva e suas gentes. Já deu para perceber o quanto admiro o amor que os naturais daquela aldeia têm pela sua terra e o que fazem para não  deixar cair no esquecimento as suas tradições. Uma aldeia humilde esquecida durante muitos anos numa das encostas da serra do Açor está aos poucos a passar para a ribalta da sua freguesia, concelho e até na região onde a maioria dos seus elementos habita durante a maior parte do ano. Isto deve-se à união e ao espírito incansável dos seus naturais e descendentes. Mas, esse espírito laborioso e determinado está-lhes nos genes e, é disso prova a notícia que recuperei do extinto Notícias de Pomares de Junho de 1960.
 
O povo costuma dizer duma boa cepa sai sempre um bom vinho e, no caso do Soito da Ruiva, o ditado popular aplica-se na perfeição.
É com este exemplo que, este povo vai lutando para que a sua aldeia evolua e saia do anonimato.
Um bom exemplo para todas as aldeias em vias de extinção.
 
Soito da Ruiva  
 
 
 
 
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Viagens de Combóio


 
O dia amanheceu ensolarado o que me entusiasmou, pois tinha que ir a Lisboa. Como em muitas outras deslocações que faço à minha cidade não levei o automóvel, para evitar as filas de trânsito. Por isso, um sol agradável como o de hoje deu bastante jeito neste outono.
Desta vez, de entre as várias hipóteses que tenho para me deslocar para Lisboa, escolhi o combóio como meio de transporte.


Sentada numa moderna e confortável carruagem da Fertagus, olhando através da vidraça lembrei-me da das viagens de  combóio que  fazia em pequena, quando ia para a aldeia.   
E as recordações dum passado longínquo passaram pela minha cabeça. Então, como que num sonho, voltei a criança.
Já várias vezes referi que todos os anos eu passava a maior parte do Verão no Sobral Magro com os meus avós. Quando o meu pai não se podia ausentar da pastelaria, eu fazia a viagem  com o meu tio José Mendes, um tio muito querido de quem gostava muito mas que partiu muito cedo, deixando uma enorme saudade. Ele gostava de fazer a viagem  durante a noite, pois apanhávamos o combóio-correio  que seguia de Lisboa para o Porto,  na estação de Santa Apolónia, por volta da meia noite. Seguíamos na carruagem de Serpins,  a última do combóio que, em  Coimbra, era separada  e ligada a um outro  que seguia para a Lousã. Ali  apanhávamos  a camioneta para a Vide e saíamos em Avô, fazendo  o restante percurso  de táxi e a pé, chegando à aldeia de manhãzinha.
Lembro-me bem  duma das minhas primeiras viagens.
A carruagem era antiga e pouco confortável com bancos de madeira. O meu tio procurava que eu me sentasse junto à janela. Apesar do percurso ser feito durante a noite, ele achava que  ali eu me podia distrair mais. A carruagem enchia-se de pessoas e eu olhava para elas carregadas com malas, cestos e garrafões que arrumavam na prateleira sobre os bancos. Alguns homens traziam também violas, concertinas e outros instrumentos, o que me levava a pensar que iam para alguma festa, talvez como as que aconteciam na minha aldeia.
Após um sonoro apito, o combóio partia. Apesar de ser de noite, eu olhava lá para fora.  As luzes das povoações por onde passávamos sucediam-se e parecia que fugiam do combóio, alternando com o escuro da noite.
A viagem era longa e, ao fim dum tempo, algumas pessoas começavam a movimentar-se, ao mesmo tempo que um cheiro a comida inundava a carruagem. Puxavam dos cestos  e,  do seu interior, saiam garrafas e sacas de pano donde tiravam pão, nacos de presunto, chouriço, bacalhau frito e outros alimentos, que  comiam com  avidez intervalando com alguns golos de vinho que bebiam pela própria garrafa.
Eu observava-os completamente espantada e, enquanto a carruagem balançava, o combóio seguia o seu percurso e eu acabava por ser vencida  pelo sono.
Dormia pouco, porque depois de "bem comidos  e bem bebidos" havia sempre quem agarrasse nos instrumentos e iniciasse uma tocadeira, que acabaria por animar os passageiros durante o resto da viagem, tirando o sono aos mais sonolentos e cansados.
E era assim, entre comes e bebes, tocadeiras e cantorias  que chegávamos já de madrugada à estação da Lousã, onde abandonávamos o combóio para prosseguirmos a nossa viagem de camioneta.



A música que se ouvia hoje, no combóio onde eu seguia confortavelmente sentada  era outra, mas nos meus ouvidos ecoava ainda o som das concertinas e violas, que abrilhantavam as doces memórias da minha infância.

Fotos: Tiradas da Net


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
 
 

domingo, 14 de novembro de 2010

Sorgaçosa

 
O post de hoje é merecidamente dedicado  à Sorgaçosa, uma aldeia da minha freguesia que hoje está de parabéns.  Foi a 14 de Novembro de 1947, que  um grupo de naturais e amigos da Sorgaçosa fundou a sua Comissão de Melhoramentos.
A partir de então, a vida dos seus habitantes foi-se alterando e aproximando do progresso. Vários melhoramentos foram construídos devido à dinâmica dos elementos que foram fazendo parte dos seus corpos gerentes.

- Um dos almoços comemorativos do aniversário
da Comissão de Melhoramentos da Sorgaçosa -
(Foto: Lena Afonso)


Hoje, a Sorgaçosa está dotada das infraestruturas básicas e possui uma piscina, única na freguesia, que faz as delícias de todos os  que passam férias na aldeia ou por ela passam.
Uma vez mais, os meus parabéns para os sorgaçosenses e votos para que não lhes faltem as forças para continuarem a lutar pelo progresso e  união da sua aldeia.

 
 

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.



sábado, 13 de novembro de 2010

Jantar de Sobralmagrenses

As novas tecnologias têm vindo a tomar conta de todos nós. As aldeias da minha serra têm, aos poucos aderido e uma grande parte delas têm já as suas páginas na net.  No Facebook marcam também presença e foi através desta rede social que recebi há dias um convite para participar num jantar/convívio organizado por sobralmagrenses pertencentes a uma faixa etária mais jovem de Sobral Magro, a realizar no passado Sábado, dia 6.
No entanto,  devido à intervenção cirúrgica a que fui sujeita não pude estar presente, mas  a minha filha esteve lá e  transmitiu-me algumas impressões sobre o evento. 
O jantar decorreu em ambiente de convívio bastante agradável e divertido e dele surgiu a ideia de se organizar uma festa de Passagem do Ano. Como alguns  elementos do grupo estiveram presentes na última passagem do ano na aldeia e gostaram bastante,  pensaram em voltar a repetir a experiência.
Todos se mostraram receptivos e motivados  com a  ideia. Resolveram que, cada um levará comida para compor a mesa da refeição  e todos passarão a noite  na Casa de Convívio. Até lá vão combinando o que cada um fará para não correrem o risco de levarem  a mesma coisa, esperando a adesão do maior número de sobralmagrenses possível, para  iniciar o novo ano num ambiente de amizade, união e muita alegria.
Logo que souber mais notícias farei  a sua divulgação, adiantando desde já que é a Dalila Bento quem tem estado à frente desta iniciativa.
Até lá ficam as fotos do jantar.







Obrigada pela sua visita. Volte sempre.