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sábado, 31 de outubro de 2009

Halloween

Crenças devidem as pessoas. Dúvidas as unem.
(Peter Ustinov)





Tinha acabado de me sentar, após ter arrumado a cozinha do jantar, quando me tocaram à porta. Fui surpreendida por um grupo de crianças gritando:
"Gostosuras ou travessuras"
Lá consegui arranjar uns bolinhos e uns rebuçados que lhes dei e eles partiram em grande algazarra em direcção a outra casa.
Noite de Halloween é assim. Aos poucos esta tradição anglo-saxónica vai ganhando raízes no nosso país, substituindo o tradicional o pão por Deus.
É a globalização que toma conta de nós e nos faz perder as nossas tradições.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.




sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Pudim de Castanhas

A gula é um vício que nunca acaba, e é aquele vício que cresce sempre, quanto mais o homem envelhece.
(Carlo Goldoni)




Há tempos que não faço uma sobremesa, pois evito-as o mais possível. Mesmo assim, já é o que se vê: gordinha e anafada. No entanto, com o fim de semana à porta e com a visita dos filhos, da nora e da Leonor, estive a pensar que uma sobremesa não podia faltar em cima da mesa. Pensei que a fruta seria sempre uma alternativa ( a mais saudável). Mas que diabo. Um dia na semana não fará mal. A gula venceu.
Estamos em época de castanhas e, há algum tempo atrás, vi uma receita dum pudim de castanhas numa revista que comprei. Como não me lembrei onde a tinha colocado, vim para a internet pesquisar.
Encontrei a receita no blog da VÓ MINDOCA em http://vomindoca.blogspot.com/ e deixo-vo-la aqui.
PUDIM DE CASTANHAS

Ingredientes:
2 xícaras de chá de puré de castanhas cozidas
1 lata de leite condensado
1 lata (medida) de leite
1 colher de café de canela
5 gemas
3 ovos
125 g de açúcar para a calda

Modo de preparo:
Com o açúcar prepare um caramelo claro e forre com ele o interior de uma forma.
No liquidificador bata o leite condensado com o puré de castanhas, o leite, a canela, os ovos e as gemas, e deite na forma.
Leve a cozer, cerca de 40 minutos em forno médio, verifique se está cozido espetando um palito, retire e deixe esfriar.


O aspecto da imagem fez com que me resolvesse. Espero que gostem. Bom Proveito.

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Convívio em Sobral Magro

O bem-estar na vida obtém-se com o aperfeiçoamento da convivência entre os homens.
(Textos Judaicos)




A Comissão de Melhoramentos de Sobral Magro vai realizar o seu habitual Almoço - Convívio no próximo dia 28 de Novembro.
O Programa será o seguinte:

ALMOÇO-CONVÍVIO
EM SOBRAL MAGRO
28-11-09

PROGRAMA

13h - Almoço Convívio :
- Chouriço assado
- Porco no Espeto
- Arroz de feijão
- Sobremesa *
- Bebidas
- Café e Digestivo
15 h - Actuação do Grupo de Cantares do Alva e do Açor
17 h – Lanche ajantarado
- Caldo Verde
- Bifanas
- Castanhas Assadas

* A Direcção pede a cada família que leve um doce ou um bolo para compor uma mesa, de onde serão servidas as sobremesas.

A exemplo dos anos anteriores, no dia 29 realizar-se-á a Missa, seguida de Romagem ao Cemitério.

O preço será de 15,00 € por pessoa.

As inscrições podem ser feitas para:
João de Carvalho:
Tel. -218862746
Agostinho Dias:
Tel.- 936186060
M. de Lourdes:
Tel. – 964446419
ou 212123798


Contamos com a presença do maior número de associados e amigos neste convívio, que é indispensável para que este evento seja um sucesso e será uma oportunidade para nos juntarmos, confraternizarmos e mostrar aos novos elementos da Comissão que estamos com eles.




Obrigada pela sua visita. Volte sempre.




quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Prémio VIP

Não permita que nada se estrague, você inclusive, preencha a todos com felicidade, a também, que isso é o bom.

(Bertolt Brecht)






Uma vez mais, a amiga Dulce Costa do Em-Prosa-e-em-Verso, contemplou-me com um prémio. Desta vez considerou o Açor, um blog VIP.
Sinto-me muito honrada e com uma responsabilidade acrescida que vou tentar não desmerecer.
De seguida, vou-o colocar no meu cantinho, junto com todos os outros.
Muito obrigada Dulce, pela gentileza.


Agora cumpre-me seguir as regras e indicar doze blogs, para receberem também esse prémio.


















Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Em Prosa e Verso

O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
(Fernando Pessoa)

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Hoje vou escrever sobre alguém que conheci através do mundo virtual há uns meses atrás. Chama-se Dulce e entrou no meu mundo através do Açor, comentando um post. Fui ver quem era a autora do simpático comentário e deparei com um blog de nome Em Prosa e Verso. Li o post do dia e depois o anterior, o anterior, o anterior, etc., etc..
A cada post que lia, encontrava sempre alguma coisa com a qual me identificava e, cheguei à conclusão que temos alguns gostos e parte do percurso de vida idênticos.
A partir de então, fiquei visita diária do Em Prosa e Verso que faz hoje um ano de existência e que recomendo a todos uma visita em: http://em-prosa-e-verso.blogspot.com/.


Agora, vou fazer uma viagem virtual até ao Brasil para, com a amiga Dulce, comemorar o aniversário do seu lindo blog e, vou levar também um presente: uma flor muito especial do meu jardim que tem o mesmo nome que tinha a minha mãe.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A Caça


Sede como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas.


(Victor Hugo)








Outono é também tempo de caça.
Antigamente a serra do Açor era povoada por animais de caça em abundância. Em Outubro, era normal verem-se grupos de caçadores devidamente equipados, acompanhados pelos seus cães, subirem as encostas da serra em busca de coelhos bravos, perdizes e lebres.
Quando chegavam com os animais caçados pendurados à cintura, era grande a algazarra provocada pela alegria dos cães entusiasmados com a caçada.

- Caçador (José Mendes) com os cães e os coelhos-

Com o passar dos anos, os animais de caça foram escasseando e, por se encontrarem em perigo de extinção, foram aplicadas novas regras, e criadas reservas, tendo por fim proteger as espécies.

Hoje em dia, os caçadores da região passam dias percorrendo a serra e, a maior parte das vezes, não caçam qualquer animal.
Há dias, quando estive no Sobral Magro, andava o meu pai à caça e eu tive que me deslocar a Avô. Na estrada entre o Sobral Magro e o Agroal, avistei um grupo perdizes. Abrandei a marcha e pude observá-las saltitando e correndo na berma até que levantaram vôo.


- Três das perdizes no Vale das Videiras, na berma da estrada -

Pessoalmente, este desporto não me entusiasma nada, no entanto o meu pai é caçador. Escusado será dizer que, houve uma grande risada quando o meu pai chegou a casa sem qualquer animal e eu lhe mostrei a fotografia com as perdizes, que eu tirei ali tão perto.






Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sábado, 24 de outubro de 2009

Outono

Outono é outra primavera, cada folha uma flor.
(Albert Camus)





O Outono já está instalado em Portugal. A serra do Açor prepara-se para o Inverno, frio e agreste que nos acompanhará até à chegada da Primavera.
Nos dias que permaneci no Sobral Magro, as manhãs começavam assim:





- No Sobral Magro -

As noites já frescas aconselhavam a permanecer em casa, na companhia dum livro enroscada num cobertor quentinho.



- Em Pomares -
A propósito, um poema de Antero de Quental, extraído dum desses livros.



Voz de Outono


Ouve tu, meu cansado coração,
O que te diz a voz da Natureza:
— «Mais te valera, nú e sem defesa,
Ter nascido em aspérrima soidão,


Ter gemido, ainda infante, sobre o chão
Frio e cruel da mais cruel deveza,
Do que embalar-te a Fada da Beleza,
Como embalou, no berço da Ilusão!


Mais valera à tua alma visionária
Silenciosa e triste ter passado
Por entre o mundo hostil e a turba vária,
(Sem ver uma só flor, das mil, que amaste)
Com ódio e raiva e dor... que ter sonhado
Os sonhos ideais que tu sonhaste!»



— Antero de Quental, in "Sonetos"



- Em Avô -


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Feira da Castanha

A natureza delicia-se na comida mais simples. Todos os animais, exceto o homem, comem um só prato.
(Joseph Addison)

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Mais uma vez se vai realizar a habitual Feira da Castanha na povoação do Vale de Maceira, da freguesia de Aldeia das Dez, nos dias 24 e 25 de Outuro.
Esta vai ser a oitava edição desta mostra gastronómica e etnográfica da Beira Serra, que terá como rainha a castanha.
O programa será o seguinte:




Esta festa tem tido grande sucesso nas últimas edições e espero que a população das aldeias tanto da freguesia de Aldeia das Dez, como das freguesias vizinhas, acorram ao local e participem neste evento dando assim maior movimento à serra do Açor.





Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Menos um Habitante no Sobral Magro

Os mortos são apenas invisíveis, mas não ausentes.
(Leonardo Boff)





As nossas aldeias estão cada vez mais despovoadas. Desta vez foi o Porfírio que nos deixou.
Faleceu ontem e foi hoje o seu funeral, sendo cremado no cemitério do Alto de S. João. Não sendo natural do Sobral Magro, foi para ali viver há bastantes anos e por ali permaneceu até adoecer e ter que voltar para Lisboa.
Imagens como esta não se voltarão a repetir.




Que a sua alma descanse em paz.
À família enlutada apresento as minhas sinceras condolências.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

Magustos





Comer e beber mantêm a alma e o corpo juntos.
(Heinrich Böll)


Antigamente, nas regiões do interior, tudo era pretexto para as pessoas se juntarem e se divertirem.
Após as colheitas e vindimas, em que o trabalho era intenso, chegava a época das castanhas. Quem tinha castanheiros, assava as castanhas nas lareiras de suas casas, umas vezes nas brasas da fogueira, outras usando um assador improvisado, furando um tacho velho ou uma lata. Na rua juntavam-se algumas pessoas para fazeremos magustos, isto é: assavam-se as castanhas numa fogueira feita com a caruma seca dos pinheiros. A acompanhar as castanhas, para não ficar embuchado e ajudar à festa, bebia-se água-pé, vinho, ou jeropiga.




Nestes magustos, as pessoas divertiam-se não só comendo as castanhas, como enfarruscando-se uns aos outros. Muitas vezes, os rapazes aproveitavam para se aproximarem mais das raparigas casadoiras pois nessa época, só em ocasiões festivas isso era possível.
Nas regiões urbanas, nesta altura do ano, era frequente encontrar-se o homem das castanhas, junto ao seu carrinho equipado com um fogareiro e um assador. As castanhas assavam enquanto ele apregoava:
"Quem quer quentes e boas?"
De vez em quando os transeuntes aproximavam-se com uma moeda na mão, que trocavam por um cartucho feito duma folha de jornal, cheio com castanhas quentinhas.



(Imagens Google, foto de José Gomes)

Hoje em dia, ainda se podem encontrar alguns vendedores ambulantes nas zonas mais movimentadas das cidades, em casa assam-se as castanhas no fogão a gás , em assadores de barro e, nas zonas rurais em datas especiais, ainda se fazem magustos, recordando os tempos passados.


- O meu assador de castanhas -










Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Castanhas-Magustos


A gula começa quando deixamos de ter fome.
( Alphonse Daudet )

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Durante o Verão, os castanheiros junto à capela do Sobral Magro, apresentavam-se carregados de ouriços, dando para antever um Outono fértil em castanhas.
Castanhas que cozidas, assadas, quentinhas fazem as delícias de todos os que gostam deste fruto.
Nos últimos dias que passei na aldeia, já se viam alguns ouriços caídos no chão e, um grupo mais animado resolveu fazer o primeiro magusto da época.

Aqui ficam as fotografias.






Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Medronhos


Além das aptidões e das qualidades herdadas, é a tradição que faz de nós aquilo que somos.
( Albert Einstein )








Sabemos que actualmente este tipo de bebidas só deve ser fabricada nas destilarias credenciadas, no entanto todos sabemos que aqui e além ainda há quem quem as produza de forma artesanal, para gasto próprio. Afinal tantas restrições só vão contribuir para a extinção dos nossos produtos artesanais tão apreciados por portugueses e estrangeiros. É o caso da aguardente de bagaço da região da serra do Açor, sobre a qual escrevi no meu último post. Para além desta, há outras qualidades de agurdente muito aprecidas nesta região, como são os casos da aguardente de medronho e da aguardente de mel.
Ao longo da estrada que liga Pomares ao Sobral Magro, junto do Vale do Torno, podemos observar os medronheiros, uns que resistiram aos incêndios e outros que renasceram das cinzas. Há dias quando passei uns tempos no Sobral Magro, ainda pude observar os medronhos nas árvores, dando a entender que a aguardente de medronho já não se fabrica como antigamente.



A proibição de se fazer aguardente nos alambiques artesanais , o envelhecimento e desertificação da região, vão fazer com que os frutos sequem nas árvores, em vez de estarem transformados em líquido dentro de garrafas e garrafões, nas adegas dos habitantes das aldeias serranas.







Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Vindimas III


 
O vinho que se bebe com medida jamais foi causa de dano algum.
(Miguel Cervantes)
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Depois de algum tempo de fermentação, o mosto já transformado em vinho (novo) é distribuído pelos pipos onde vai ficar até atingir o ponto ideal para se beber, o que acontece mais ou menos por altura do S. Martinho. Daí o ditado popular que nos diz: "Em dia de S. Martinho, vai á adega e prova o vinho."
O cardaço (bagaço das uvas) junta-se para levar para uma destilaria para fazer a aguardente de bagaço.


- O bagaço das uvas -

Antigamente, este trabalho era feito de forma artesanal em alambiques existentes nas aldeias. Todas as famílias faziam aguardente para uso doméstico e para dar aos amigos. Passavam dias e noites nos alambiques, colocando lenha na fogueira e controlando a intensidade do calor, mudando a água do tanque à medida que vai aquecendo, substituindo o bagaço, provando a aguardente,...


- Um alambique artesanal -
Era com essa aguardente que, muitas vezes, os homens matavam o bicho logo de manhã, antes de começarem um árduo dia de trabalho, ou faziam os famosos champorriões misturando-a com mel, com os quais tratavam uma constipação nos dias frios de Inverno.
Outros tempos...

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

As Vindimas II

Os vinhos são como os homens: com o tempo, os maus azedam e os bons apuram.
(Cícero)

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Depois dos pipos preparados, é chegada a altura de se cortarem as uvas. Antigamente este era um serviço trabalhoso, mas também muito alegre. As pessoas juntavam-se e ajudavam-se mutuamente. Sob um sol, por vezes escaldante, por entre conversa animada e alegres cantorias, o trabalho surdia mais e tornava-se menos duro.
As uvas eram colocadas em cestas e eram transportadas para as adegas e lagares. Actualmente já se usam também, alguidares ou baldes de plástico.


- Uvas transportadas em cestas -

- Uvas transportadas em baldes de plástico reutilizados -
Nas adegas e lagares procedia-se à esmaga das uvas. Actualmente, este trabalho é realizado em esmagadores ou em prensas, onde são colocadas as uvas que depois são esmagadas.



- Um esmagador sobre uma dorna -


- O vinho a sair, resultante da prensagem das uvas -

Antigamente as uvas eram depositadas em dornas e em celhas onde os homens descalços, as pisavam até separarem o sumo (mosto) dos caules e casca dos bagos das uvas. Desta forma, era produzido vinho sem o tanino que se forma nos processos mecânicos.


- Mexendo o mosto -


Em qualquer dos casos, ficava tudo depois a fermentar durante mais ou menos 3 dias.



- A dorna após a pisa das uvas -






Obrigada pela sua visita. Volte sempre.