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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Porque É Fim de Semana: Mesquitela

Porque é fim de semana, vamos prosseguir na descoberta do concelho de Celorico da Beira numa nova freguesia: Mesquitela.




Mesquitela deve ser uma localidade muito antiga, tendo, possivelmente, a sua origem no tempo da ocupação árabe, como sugere o seu topónimo (Mesquitela designava uma pequena mesquita).
Em 1664, D, João IV concedeu-lhe foral, elevou a aldeia à categoria de vila e sede de concelho, constituído por uma única freguesia. 



Pouco tempo depois , passou a freguesia sendo integrada no concelho de Linhares.
Em 1885, com a extinção do concelho de Linhares, foi agregada ao  de Celorico da Beira.
Da actual freguesia, fazem parte ainda as aldeias de Carvalheda, Vale da Ribeira e Mogadouro.

O orago da Mesquitela é Nossa Senhora do Rosário.
Nesta povoação existem ainda duas capelas: a Capela de São João e a  Capela  de São António.



Dos pontos de interesse de Mesquitela, destaco ainda:  
- A ponte romana 



Esta ponte sobre a ribeira de Linhares tem gravada numa pedra a data de  1771.



- Penedo João Pires


- Solar dos Cerveiras



Este edifício data do século XVI. Durante os séculos   XVIII e XIX, sofreu algumas alterações. 
Actualmente é uma casa de turismo rural.


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quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Só Imagens

Santana - Madeira




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terça-feira, 25 de setembro de 2018

Bolo Fácil


Ingredientes
4 ovos
2 chávenas de açúcar
2 chávenas de farinha de trigo
1 colher de sopa de fermento em pó
1 chávena de leite fervente


Preparação
Bata as claras em neve, sem parar de bater junte as gemas, depois o açúcar e a farinha de trigo.
Quando a massa estiver bem homogénea, acrescente o fermento.
Por último coloque o leite fervente aos poucos para evitar que fique espirrando.


Coloque a massa numa forma (eu gosto dessa redonda com furo no meio) untada com margarina e leve ao forno pré-aquecido por cerca de 30 minutos ou até dourar.


Depois de pronto e frio, desenforme e fure todo o bolo com um garfo

Aqueça meio copo de leite com meia colher de açúcar e deite por cima de todo o bolo.





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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Serra d' El-Rei - Peniche

Serra d’El-Rei é mais uma freguesia do concelho de Peniche, onde    Gualdim Pais, lendário Mestre dos Templários, mandou construir um porto.


A povoação data do século XIV e era conhecida  por Serra da Pescaria, ou Serra a par d' Atouguia.  O actual topónimo deve-se ao facto da aldeia ter sido  palco dos amores do rei D. Pedro e Dona Inês de Castro.
Até 1839 pertenceu ao concelho de Atouguia da Baleia e em 1852 passou para o de Peniche. Foi elevada a vila em 1 de Julho de 2003.

O orago da freguesia é São Sebastião. 


A Igreja data do séc. XVI e tem características do estilo maneirista.

Apresenta uma planta longitudinal, com uma só nave. A  fachada tem um portal em arco, encimado por uma janela. Tem torre sineira do lado direito.
O interior tem  as paredes são revestidas de painéis de azulejos setecentistas, representando episódios da vida do Santo. O altar-mor de talha dourada mostra as imagens dos Santos Sebastião e Caetano e do Arcanjo Gabriel.
Do património da vila, faz ainda parte o Paço de D. Pedro I.



Fundado por D. Pedro I, foi o Palácio Real de D. Duarte. Destacam-se no palácio as numerosas janelas e portas com decoração manuelina.





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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Porque É Fim de Semana: Maçal do Chão

Porque É Fim de Semana vamos continuar a descobrir o concelho de Celorico da Beira e vamos para uma nova freguesia: Maçal do Chão.



A origem desta freguesia composta por  um só lugar, perde-se nos tempos. Sabe-se que os romanos aqui fizeram a extracção de  estanho, mas também  os lusitanos tiveram a mesma actividade.
Na época da reconquista, Maçal do Chão era comenda da Ordem do Hospital, mais tarde de Malta, conforme é aludido nas Inquirições de D. Dinis da Beira e Além-Douro, que rezam assim: “A aldeia a que chamam Maçal que foi D. Sancha ao hospital (Ordem do Hospital e depois de Malta) e dela fez Honra ora, no tempo deste Rei o mestre (do Hospital) D. João Durães”.
Durante as Invasões Francesas, as tropas napoleónicas ocuparam a Freguesia, espalharam o pânico e a tragédia por tudo quanto era sítio. Pilharam, incendiaram, destruíram e chegaram mesmo a matar alguns dos seus habitantes, que se tentaram opor aos seus actos infames. Apenas a igreja foi poupada, segundo a crença popular, devido a existir na o seu interior uma imagem de São Luís,que foi rei de França e que participou na 7ª Cruzada contra os Infiéis. 
Em 10 de Agosto  de 1882, a família real viajou no  primeiro comboio da linha da Beira Alta, passando na aldeia  onde existe um apeadeiro, hoje desactivado.
Uma das figuras mais importantes da Freguesia é  Augusto  Gil. Embora ali não  tenha nascido, era a aldeia natal de sua mãe e ali vinha passar grandes temporadas sempre que podia. 


O orago desta povoação é  Santo Estêvão.
A Igreja Paroquial é muito antiga e foi integrada no património da Ordem do Hospital, na época da Reconquista Cristã.
Por pertencer à referida Ordem  a Igreja de Maçal do Chão não foi taxada em 1321, ao invés do que aconteceu com  quase todas as Igrejas de Celorico, pois só tinham este benefício as Igrejas da Ordem do Hospital. 
O seu  interior é rico em talha dourada e possui os seguintes Santos: Santo Estêvão, São Luís, Senhora de Fátima, Sagrado Coração de Jesus, Senhora das Dores, Mártir São Sebastião, Senhora da Conceição, Senhora do Rosário, Senhora da Paz, São José, Santo António e Menino Jesus.



Em 1916, o campanário da igreja  foi substituído por uma Torre, separada da Igreja.
Para além da Igreja Matriz, existem ainda outro local na aldeia.

- Capela de S. Brás


Situada no cimo da povoação, alberga as  imagens de  São Brás, São Bento e São Domingos.





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quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Ferrel - Peniche

Ferrel é outra freguesia do concelho de Peniche.


Em 1976, a população de Ferrel levantou-se em protesto contra a instalação duma  central nuclear na região (no Pico da Mota), sendo o início da luta contra a opção pela energia nuclear em Portugal.
Próximo fica a praia do Baleal, um local de eleição para os veraneantes que desfrutam das suas águas em época de veraneio.


Em 2011, a Assembleia da República aprovou, a elevação  de Ferrel à categoria de Vila.
O orago de Ferrel é Nossa Senhora da Guia.
A Capela de Nossa Senhora da Guia tem características maneiristas e data  dos finais do século XVII, embora ao longo dos tempos tenha sido alvo de  várias intervenções.
A fachada principal possui portal e janela rectangulares, encimados por singela empena contracurvada, decorada com pináculos.
O interior tem nave única, com cobertura de madeira. Destacam-se o retábulo do altar-mor e dois altares laterais em talha dourada, de estilo nacional.


O templo é rodeado  por um adro, tendo um cruzeiro fronteiro e jardim. 
Capela de Ferrel foi considerada Imóvel de Interesse Público, em 1993.
Na península do Baleal, existe ainda uma pequena ermida dedicada a Santo Estêvão.
Este pequeno templo foi construído numa rocha no século XVI ou XVII. Tem uma fachada simples e o interior tem uma só nave.




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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Atouguia da Baleia - Peniche

Atouguia da Baleia é uma das freguesias do concelho de Peniche.


No século XII, a região onde se situa Atouguia da Baleia era conhecida por Tauria, nome que está ligado ao elevado número de touros selvagens ali existentes. Com o tempo, do nome Taurus derivou para Touguia que originou Atouguia. Baleia foi acrescentado mais tarde, sendo   o primeiro documento com o topónimo completo datado de 1507, escrevendo-se na época "Atouguia da Baleea". 
Em reconhecimento da ajuda prestada na conquista de Lisboa aos Mouros, pelos cruzados Guilherme e Roberto de Corni, D. Afonso Henriques concedeu-lhes as terras de Tauria. Em 1167, concedeu o primeiro foral à povoação, sendo depois renovado em 1218 e em 1510.


Em 1373, no reinado de D. Fernando foram realizadas cortes gerais na vila de Atouguia, e em 1448, D. Afonso V concede a Álvaro  de Ataíde o título de primeiro Conde de Atouguia, como recompensa pelos bons serviços prestados ao reino.
Na época, Peniche era uma ilha. A Tauria ficava junto ao mar e tinha um porto de mar bastante movimentado. Devido  ao assoreamento da costa, perdeu a sua actividade, que passou para o porto de Peniche.
Em 1836, por proposta do Ministro Passos Manuel e decreto da Rainha D. Maria II, é extinto o concelho de Atouguia da Baleia, que passou a ser uma freguesia do concelho de Peniche.


O orago da vila é São Leonardo.
A igreja matriz data do século XII e é a mais antiga do concelho.
Na fachada  tem uma  porta gótica encimada por capitéis com representações de seres mitológicos. 
O interior está dividido em três naves, sendo a central maior que as laterais.
Na capela  mor destacam-se vários  retábulos e pinturas do século XVI e  o túmulo de Dom Álvaro Gonçalves de Ataíde,  primeiro conde de Atouguia. 
A pia baptismal é de 1562.
Uma das capelas laterais é decorada com azulejos do século XVII e junto dela existe um baixo-relevo em calcário branco, do século XIV, representando a Natividade. 

Para além da Igreja Matriz, existem outros locais  dignos de visita  em Atouguia da Baleia:

- Igreja de Nossa Senhora da Conceição



Esta igreja data de 1698. Tem características dos estilos maneirista e barroco é composta por nave, capela-mor, duas sacristias com átrio, dois torreões de planta quadrada  e alpendres com colunas a rodear a nave. 
No interior destacam-se o coro alto, sobre colunas de madeira  imitando o mármore, dois púlpitos, com base em mármore,  dois altares laterais com retábulos em talha policromada. A separar a nave da capela-mor existe um arco triunfal de volta perfeita. 
A capela-mor é  forrada a mármore, com excepção de dois magníficos  medalhões em pintura mural. A imagem da padroeira encontra-se sob um dossel de talha dourada e vidro.

- Castelo


Não se sabe ao certo a data da construção do Castelo de Atouguia da Baleia, mas há registos da sua existência desde o final do século XII.

A sua construção deve-se ao facto de, naquela época, a povoação ser sede de concelho e a mais importante da zona.

Do antigo castelo, restam apenas um recinto amuralhado, sendo o elemento mais significativo, a Torre de Menagem disposta num plano saliente em relação à restante muralha. 

- Fonte de Nossa Senhora da Conceição


Esta fonte, também conhecida por Fonte Gótica, ou Fonte dos Gafos foi construída, provavelmente, no Século XIV e localiza-se perto da Igreja de Nossa Senhora da Conceição. 
É uma construção com uma abertura em arco de ogiva, encimado por um brasão com as antigas armas da vila.

- Pelourinho de Atouguia da Baleia


O primeiro pelourinho da vila de Atouguia foi erguido em 1313.  O atual  foi erguido após o foral de 1510, outorgado por D. Manuel I.
Localiza-se em frente da Igreja de São Leonardo. 




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terça-feira, 18 de setembro de 2018

Peniche

Situada na zona Oeste do país, Peniche é uma cidade sede dum concelho do distrito de Leiria.
O seu topónimo deriva da palavra latina pinniscula que significa península.



O concelho de Peniche foi, desde cedo, ocupado por populações que, tinham como principais actividades económicas, a  pesca e a agricultura.
Situada na zona costeira, era frequentemente alvo de assaltos de piratas e invasões doutros povos ocupações de potências estrangeiras. Por essa razão, D. João III mandou edificar uma construção fortificada, a Praça-forte de Peniche, concluída em 1645 por D. João IV.
Peniche foi elevada a vila em 1609 e a cidade em 1988.
O concelho de Peniche está dividido em quatro freguesias:
Atouguia da Baleia
Ferrel
Peniche
Serra d'El-Rei

O orago da cidade é São Pedro


A igreja data de finais do século XVI.
A sua frontaria divide-se em três parte e do lado direito da fachada, encontra-se a torre sineira
O  interior é formado por uma  nave central e duas laterais. Na nave central destaca-se a capela-mor com um magnífico retábulo de talha dourada e diversas pinturas do século XVIII. Existem também altares de talha dourada barroca, dedicados ao Senhor do Bonfim, a Nossa Senhora da Boa Viagem e a São Pedro de Alcântara.
Na sacristia existe ainda uma pintura barroca da Sagrada Família,  de finais do século XVII.Existem outros locais de culto na cidade. 

- Igreja de Nossa Senhora da Conceição


Inicialmente neste local existiu uma pequena ermida dedicada ao mártir S. Sebastião.
Ao longo dos tempos sofreu várias reformas, alterando por completo as características do templo, até atingir a forma actual.
Tem planta longitudinal retangular, formada por nave e capela-mor.
A fachada é delimitada por cunhais de pilastras, rematada com um frontão triangular. O portal tem verga recta, encimado por uma janela com gradeamento, frontão e cruz. À direita está adossada a uma torre sineira.
No seu interior a nave é coberta por uma abóbada de berço decorada com pinturas tendo ao centro a imagem de Nossa Senhora da Conceição. 
Tem quatro altares laterais setecentistas de talha dourada. As paredes estão revestidas de azulejos azuis e brancos do séc. XVIII.

- Igreja da Misericórdia


Esta igreja seiscentista, anexa ao antigo hospital da Santa Casa da Misericórdia tem fachada pombalina terminada em frontão triangular, com fogaréus.
No interior de nave única, destacam-se os belos painéis de azulejos, pinturas a óleo e o tecto decorado com caixotões pintados. 
- Santuário de Nossa Senhora dos Remédios


Situado na zona costeira próximo do cabo Carvoeiro, este santuário ergue-se no local onde outrora existiu uma ermida, talhada numa rocha, onde foi encontrada a imagem de Nossa Senhora dos Remédios. O culto a esta santa remonta ao século XII, mas a  actual ermida data do século XVI.

- Fortaleza de Peniche


Construída em 1645, foi utilizada para defesa da costa durante muitos anos.
No início do século XX, foi utilizada para abrigar refugiados da Guerra dos Bôeres e prisioneiros alemães e austríacos durante a Primeira Guerra Mundial. 
No entanto, tornou-se mais conhecida como prisão política durante o governo de Salazar.  

Após a Revolução de  25 de Abril, abrigou também retornados das ex-colónias portuguesas de África. Finalmente, o forte foi transformado em museu, o Museu Municipal de Peniche.

- Muralha de Peniche



A cidade de Peniche está em parte rodeada por muralhas do século XVI.








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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Amigos de Peniche

Desde cedo que comecei a ouvir a expressão "amigos de Peniche" com uma conotação negativa ligada aos penichenses. No entanto, durante muitos anos tive uma colega natural de Peniche que me contou o verdadeiro sentido  desta expressão.
Durante a minha visita ao forte foi-me oferecido um texto que passo a transcrever para aqueles que não saibam o significado da expressão.


Tendo D. Henrique morrido sem deixar descendência, surgiram naturalmente, como pretendentes ao trono de Portugal, três netos de D. Manuel: Filipe II, rei de Espanha, D. Catarina de Bragança e D. António, Prior do Crato. Era ao primeiro aquele a quem a força dava mais direitos, demais coadjuvado pela perfídia que, ao tempo, grassava na corte portuguesa; e um exército espanhol, comandado pelo Duque de Alba, invadiu o Alentejo, tendo Filipe sido proclamado rei de Portugal.

Não o reconheceu, todavia, D. António que, mercê de mil e uma habilidades diplomáticas, conseguiu que Isabel Tudor, rainha de Inglaterra, pusesse à sua disposição uma armada de cerca de 20 000 homens e "cento e sessenta navios grandes e pequenos" para, com ela, reivindicar os seus direitos; e, a 26 de Maio de 1589, os penichenses viram desembarcar na sua praia do sul parte dos soldados desse exército, comandados pelo general John Norris.

Depois de uma leve escaramuça com a guarnição da Fortaleza - a que não faltaria, sem dúvida, a indiferença dos poucos portugueses às ordens do oficial castelhano D. Pedro de Gusmão e que suporiam, talvez, que com a chegada dos bretões seria possível a expulsão do invasor filipino - , a praça foi tomada e o exército inglês caminhou sobre a capital, ao mesmo tempo que sob o comando do almirante Francis Drake, a esquadra que o desembarcara em Peniche rumava a caminho de Cascais.

Entretanto, entre o receio de uns e alegria de outros, chegava a Lisboa a nova do desembarcar de D. António, passando, entre os seus partidários, a segredar-se, num anseio de esperança: "Vêm aí os nossos amigos... Vêm aí os nossos amigos que desembarcaram em Peniche..."

Mas o exército invasor, e sem que o Prior do Crato tivesse força suficiente para o evitar, avançava na maior das indisciplinas, devastando e roubando as terras por onde passavam - Atouguia, Lourinhã, Torres Vedras, Loures... -, até que, tendo chegado às portas da cidade, acampou nos altos do Monte Olivete onde, pouco depois, os canhões do Castelo de São Jorge, por ordem de D. Gabriel Niño, começaram a despejar metralha. Grande foi a surpresa de John Norris em face deste bombardeamento, pois D. António para conseguir o indispensável auxílio do exército inglês, teria provavelmente garantido não haver necessidade de combater, visto que seria festivamente recebido em Portugal. E o acampamento foi mudado para a Boa Vista e Bairro Alto, de onde, após em breve recontro com os castelhanos, retirou de novo, desta vez para a Esperança.

Dentro das muralhas e durante todas estas manobras, a ansiedade patriótica dos "antonistas" continuava segredando a ocultas : "será hoje que chegam os nossos amigos? Virão hoje os nossos amigos de Peniche?..."

D. António bem deve ter insistido e procurado dar novas garantias, mas aquele exército composto de mercenários não poderia sentir o patriotismo e a dor do infeliz e desorientado pretendente; e assim, dias depois e em face do desespero do Prior do Crato, refugiava-se em Cascais, na mesma esquadra que o trouxera de Inglaterra e desembarcara em Peniche.

- "Porque não entram os nossos amigos?... Porque nos abandonam os nossos amigos de Peniche?..."

E foram baldadas todas as ingénuas esperanças dos partidários de D. António, pois o auxílio que a este fora oferecido teria, por certo, menos o interesse de participar generosamente na reconquista da independência de Portugal que humilhar o orgulho e poderio de Espanha através de um golpe de surpresa, aliás coadjuvado pela suposta fácil sublevação do povo português, cansado de extorsões e ignomínias.

Por muito tempo ficou aberta no coração dos "antonistas", como ferida dolorosa, a desilusão dos amigos desembarcados em Peniche, daqueles amigos que esperavam receber como libertadores e que afinal os tinham abandonado. Mas os homens desembarcados em Peniche e que traíram a esperança dos bons portugueses de então, não eram de cá e partiram como vieram, não ficaram em Portugal...

À distância - que é tempo de defender uma sensibilidade e uma honradez afrontadas sem razão -, consola verificar que não foi penichense algum a trair o compromisso sagrado de uma amizade ou a desiludir a esperança de um infeliz. E ainda hoje, a única resposta que os penichenses encontram para a afronta impensada e injusta daqueles que os julgam amigos infiéis, amigos em que não há que acreditar - afronta que atinge o cúmulo de se olhar com insólita desconfiança para uma pessoa somente por saber-se ser ela de Peniche! -, é continuar a oferecer sempre uma carinhosa hospitalidade; mas também com a firmeza dos simples, é responder como ilustre médico penichense o fez a um seu colega quando, uma vez, este lhe perguntou - certamente com uma pontinha de ironia - o que eram os "amigos de Peniche":

- "Olhe, meu caro «amigos de Peniche», são uma cáfila de patifes que eu tenho encontrado por toda a parte, menos lá!..."

E, ressalvada a generalidade, compreende-se nitidamente, e justifica-se, o sentido imperioso da resposta: era um filho de Peniche a repudiar, com amargura, a injustiça de uma afronta de três séculos!”



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sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Porque é fim de semana- Lajeosa do Mondego

Porque É Fim de Semana continuamos no concelho de Celorico da Beira e vamos para uma nova freguesia: Lajeosa do Mondego.



Distando 7 km da sede do concelho, é uma das maiores aldeias do concelho de Celorico da Beira.
A artéria principal da freguesia coincide com a Estrada Nacional 16, que liga Guarda a Celorico.
O topónimo da  “grande e próspera aldeia”, segundo Alexandre Herculano, deve-se à proximidade do Rio Mondego e de, na região, existir abundância de lajes.
Esta povoação foi alvo do saque das tropas de Napoleão Bonaparte na época das Invasões Francesas.
O General  Beresford fez do Solar dos Osórios, por duas vezes, o seu quartel general. Ali vigiava o movimento das tropas de Massena e as enfrentou num pequeno combate.


O orago de Lajeosa do Mondondego é São Martinho.
Para além da igreja matriz, existe outro património na povoação:

- Solar dos Osórios


O Solar dos Osórios ou Solar dos Viscondes da Lajeosa foi  mandado construir, no primeiro quartel do séc. XIX, por Diogo Osório Soares de Aragão Soares Machuca. Em local de destaque da fachada principal seobressai o brasão da família.
O edifício tem dois pisos,  sendo o piso superior o andar nobre, a que se acede por uma escadaria interior.
Nas traseiras do Solar  existe uma capela dedicada ao Senhor da Boa Morte, datando de 1876 a autorização eclesiástica para ser benzida e nela se dizer a primeira Missa.


- A Casa do Brigadeiro


Este edifício é uma adaptação de um solar beirão, com alguns elementos  de arquitectura colonial portuguesa dos meados do século XIX. A casa deve o seu nome a um antigo proprietário que foi um brigadeiro.

- Calvário 

- Pedra Cavaleira

- Cruzes

- Chafariz da Mitra

- Chafariz da Padaria

- Fonte Velha 

- Ponte do Ladrão



O território da freguesia é atravessado pelo rio Mondego. Sobre ele foi construída uma ponte, provavelmente, no século XVI ou XVII.

 

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