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segunda-feira, 26 de março de 2018

Linha de Cascais: Estoril

Passado que foi o fim de semana, o Açor continua o seu  percurso pela Linha de Cascais.
Vamos entrar agora na zona do Estoril, uma antiga freguesia do concelho de Cascais, extinta em 2013 pela reorganização administrativa sendo integrada na União das Freguesias de Cascais e Estoril.



Não se conhece a origem do povoamento humano na região, mas sabe-se que, em 1256, o rei D. Afonso III concedeu as terras do Estoril a Estêvão Anes, Alcaide-mor da Covilhã e Chanceler do Reino de Portugal.
No final do  século XVIII, descobriu-se um local onde havia uma nascente de água  com características medicinais. Ali foi construído um edifício que passou a ser frequentado por pessoas que procuravam cura para as suas doenças. Uma delas foi El-Rei D. José I, que frequentemente ali se deslocava para tratamentos.



Entretanto, o Estoril foi crescendo e uma parte devido à colónia britânica que, desde 1872, explorava o cabo submarino a partir da Quinta Nova de Santo António(depois dos Ingleses).
Em 1889, foi inaugurado o troço de caminho-de-ferro entre Cascais e Pedrouços o que originou novamente um grande crescimento demográfico do Estoril.  
Com a República, deu-se início à era do Turismo no Estoril. Em 1913, Fausto de Figueiredo encomendou  um estudo de urbanização, que contemplasse hotéis, campos de golfe e termas e, em 1916, foi colocada a primeira pedra para a construção do casino.



Seguiram-se novas construções e abertura de estradas, com especial relevância para a marginal que viria a tornar o trânsito rodoviário   mais facilitado.
O Estoril continuou o seu desenvolvimento / alargamento e, após o final da II Guerra Mundial, recebeu muitos  refugiados e exilados, que se fixaram na região. Alguns eram figuras proeminentes da cultura desporto e política internacional, como foram os casos  de D. Juan de Borbón, Conde de Barcelona, e os Reis Humberto II de Itália, Carlos II da Roménia e Simeão II da Bulgária e  o Regente Miklós Horthy da Hungria, entre outros.



Actualmente compõem o Estoril,  Alapraia, Alto dos Gaios, Atibá, Bairro do Fim do Mundo, Bairro da Martinha, Galiza, Livramento, Monte Estoril, São João do Estoril, São Pedro do Estoril e Pau Gordo

O Estoril tem  por orago Santo António.



A igreja de Santo António foi mandada construir pelos franciscanos em 1527 e situa-se junto ao Convento dos Salesianos, no lugar onde se erguia uma antiga Ermida em madeira. 
Esta igreja sofreu, ao longo dos tempos, várias destruições sendo a maior provocada pelo terramoto de 1755. Foi reerguida mas, em 1927, foi totalmente destruída por um incêndio. Novamente foi reconstruída, tentando manter as características da igreja anterior.
Tem nave única rectangular, com cobertura em abóbada de berço, e duas capelas laterais.
Destacam-se no interior, os retábulos de talha dourada das capelas laterais, a capela-mor e as imagens de Santo António, da Nossa Senhora da Conceição, da Virgem e de Cristo.

Existem ainda outros locais de culto no Estoril:
- Igreja de São Pedro e São João



- Igreja Senhora da Boa Nova



- Capela de Nossa Senhora do Livramento



Faendo parte da defesa da costa, no Estoril, existem também  alguns monumentos militares:
- Forte de São Teodósio ou Forte da Cadaveira



Construído em 1643, tem arquitectura militar, com planta quadrangular. No lado oposto, fica a casa-forte.
Aqui funcionou também um posto da Brigada Fiscal mas, actualmente, o Forte parece abandonado.

- Forte de Santo António da Barra ou Forte Velho




Construído em 1590, por ordem do rei D. Filipe I, tem planta estrelada irregular. Na zona central situa-se  a casa forte, com capela e casernas, protegidas por uma segunda cintura de muralhas.

- Forte de São Pedro do Estoril ou Forte de São Pedro ou Forte da Poça



Este Forte foi construído no século XVII, numa das margens da antiga ribeira da Cadaveira.  Tem  planta quadrangular, com a bateria voltada à praia e, no lado oposto, a casa-forte.
Actualmente está alugado à discoteca «Forte Velho». 

Destaco ainda outros pontos de interesse no Estoril

- Grutas artificiais de Alapraia



Na zona de Alapraia, foram descobertas quatro grutas que eram utilizadas como necrópole. Nelas foram encontrados vasos de cerâmica, sandálias e ídolos de calcário.

- Termas do Estoril



No século XVIII, existiam já umas termas em funcionamento no Estoril. Inicialmente num edifício de arquitectura de jardim do séc. XIX e na década de 30   do século XX, num novo edifício com fachada de arquitectura neo-clássica, anexo ao Hotel Palace.
O estabelecimento termal foi sendo alargado e melhorado, até que foi demolido em 1961. Só em 2010 seria inaugurado um novo edifício e as antigas Termas reabriram de novo ao público.

- Cocheiras de Santos Jorge



As Cocheiras de Santos Jorge são compostas por uma antiga garagem, cocheira e cavalariça da casa de António Santos Jorge. Situa-se junto à estação ferroviária do Estoril e a sua arquitectura é bem  mais impactante que a própria casa de habitação.

- Casa de São Cristóvão



Construída em 1917, era a casa de férias de Alfredo da Silva, grande industrial português, de que se destacam a CUF , a Tabaqueira, o estaleiro da Rocha do Conde de Óbidos, entre outras. Fica localizada num local sobranceiro à Avenida Marginal e à praia das Moitas e apresenta uma arquitectura de estilo mmarcadamente barroco joanino.

- Casa-Museu Verdades Faria



Esta é uma das três     obras projectadas pelo  arquitecto Raul Lino, inspirado no  estilo marroquino. 
Em 1974, foi legada ao município, destinando-se a  museu e jardim público. No entanto, a autarquia decidiu utilizar  o espaço para o Museu da Música Portuguesa. Ali  pode-se apreciar uma valiosa colecção de instrumentos populares recolhidos por Michel Giacometti e o espólio do compositor Fernando Lopes-Graça. Existe também  uma biblioteca dedicada à música, um auditório, uma audioteca, zonas de internet e loja.

- Casa Montsalvat



Outra casa projectada pelo arquitecto Raul Lino.
Foi  mandada construir em 1901, pela Duquesa de Palmela, D. Maria Luísa Souza Holstein, para o músico Alexandre Rey Colaço, oriundo de Tânger.

- Casa Silva Gomes



Também esta casa faz parte das três projetada por Raul Lino, de influência mourisca.  Construída  em 1902,   para o amigo Silva Gomes e sua esposa, Maria do Rosário Gomes. 
No alçado poente destaca-se o painel de azulejos representando Nossa Senhora do Rosário, cuja autoria é atribuída a Roque Gameiro.

- Praias



As praias do Estoril são muito apreciadas e tornaram-se uma mais-valia para o desenvolvimento turístico desta localidade. São várias e  atraem um grande número de veraniantes. São elas: Praia da Bafureira, Praia da Azarujinha, Praia da Poça, Praia das Moitas e Praia do Tamariz.

Obrigada pela sua presença. Volte sempre!

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