A propósito do post de ontem, resolvi escrever hoje sobre os canastreiros.
As cestas e os cestos eram feitos com tiras de madeira de castanho e carvalho, que passavam por várias fases até ganharem maleabilidade para se poderem trabalhar. Eram cozidas num forno próprio e depois colocadas dentro de água, onde largavam a tinta própria da madeira, sofrendo assim um processo de branqueamento.
Mais tarde, com a ajuda dum banco próprio e dos joelhos, as tiras eram entrelaçadas pelas hábeis mãos dos canastreiros, dando origem a cestas, cestos e balaios de vários tamanhos.
- Uma cesta e um cesto -
Esta profissão dava muito movimento à aldeia do Sobral Gordo, pois muitas pessoas se deslocavam àquela povoação para comprar ou encomendar as cestas que utilizavam para o transporte dos produtos agrícolas.
Alguns dos canastreiros iam também às feiras da região, para venderem o produto do seu trabalho.
Neste momento já não há canastreiros no activo no Sobral Gordo e, é com saudade, que recordo alguns que conheci naquela aldeia: o ti António Joaquim Nunes, o irmão ti Zé Nunes e o pai ; o ti Abílio Nunes; o ti António Alves e outros. De todos eles, já só pertence ao mundo dos vivos o ti Zé Nunes, que se encontra a residir no Lar de Avô.
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
2 comentários:
Lourdes
Pena essa arte da cestaria estar se perdendo. Ainda temos pelo interior do Brasil regiões aonde esse trabalho lindo continua a ser feito, felizmente.
Muito boas suas postagens, minha amiga.
beijo e bom dia (para você, boa tarde)
Olá Dulce.
Certo o seu comentário. Na realidade, esta é uma arte que já poucos exercem como profissão. É uma pena, pois ela para além de objectos utilitários também nos põe à disposição peças decorativas bem bonitas.
Beijinhos
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