A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida.
(Eduardo Girão)
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Quando não há assunto é normal falar-se do tempo, de política ou de futebol.
Os últimos dias têm estado escuros em qualquer dos temas.
Por essa razão, deixo-vos uma poesia de António Gedeão de que gosto bastante.
Quem sabe seja uma ajuda para que possamos olhar o Mundo com outros olhos...
Impressão Digital
Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.
Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros, gnomos e fadas
num halo resplandecente.
Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.
- Foto retirada da Net -
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