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quinta-feira, 10 de abril de 2008

Impressão Digital


A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida.
(Eduardo Girão)


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Quando não há assunto é normal falar-se do tempo, de política ou de futebol.
Os últimos dias têm estado escuros em qualquer dos temas.
Por essa razão, deixo-vos uma poesia de António Gedeão de que gosto bastante.
Quem sabe seja uma ajuda para que possamos olhar o Mundo com outros olhos...

Impressão Digital

Os meus olhos são uns olhos.

E é com esses olhos uns

que eu vejo no mundo escolhos

onde outros, com outros olhos,

não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos diz flores.

De tudo o mesmo se diz.

Onde uns vêem luto e dores,

uns outros descobrem cores

do mais formoso matiz.

Nas ruas ou nas estradas

onde passa tanta gente,

uns vêem pedras pisadas,

mas outros, gnomos e fadas

num halo resplandecente.

Inútil seguir vizinhos,

querer ser depois ou ser antes.

Cada um é seus caminhos.

Onde Sancho vê moinhos

D. Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos.

Vê gigantes? São gigantes.



- Foto retirada da Net -

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