Bem perto do local onde habito, existe um edifício que se destaca na paisagem e que sempre despertou em mim alguma curiosidade.
O palácio do "Rei do Lixo", como sempre o conheci, é também conhecido por Palácio da Bruxa, Torre de Coina ou Torre do Inferno.
Fica situado em Coina, junto ao Barreiro e, os terrenos onde foi erguido, pertenceram a uma quinta rural que, no século XVIII, pertencia a Joaquim de Pina
Manique, irmão de Diogo Inácio de Pina Manique, intendente de D. Maria I.
Entretanto,
com a decadência política da família Pina Manique, o palácio foi
abandonado e, em finais do século XIX , adquirido por Manuel Martins
Gomes
Júnior,
conhecido como o "Rei do Lixo". Esta alcunha devia-se a, na época, este comerciante ter o exclusivo da recolha do lixo na cidade de Lisboa, com o qual conseguiu enriquecer.
O novo proprietário
mandou construir nestes terrenos, um palácio com uma alta torre, donde pudesse avistar uma
outra quinta, que possuía em Alcácer do Sal.
Após a morte do "Rei do Lixo", seu genro, António Zanolete Ramada Curto, transformou a propriedade numa importante casa agrícola e, em 1957, foi
vendida a dois industriais da área dos curtumes, Joaquim
Baptista Mota e António Baptista, que formaram a Sociedade Agrícola
da Quinta de S. Vicente, dedicada ao cultivo de árvores fruto.
Em 1972, a propriedade foi adquirida pelo
construtor António Xavier de Lima que pretendia transformar o palácio numa pousada.
No entanto, em 1988, um incêndio destruiu todo o seu interior, fazendo com que o construtor abandonasse a ideia.
Neste momento, o edifício que gera opiniões controversas, foi votado ao abandono e, se não forem tomadas medidas urgentes, acabará por ruir.
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