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quarta-feira, 26 de março de 2014

Marrocos: Viagem Casablanca - Marraquexe

Terminada que foi a vista a Casablanca, iniciámos a viagem  pela costa marroquina  que, ao longo dos tempos, foi alvo de invasões de vários países. Primeiro foram os fenícios, no século XVI os portugueses, mais tarde os espanhóis e  no século XVIII foi povoada pelos árabes e judeus. Durante o século XX,  os franceses também ocuparam o país e foram eles que mais marcas deixaram, mesmo após a sua partida. A principal foi a língua que ainda hoje é utilizada, a par do árabe e do berbere.

Casablanca

Se Casablanca dá uma ideia errada de Marrocos, sendo uma cidade com características mais europeias, é a caminho do Sul que temos a perceção do verdadeiro Marrocos e das suas tradições.

Campos de Cultivo (7)

Pelo caminho, fizemos algumas paragens. A primeira tinha a ver com a passagem dos portugueses por terras marroquinas.

Al Jadida (Mazagão): 

Mazagão El Jadida Cidade Portuguesa (13)

Esta cidade situada a poucos quilómetros de Casablanca,  pertenceu ao reino de Portugal desde 1486 a 1769, mas,só em 1514   foi construída a fortaleza..
Quando abandonaram o local, alguns dos ocupantes portugueses foram para o Brasil e fundaram Nova Mazagão, que atualmente se chama também Mazagão.
Mazagão El Jadida Cisterna Portuguesa

Após a retirada dos portugueses, a cidade mudou de nome. Primeiro   Al-Mahdouma (a arruinada) e atualmente El Jadida (a Nova).
Nesta cidade que foi considerada Património Mundial pela Unesco em 2004, encontram-se alguns dos poucos vestígios conservados depois da partida dos portugueses: o castelo, as igrejas  de Nª Sª da Piedade, de Nª Sª da Luz e de Nossa Senhora da Assunção, antiga padroeira da vila e a Cisterna portuguesa de arquitetura manuelina, a única que visitámos.

Mazagão El Jadida Cisterna Portuguesa (8)

Algumas das ruas ainda conservam os nomes em português, o que me faria sentir em casa, não fossem as imensas lojas de marroquinaria que as ladeavam. 
Curiosamente, Al Jadida é geminada com Sintra, embora nada tenham a ver uma com a outra.
Mazagão El Jadida Cidade Portuguesa (4)
Prosseguimos a nossa viagem pela costa, onde nos apercebemos da principal atividade económica deste país predominatemente agrícola. 

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Os campos, que são cultivados mesmo até à beira - mar, fornecem os mais variados produtos necessários, não só à sua população, como ainda para a  exportação. Pelos campos agrícolas, surge também outra atividade fundamental dos marroquinos, a criação de gado. 

Rebanho Carrneiros

Numerosos rebanhos surgem frequentemente a pastar pelos campos, fornecendo a carne de vaca e de carneiro usada nos principais pratos tradicionais da gastronomia do país e os cavalos e burros que servem de meio de transporte e auxílio na vida do campo. Estas duas atividades fornecem também os produtos utilizados na indústria agro-alimentar.

Porto Douar Oulad Zid1

Não sendo um país produtor de petróleo , tem que o importar da Arábia Saudita. No entanto, junto à costa, há refinarias onde se transforma o petróleo importado nos seus derivados, que são depois escoados no porto de Jorf Lasfer, o maior da costa atlântica, apenas utilizado  com produtos relacionados com a indústria química.

Porto Douar Oulad Zid

Intercalando com os campos agrícolas, surgem também muitas salinas marinhas que, juntamente com as minas de sal mineral, fazem de Marrocos um  grande produtor de sal.

Costa Marroquina (6)







A paragem seguinte foi para almoço  em Oualidia, uma aprazível povoação piscatória, localizada na margem duma bela lagoa de 12 Km de comprimento,   considerada a capital do marisco.  

Oualidia

A povoação frequentada por marroquinos de classes mais abastadas e por muitos estrangeiros atraídos pela rara beleza deste local paradisíaco é também destino de férias da família real, tendo o palácio que os alberga, sido mandado construir  por Mohammed V.
Esta lagoa é também uma reserva natural frequentada por  flamingos e viveiros de ostras.

Lagoa Oualidia (2)
Após o almoço continuámos a nossa viagem, tendo sempre a acompanhar-nos o Atlântico e os campos agrícolas. De vez em quando, surgiam à beira da estrada,  pequenos vilarejos típicos, onde se viam os   berberes a trabalhar, a confraternizar ou simplesmente a descansar.

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Chegados a Safi, outra cidade onde existem vestígios da presença de portugueses , o guia evitou a paragem programada para esta localidade. Não entendemos  bem o porquê e, após uma breve contestação, acabámos por prosseguir a viagem, rumo ao nosso destino, vendo esta cidade apenas  de passagem.
Vista para o Atlas (2)
 

A partir de Safi, os campos de cultivo continuaram a ser a nossa companhia, mas a paisagem foi-se modificando. À medida que nos afastávamos da orla marítima, os terrenos iam tomando a cor avermelhada, as habitações ganhavam a cor ocre, mais parecida com o tom do solo e a  cordilheira do Atlas, cada vez mais próxima, tornava a paisagem ainda mais distinta das planícies da zona costeira.
E eis que chegámos ao nosso destino: Marraquexe, a cidade apelidada de "cidade ocre", "pérola do Sul" ou "porta do Sul", sobre a qual escreverei no próximo "post".

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             Obrigada pela sua visita. Volte sempre.



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