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sexta-feira, 27 de abril de 2012

IIº Encontro de Folclore GDC Soito da Ruiva

Do Grupo de Danças e Cantares do Soito da Ruiva recebi o pedido de divulgação do seu próximo evento, a realizar na Casa da Comarca de Arganil.


Caros amigos!

O GDCSR vai levar a efeito o seu IIº Encontro de Folclore no próximo dia 5 de Maio, pelas 21h30, na Casa da Comarca de Arganil.

Agradecemos divulgação e contamos com a vossa presença.

Um abraço
A Direcção





Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Viúva até à Morte

Há ainda poucos anos atrás, após a morte dos maridos, era um costume das mulheres vestirem de negro até ao fim da vida. Para além da dor era quase um castigo o facto de perderem o companheiro.  É para essas mulheres a minha homenagem de hoje.
Não tenho dotes literários e muito menos poéticos. Por isso, servi-me dum poema duma amiga da serra do Açor, para o fazer.



quarta-feira, 25 de abril de 2012

Memórias da Aldeia

De repente senti-me uma jovenzinha e como que por magia vi-me na barroca de S. Domingos na companhia da miudagem da minha idade.
Era ao fim da tarde, depois de chegarmos das fazendas, que nos  juntávamos ao pé da mina, onde acompanhávamos os mais velhos que iam acartar água para casa. Enquanto iam e voltavam aproveitávamos cada minuto com as brincadeiras próprias da idade e da aldeia.  
Os rapazitos faziam autênticos malabarismos com o arco e a gancheta em corridas até à capela. As meninas jogavam à rolha, fazendo uma grande algazarra.  Quando alguma delas salvava uma companheira de brincadeira, soltavam sonoras gargalhadas que ecoavam na barroca e continuavam a perseguição em perigosas corridas, que muitas vezes terminavam num estrondoso trambolhão. Depois vinha a berraria provocada pelas dores e esfoladelas. Logo os pais  acorriam e quando se certificavam que as feridas não eram graves, ralhavam com eles aumentando a barulheira.
A aldeia, tão calma e quase deserta durante as horas de trabalho, ganhava vida e animação.
As raparigas que aguardavam a sua vez para encherem o cântaro na mina de chafurdo, cochichavam e riam umas com as outras, de cada vez que  se aproximava algum dos rapazes da terra, que se vinha juntar ao grupo, na esperança de espreitar ou mesmo  namoriscar alguma delas.
As mulheres  aguardavam a sua vez sentadas em fila e não tiravam os olhos deles, na esperança de   conseguir tema de conversa para  quando se juntassem com as mais.

De repente, ouvi alguém gritar o meu nome. Era a tia Leonilde que me chamava.
Corri para casa entrando de rompante na cozinha. A tia, a avó e o avô  aguardavam-me sentados num banco, em frente à mesa onde a ceia fumegava.
- Foto montagem recreando a cena da época -


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Lenda dos Barris - Barril de Alva


 Reza a história que, certo dia, o Rio Alva foi alvo de uma grande cheia, na época das chuvas fortes. Junto ao rio um moleiro ao ir à janela, reparou que as águas arrastavam muitos barris. Pegou numa vara e conseguiu tirá-los para a margem. Uma vez que o ano foi de grande produção de vinho, as pessoas mostraram-se interessadas em comprar os barris. Para ...tal, contrataram o moleiro, com quem fizeram negócio, e ele passou a ser conhecido pelo “Moleiro dos Barris”. Desde então, quando alguém se deslocava a esse local, dizia que ia “ao Barril de Alva”.
A tradição conta ainda que este moleiro tinha três filhas que, depois de casarem, ficaram a viver em três locais diferentes: uma no Casal Cimeiro, outra no Casal do Meio e a terceira no Casal Fundeiro.
Estas vieram a ser as povoações da Freguesia.


Barril do Alva
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

TARTE DE MEDRONHOS

Ingredientes:

. 1 rolo de massa de massa folhada
. 400 gr de medronhos
. 350 gr de açúcar
. 1 pacote de natas
. meia colher de (café), se possível com essência de baunilha
. 3 ovos

Modo de fazer:

Untar uma tarteira com margarina e forrar com a massa folhada. Picar o fundo com um garfo e reservar.
Bater os ovos com o açúcar até fazer espuma. Juntar o pacote de natas e voltar a bater. Colocar a fruta na forma e adicionar a mistura. Levar ao forno pré-aquecido a 180 graus durante aproximadamente 30 minutos.


Fonte: http://www.confrariadomedronho.org


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Casa-Museu do Soito da Ruiva

Soito da Ruiva


A caminhada que fiz com alguns conterrâneos levou-me  ao Soito da Ruiva.  Para além de saudável mexeu também com as minhas emoções pois trouxe-me à lembrança os  tempos de juventude em que acompanhava a minha tia que vendia peixe, de terra em terra.
Já no Soito da Ruiva, as emoções continuaram com uma visita à casa-museu daquela aldeia que há muito desejava conhecer. Não podia perder a oportunidade e, contando com a simpática ajuda do Sr. António Neves que nos recebeu e serviu de cicerone, lá fomos.
É uma casa pequena e original. Foi cedida por um Soitorruivense que, desinteressadamente, pôs ao serviço da comunidade este espaço, o mais  genuíno dos que até hoje visitei.
Pequena como era a maior parte das casas das aldeias da serra.  A riqueza das famílias serranas avaliava-se em função das terras de cultivo que se tinham e não pelas habitações. A minha avó costumava dizer: “ Casa que não caibas e fazenda que não saibas”.
Ao entrar tive a sensação de recuar no tempo. O local é dum  realismo tal, que parece  ainda habitada por pessoas de carne e osso. No seu lugar, vários bonecos  trajados a rigor, à moda do início do século passado, eram uma cópia fidedigna duma realidade que ainda conheci e que estava bem guardada  bem lá no fundo das minhas recordações.
Logo à entrada, um pequeno corredor donde sobressai a escada para o forro (sótão) sob a qual  estava o molho de  lenha, chamiças e gravetos, aproveitando o espaço vago.
 
Casa Museu do Soito da Ruiva

Logo a seguir a cozinha funda, assim chamada porque  a fogueira se fazia num local rebaixado em relação ao sobrado, que por ficar mais alto, era aproveitado como banco onde as pessoas se sentavam ficando com os pés à altura da fogueira.
Num dos lados a cantareira, os cântaros e loiças. Nas paredes e no chão, estrategicamente colocados vários utensílios de uso diário, utilizados na época. Sentado no sobrado , um boneco dava mais realismo à cena.
 
Casa Museu do Soito da Ruiva

 
Voltando ao corredor entrámos na sala. Poucos móveis como era usual e muitos e variados objectos da época. Como as gentes  da serra sempre foram profundamente religiosas, em todas as casas havia quadros com imagens de santos ou cenas bíblicas, possivelmente compradas em dia de “Romagem” no Vale de Maceira. Como não podia deixar de ser lá estavam quadros nas paredes representativos da grande fé dos habitantes da região.
Num canto, um casal de bonecos simulava os donos da casa que nos recebiam com a habitual hospitalidade serrana. A senhora devia ser costureira poisa máquina de costura bem antiga sobressaía junto da pequena janela. Também não faltam os brinquedos e material escolar das crianças.

Photobucket
 
A mesa posta parecia aguardar   a comida que toda a família iria comer da mesma bacia.
A sala servia também de passagem para os quartos onde pouco mais havia que uma cama e  um banco sobre o qual  se colocavam alguns objectos pessoais.

Casa Museu do Soito da Ruiva
 
 
 
Na banqueta da janela, o candeeiro a “pitrol” que iluminava o  local e um despertador que garantia o despertar para o caso de serem traídos pelo sono ou pelo cansaço.
A cama estava feita para dias especiais como acontecia quando recebiam alguma visita ou o médico em caso de doença muito grave. Neste, havia um lavatório apetrechado com um jarro e um balde, que servia para a higiene diária de toda a família. De parede a parede uma corda  suportava a pouca roupa que o casal possuía.

Casa Museu do Soito da Ruiva
 
Num outro quarto mais pequeno, as arcas, as mantas  e  toda uma parafernália de materiais diversos completavam esta mostra da vida dos nossos antepassados.
Foi uma visita muito instrutiva e proveitosa. Na nossa companhia havia jovens que nesta casa, cópia simples e fidedigna das habitações dos seus avós, percorriam animadas as várias divisões, comparando a dura vida  que eles tiveram com a que eles vivem na actualidade. 
Para mim e para os outros adultos foram momentos de nostalgia que nos trouxeram à lembrança as nossas vivências de criança e, sobretudo as pessoas com as quais privámos em criança, que tinham tão pouco e davam tanto valor ao pouco que tinham.
Esta casa era tudo o que eu estava à espera. Sempre ambicionei  uma assim para o Sobral Magro pois sempre foi meu desejo  deixar aos nossos descendentes um pedaço elucidativo da história dos nossos antepassados.
Como não é coisa que possa fazer sozinha, vou-me contentando em acompanhar as ideias que os amigos do Soito da Ruiva vão pondo em prática e com as quais eu me identifico.

Casa Museu do Soito da Ruiva



Parabéns Soito da Ruiva!
Parabéns a esta boa gente que tanto orgulho têm na sua história e a honram na forma como a preservam e divulgam .


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Ausência

Ando completamente desactualizada. Tenho andado afastada do blog e da visita aos amigos blogueiros.
Férias, obras, limpezas e  aniversários têm sido os principais culpados. Há pouco, reparei que nem sequer  publiquei o post relativo ao Domingo de Páscoa na aldeia. Vida de mulher é obra... Dona de casa, mãe e avó ainda é  mais agitada e, em época de limpezas maiores, no tempo que resta já não há disposição para mais nada.
Espero que, a partir de agora, tudo volte à normalidade. No entanto, ao fim de semana, vou continuar a falhar. São os dias em que a família se junta em minha casa e é a eles que vou dedicar em exclusivo estes dias.  
Para já, fica uma fotografia da Visita Pascal.



Festas: P

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Caminhada

Logo após o almoço-convívio realizado na aldeia no Sábado da Páscoa, um grupo pensou em fazer uma caminhada para melhor digerir o Cozido à Portuguesa. Fizeram-se à estrada dirigindo-se na direcção do Soito da Ruiva.
Durante o trajecto pudémos desfrutar da bonita paisagem serrana cujas encostas apresentavam o colorido próprio da estação do ano que atravessamos.
O percurso, era mais ou menos o mesmo que as crianças outrora percorriam para frequentarem a escola no Sobral.
Várias vezes me lembrei das crianças que, a pé, fizesse sol ou chuva, percorriam duas vezes por dia  os 3 Km que separam as duas povoações para fazerem a "instrução primária".
É longe mas a paisagem, ontem como hoje,  é de prender a respiração...

Soito da Ruiva
 

Soito da Ruiva


Photobucket

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Convívio da Páscoa

Após um curto período de férias, eis-me de regresso. Tal como tinha aqui anunciado, no sábado da aleluia, realizou-se um almoço-convívio , promovido pela Comissão de Melhoramentos da aldeia natal da minha mãe, o Sobral Magro.
Foi mais um dia bem passado na companhia de muitos conterrâneos e amigos. O almoço, um Cozido à Portuguesa muito bem confeccionado por senhoras da aldeia, estava delicioso. A meio da tarde, foi também servido um lanche ajantarado  que constou de  sopa, bifanas e doces vários.
Entretanto, o Sr. Presidente da colectividade anunciou já novo convívio para o próximo mês de Agosto, altura em que muitos sobralmagrenses se encontram de férias na aldeia.

Eis algumas fotografias do evento.

Festa: P

Festa: P

Festa: P


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Feira da Nossa Avó

Uma vez mais a tradição vai-se manter. No próximo Sábado, dia 7 de Abril,  realiza-se em Coja a FEIRA DA NOSSA AVÓ.
 Ali poderá encontrar entre outros produtos regionais, broa , mel, queijos,  enchidos vários,  bolos , vinho, aguardente, licores,  sardinha, produtos Hortícolas , ...

Se está na região, não perca esta oportunidade.
Haverá também muita música típica a animar a manhã e por certo não se irá arrepender.

Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Páscoa Feliz


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

terça-feira, 3 de abril de 2012

A Lenda da Aldeia das Dez


Aldeia das Dez


A lenda da Aldeia das Dez tem origem na Reconquista da península Ibérica e está ligada à designação actual da aldeia.
Segundo a lenda, durante a Reconquista cristã dez mulheres terão encontrado um tesouro numa caverna situada na encosta do Monte do Colcurinho. De acordo com a tradição oral e alguns documentos que sobreviveram, esse tesouro possuía um valor que ultrapassa o material. Estas mulheres ter-se-ão apercebido da sua importância e, num pacto que persiste até hoje, terão separado entre elas as peças que o compunham e passado-as de geração em geração - mantendo até hoje por desvendar o segredo que encerram.
Da composição deste segredo pouco se sabe com exactidão.
Quanto ao tesouro, crê-se que dele façam parte moedas Antonini com inscrições cifradas - sendo que uma destas encontrar-se-á cravada na moldura de um quadro que narra esta lenda. Deste quadro pouco mais se sabe, além de ter ressurgido em meados do século XX num antiquário de Oliveira do Hospital, para novamente desaparecer. Terá sido pintado por uma das descendentes das dez mulheres e crê-se que retratando a lenda poderá oferecer uma chave para o seu segredo.


Aldeia das Dez

Fonte:
http://www.memoriaportuguesa.com/


Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Photobucket

Naquele  Domingo de Ramos,  o Sobral  ganhava  mais  vida porque as  povoações  vizinhas despovoavam-se para virem  benzer o seu ramo à nossa aldeia, uma das poucas que tinham Missa Dominical.
Pela encosta da Malhada  viam-se a descer  grupos de  homens  e mulheres vindos do Porto Silvado.  Do caminho do Covão outros  grupos surgiam  uns do  Soito da Ruiva  e alguns do Sobral Gordo.  Todos  passaram por ela,  trazendo  um  belo ramo  na mão, deixando  à sua passagem um agradável odor a louro. 
Sentada na  soleira  da porta da  casa da avó,  já pronta envergando o seu vestido novo e de laçarote  adornando  os  belos caracóis  que  a mãe lhe  arranjara  logo de  manhã,  virava e revirava  um raminho que, apesar de quase não lhe caber  na minúscula mão, achava não ser suficientemente vistoso para levar naquele dia de festa.
Para ela, um ramo bonito tinha que ser grande como o do “Coneca” que passara por ela há algum tempo  a caminho da Capela.
A mãe dissera que era pequeno porque ela também era pequenina, mas não ficara convencida. Gostava dum ramo grande. Se não lhe coubesse numa mão, segurava-o com as duas.
Quando os familiares desceram, levantou-se, sacudiu o vestido, compôs os caracóis e seguiu-os para se juntarem ao cortejo a caminho da capela naquele Domingo de Ramos. 
À porta da capela lá estava ele. Um ramo lindo, grande e farfalhudo nas mãos do “Coneca”, que o agitava sorridente e orgulhoso, pois também ele achava que o seu era o ramo mais bonito de todos.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.