Chegamos
finalmente a Cascais uma vila portuguesa sede de município cuja presença humana
parece remontar ao Paleolítico, como comprovam alguns vestígios arqueológicos,
nomeadamente nas Grutas do Poço Velho.
No
entanto, foi durante a ocupação romana
que a região foi ocupada e explorada e cujo porto prestou um importante contributo na pesca, indústria transformação
e comercialização de peixe.
Com a decadência do domínio romano, surgiram, na época visigótica, alguns casais rurais que, durante a ocupação árabe, foram aumentando dando origem a pequenas aldeias.
Em
1147, as terras de Cascais, passaram a integrar o reino de Portugal.
Em 1364, D.
Pedro I concedeu a Cascais carta de vila, separando-a do concelho de Sintra.
Na
primeira metade do século XV, a pesca era
a principal riqueza da vila.
A
10 de julho de 1499, Nicolau Coelho, o
primeiro capitão da armada de Vasco da Gama a chegar da Índia, desembarcou em
Cascais, para se deslocar a Sintra, onde
se encontrava o rei D. Manuel I e lhe dar notícias da viagem.
Em
1514, D. Manuel I concedeu Foral a
Cascais, tornando a vila também independente de Sintra sob o aspecto
administrativo.
Cascais
foi fundamental na defesa costeira de Lisboa e da entrada do Tejo. No século
XIV, teve um papel decisivo nas guerras
que D. Fernando enfrentou contra Castela.
Nos
anos seguintes, várias vezes a localidade foi invadida por tropas estrangeiras, o que levou D. João II a mandar construir uma torre costeira, adequada às novas
exigências da guerra.
Após
a Restauração da Independência Nacional, o monarca português preocupou-se também, com a
defesa da costa junto a Cascais. Ergueram-se os fortes de São Jorge de Oitavos e de Santa Marta e a Cidadela de Cascais, integrando a Torre de
Santo António e a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz.
O
terramoto de 1755 deixou Cascais bastante destruída, mas os seus habitantes deitaram mãos à obra e iniciaram a
reconstrução da sua povoação.
A utilização das praias na região de Cascais
ficou a dever-se aos monges do Convento do Estoril e aos presos na vila, por
ocasião das lutas entre liberais e miguelistas. Mais tarde, as praias passaram
a ser frequentadas com fins medicinais e como lazer da elite portuguesa.
No
entanto, foi entre 1859 e 1864, durante a reconstrução da estrada para Oeiras, que se iniciou a grande afluência de veraneantes
às praias de Cascais, mas sempre com a supremacia da alta burguesia.
Em
1867, Cascais recebeu o estatuto de praia da Corte, pela preferência que lhe
foi concedida pela Rainha D. Maria Pia e, depois, pelo Rei D. Luís.
Por
essa razão, foram efectuadas obras na antiga casa do Governador da Cidadela,
transformando-o num palácio, onde a Corte se instalou.
D.
Carlos, seguiu os pais, devido à sua paixão pelo mar. Ali instalou o primeiro
laboratório de biologia marítima portuguesa, com tanques onde conservava as espécies capturadas, durante as suas viagens.
Com
a implantação da República, as gentes de Cascais aderiram ao movimento
revolucionário e, até 1926, viveram o
clima de instabilidade política do resto do país. No entanto, tal como
aconteceu com o Estoril, Cascais também iniciou um período de desenvolvimento
turístico se foi desenvolvendo, tendo como ajuda a facilidade de acesso
propiciado pelo caminho-de-ferro e pela estrada Marginal.
Em
1940, os Paços do Concelho instalam-se no Palácio dos Condes da Guarda.
O
orago de Cascais é Nossa Senhora da Assunção.
A Igreja
Matriz localiza-se junto à Cidadela de Cascais e ao antigo Convento de Nossa
Senhora da Piedade.
É
um templo muito antigo, que já existia em 1572.
O
terramoto de 1755 provocou grandes estragos na igreja e as obras de recuperação
prolongaram-se até ao século XX.
A
igreja tem planta longitudinal com duas
torres sineiras laterais.
O
interior é amplo, com decoração muito rica em azulejos, talha dourada e pintura.
À
entrada, destaca-se o baptistério, revestido de azulejos a pia baptismal em
pedra.
Tem
quatro altares laterais em talha dourada no chamado "estilo
nacional".
Cascais tem um vasto património, que será alvo do post de amanhã.
Obrigada pela sua presença. Volte sempre!
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