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domingo, 9 de janeiro de 2011

Jogos e Brinquedos

Hoje o dia esteve novamente invernoso e triste. O vento  e fortes bátegas de chuva convidavam à permanência em casa. E, foi isso que aconteceu. A Leonor e a mãe vieram almoçar e, enquanto o almoço se fazia, estiveram a montar a casa da Barbie. De vez em quando compro-lhe uns móveis e outras pecinhas e elas adoram colocar tudo nos respectivos locais. Passam imenso tempo a brincar as duas numa cumplicidade que dá gosto.




Após o almoço, regressaram a sua casa e aqui fiquei na  companhia das minhas recordações. Como que por magia, vi-me no Sobral Magro em casa da  minha avó, ali bem junto ao Largo da Barroca.
O Largo da Barroca era o local  onde a garotada se juntava para  fazerem as suas brincadeiras e diabruras. 
E lá estavam eles. Pareceu-me ouvir uma grande algazara de meninas que se tentavam esconder enquanto a voz da Hortensita  contava:" Um, dois, três, quatro, ... cem. Arronda arronda quem quiser que se esconda."
E lá ia ela, muito pequenina mas cheia de genica, de esquina em esquina, na tentativa de descobrir as outras , que muitas vezes não conseguiam manter o riso e eram logo descobertas.
Aproveitando o facto de o tanque comunitário que havia na aldeia   estar quase sempre vazio, devido à falta de água que se sentia na época, um outro grupo de crianças brincava lá dentro. Ouvia-os dizer: "Dá-me lume" ao que o outro respondia "Vai àquela casa que te fume". Novamente se ouvia uma enorme berraria, enquanto trocavam de lugares.
O Agostinho, o Armindo, o Carlos,  os gémeos e outros rapazes jogavam à rolha. Às vezes desentendiam-se e acabavam à bulha mas, no dia seguinte, já estava tudo bem.
Eram jogos simples e não havia brinquedos, mas  as crianças gritavam e  riam entusiasmadas.
Eram outros tempos. Tempos de grandes dificuldades, mas as crianças da minha aldeia eram felizes. 



Obrigada pela visita. Volte sempre.


2 comentários:

Flora Maria disse...

O que eu pude observar, Lourdes, é que as crianças sempre estão felizes a brincar, em qualquer ocasião e em qualquer circustância. Às vezes vemos fotos de desgraças, catástrofes, inundações, e lá estão as crianças rindo e brincando, em meio ao caos reinante.

Como seria bom se pudéssemos manter esse espírito jovial ao longo de toda a nossa existência...

Beijo

Anónimo disse...

NÃO SEI COMO É QUE TU CONSEGUES LEMBRAR DE TUDO ISSO EU NÃO CONSIGO!!!!!ESTOU A CHORAR

HORTENSE