Nos últimos tempos, sempre que me desloco a Coimbra, a capital do distrito da minha aldeia, é para ir ao hospital.
Hoje porém, tal não aconteceu e fui acompanhar o meu pai, para ele resolver os seus assuntos na cidade.
Enquanto esperava no carro, embarquei numa viagem ao passado e passaram pela minha lembrança outros momentos, em que esperava também pelo meu pai, enquanto ele envidava esforços para conseguir obras que conduzissem a nossa aldeia para um futuro melhor.
Eram horas e horas que eu e a minha mãe passávamos no carro.
E como custavam a passar! E eu, ainda criança, desesperava.
Por vezes, a minha mãe levava-me para o jardim do Penedo da Saudade para eu ali me distrair e não a arreliar.
Mas valeu a pena.
Hoje em dia, a aldeia possui as infraestruturas básicas e nela pode viver-se como se estivéssemos na cidade.
Acabaram as viagens a pé, para nos deslocarmos, acabaram os candeeiros a petróleo para nos alumiar, acabaram as deslocações à fonte, com o cântaro à cabeça, acabaram os despejos nas estrumadas,...
Mas, agora que a aldeia tem boas condições de habitabilidade, estão a acabar as pessoas na povoação.
Obrigada pela sua presença. Volte sempre!
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