Localizada
a aproximadamente 30 Km da capital, a pitoresca cidade de Vila Franca de Xira é sede de concelho, do qual fazem parte seis freguesias:
Alhandra, Calhandriz e São João dos Montes; Alverca do Ribatejo e
Sobralinho; Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras; Póvoa de Santa Iria e
Forte da Casa; Vialonga e Vila Franca de Xira.
Toda a região onde se encontra implantada esta cidade, foi ocupada desde tempos ancestrais, como o comprovam os achados arqueológicos encontrados ao longo dos tempos, que nos remontam para perto de um milhão de anos.
Bem mais tarde, foi ocupada pelos vários povos que invadiram e se fixaram no país. Na área ocupada pela cidade, surgiu a Vila de Povos, uma povoação portuária onde os mercadores romanos faziam o seu comércio, chegando aos nossos dias vestígios de edifícios, ossos humanos e várias peças de cerâmica.
Os Mouros também deixaram a marca da sua presença, numa estrutura defensiva localizada no Alto do Monte do Senhor da Boa Morte e o gosto na arte de domar cavalos selvagens e lidar touros.
Durante a reconquista cristã, D. Afonso Henriques foi auxiliado por cruzados ingleses e, como reconhecimento, doou-lhes alguns terrenos situados nas margens do Tejo.
Estes fundaram então uma povoação onde predominava a
actividade mercantil, tendo como modelo as feiras francas,
nascendo assim Vila Franca.
No entanto, os ingleses não ficaram muito tempo e devolveram as terras ao rei.
Em
1195, D. Sancho I concedeu carta de foral à Vila de Povos e, preocupado com os
constantes ataques muçulmanos, em 1206, entregou Vila Franca e a herdade
de Cira a D. Froila, nora do rei de Leão e Castela e prima do rei português, para que implementasse o povoamento e defesa da região.
Em 1212, esta nobre fidalga concedeu foral a Vila Franca de Xira, unindo as suas propriedades que, mais tarde, doou à Ordem dos Templários.
Até voltar à posse do reino, Vila Franca de Xira pertenceu ainda à Ordem de Cristo.
Com o passar dos tempos, a povoação de Portos foi perdendo importância enquanto Vila Franca se desenvolvia cada vez mais.
Foi durante a época dos descobrimentos que Vila Franca de Xira viveu anos de maior notoriedade. Nos seus estaleiros foram construídos muitos dos navios que partiram à descoberta de novas terras e, em 1487, dali partiu a armada de Bartolomeu Dias que, pela primeira vez, dobrou o Cabo da Boa Esperança.
Apesar de também ter sofrido grandes danos com o terramoto de 1755, Vila Franca de Xira acolheu um grande número de famílias nobres que fugiram de Lisboa.
Várias quintas agrárias surgem por toda a região mas é do outro lado do rio, em plena lezíria ribatejana que os vilafranquenses encontram o seu modo de vida. Os touros, os cavalos e os campinos são a imagem de marca da região.
Durante a Terceira Invasão Francesa, a região periférica de Vila Franca de Xira teve uma importância primordial na defesa da cidade de Lisboa, com a construção das fortificações das Linhas de Torres.
Em
1823, esta localidade foi palco duma rebelião. O Infante D. Miguel, apoiado por sua mãe a rainha Carlota Joaquina, opôs-se à Constituição de 1822, querendo restaurar o absolutismo. Este movimento, conhecido por
Vilafrancada, acabou por fracassar com a rendição dos revoltosos.
A industrialização e a construção
linha-férrea que ligava Lisboa ao Carregado, provocaram novo grande aumento da população.
As grandes famílias agrárias davam também trabalho sazonal a muitos trabalhadores, vindos de vários pontos do país e alguns acabaram por se fixar na região.
Em 1932, realiza-se a primeira festa do Colete Encarnado.
Devido à dificuldade de ligação entre as duas margens, que apenas se fazia de barco, há muito se pensava na construção duma ponte que ligasse as duas margens do Tejo. Assim, em 1951 foi construída a Ponte Marechal Carmona, que em muito beneficiou tanto os trabalhadores que diariamente se deslocavam para as lezírias como para todos aqueles que se dirigiam para o Sul do país.
No que concerne ao património da cidade, para além dos citados no post anterior, podemos destacar:
- Alto do Senhor da Boa Morte
Este é um local onde existem indícios de povoamento e
necrópoles medievais e as ruínas de um solar
dos séculos XVI a XVIII, pertencente à família dos Ataíde, condes de
Castanheira. Ali, foi construído um santuário com uma capela em honra do Senhor da Boa Morte, dos
séculos XVI a XVII.
- Celeiro da Patriarcal
Este edifício foi construído em meados do século XVIII, para a Igreja Patriarcal de
Lisboa. No
exterior, sobressai o remate da porta
e o frontão que encima a sua fachada principal.Actualmente, é um local utilizado para exposições temáticas.
- Igreja da Misericórdia
Datado do século XVI, esta igreja aloja, no seu interior, importantes obras
de arte sacra, bem como um importante conjunto de azulejos do século XVIII, alusivos às Obras da Misericórdia.
- Pelourinho de Povos
Classificado
como Imóvel de Interesse Público, este pelourinho manuelino foi construído junto à Casa da
Câmara da antiga Vila de Povos, no cruzamento da estrada
real com a rua que dava acesso à Igreja Matriz de N. Sra. de Assunção de
Povos.
- Pelourinho de Vila Franca de Xira
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