Antigamente os de Fajão não conheciam a foice. Para ceifar o centeio eram precisos quatro homens: um levava um cepo, outro dobrava o centeio para cima do cepo, o terceiro
punha um formão em cima do centeio e o quarto batia com o maço no
formão.
Quando andavam a ceifar, calhou a passar por ali um almocreve. Este viu aquilo e disse assim:
- Quanto dão vocês a quem vos trouxer um bichinho que ceifa isso tudo em pouco tempo?
- Trinta mil réis e uma carga de presuntos. À volta, o almocreve trouxe-lhes o foicinho.
- Trinta mil réis e uma carga de presuntos. À volta, o almocreve trouxe-lhes o foicinho.
Ao outro dia, eles foram ceifar o centeio, mas como não tinham prática, o
primeiro que experimentou o “bichinho” fez logo um golpe na mão
esquerda.”Ai o bichinho que já me mordeu!” Atirou com o foicinho para o
meio da ceara e fugiram todos.
No dia seguinte voltaram lá armados de paus.”Vamos lá a ver que tal está o bicho”. Lá estava o foicinho no mesmo sítio, mas com a orvalhada da noite tinha algumas malhas de ferrugem.
No dia seguinte voltaram lá armados de paus.”Vamos lá a ver que tal está o bicho”. Lá estava o foicinho no mesmo sítio, mas com a orvalhada da noite tinha algumas malhas de ferrugem.
“Olhem como ele está !Até está malhado !...”
Vai um e dá-lhe uma paulada na ponta que estava virada para cima. O
foicinho fez bilharda e foi encavalitar-se no pescoço de um dos homens.
Então o outro que era compadre dele, acudiu a tirar o foicinho, mas com
tanta infelicidade que ceifou a cabeça ao homem. Apanhou de repente a
cabeça e colocou-lha em cima; como estava quente, colou logo e o homem
começou a andar, mas a cara ficou virada para as costas, de modo que o
compadre dizia:
“Ó compadre ,não sei se vais se vens”.
“Ó compadre ,não sei se vais se vens”.
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
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