Identidade
Matei a lua e o luar difuso.
Quero os versos de ferro e de cimento.
E em vez de rimas, uso
As consonâncias que há no sofrimento.
Universal e aberto, o meu instinto acode
A todo o coração que se debate aflito.
E luta como sabe e como pode:
Dá beleza e sentido a cada grito.
Mas como as inscrições nas penedias
Têm maior duração,
Gasto as horas e os dias
A endurecer a forma da emoção.
Miguel Torga, in 'Penas do Purgatório'
Quero os versos de ferro e de cimento.
E em vez de rimas, uso
As consonâncias que há no sofrimento.
Universal e aberto, o meu instinto acode
A todo o coração que se debate aflito.
E luta como sabe e como pode:
Dá beleza e sentido a cada grito.
Mas como as inscrições nas penedias
Têm maior duração,
Gasto as horas e os dias
A endurecer a forma da emoção.
Miguel Torga, in 'Penas do Purgatório'
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1 comentário:
Bom dia
Agradeço as simpáticas palavras em lidacoelho.
Nós ainda apanhámos muitas batatas, feijão e milho, mas hoje os meninos pensam que o leite e todos os produtos nascem nas grandes superfícies comerciais.
Este poema de Miguel Torga é um grito de inquietação. Transcrevo:
"E luta como sabe e como pode:
Dá beleza e sentido a cada grito."
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