Uma grande maioria destes auxiliares da população serrana eram feitos na aldeia natal do meu pai - o Sobral Gordo. Ali existiram alguns dos mais conceituados canastreiros da freguesia que traziam à aldeia muitos habitantes das aldeias vizinhas que pretendiam comprar as suas cestas, cestos e até berços.
Havia as cestas normais e umas mais pequenas ( balaios ) que eram utilizadas no transporte dos diversos produtos agrícolas.
Os cestos tinham tamanhos diversos. A minha avó dava-me um cesto de quarta para eu levar para a fazenda, pois eu queria imitar a minha tia que transportava um maior. Ela, cheia de destreza, subia e descia as encostas dos montes, com o cesto à cabeça, apenas protegida por uma rodilha, sem sequer o segurar. Atrás dela, eu tentava fazer o mesmo mas não conseguia e, de vez em quando, tinha que o segurar para não o deixar cair ao chão.
Também havia alguns casais que deitavam os seus bebés em berços semelhantes às cestas. Um pouco mais estreitos e altos, devido ao abaulado do seu fundo eram propícios para as mães embalarem os seus filhos e também para os transportarem à cabeça, quando tinham que se deslocar.
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
4 comentários:
A estas coisas chamo preciosidades da nossa terra.
Aqui penso que ainda resistem alguns cesteiros que fazem este artesanato.
Aos poucos perdemos a nossa cultura e o saber feito pelas gentes das nossas aldeias.
É pena que num tempo com plástico e outros materiais sintéticos esta arte de fazer objectos usuais não se mantivesse . Cumprimentos de Antuérpia
Na minha terra ainda se vê muitos trabalhos destes, nas feiras. Acho lindos!
Beijinhos.
Ainda há quem resista , Lourdes . Nas feiras e mercados da minha terra aparecem sempre ..Ainda há pouco tempo comprei um "cabaz " para decoração e uma "fecisca " para ir às compras . Não sei qual é o nome que lhes dá ...As que têm só uma asa , servem para levar as merendas ou para apanhar a azeitona , por exemplo , são , somente ,"Cestas". Também nelas se trás a fruta ou a hortaliça quando se vem da horta...Enfim ...é bom que continuem a persistir.
Beijinhos
Quina
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