( Joseph Addison)
Hoje o dia esteve novamente muito quente. Se há dias atrás o frio convidava a passar o tempo no quentinho de casa, nos últimos dias já cheira a Verão e a férias na aldeia. Enquanto preparava o meu café, numa máquina de café-expresso, lembrei-me das minhas férias na aldeia, quando era ainda uma criança. Tudo era diferente.
Logo de manhã, acordava esfomeada e corria para a cozinha onde a minha avó, sentada num banquinho de madeira, ia colocando algumas malgas sobre uma tripeça, onde já havia um naco de broa e um queijo fresco, ainda rodeado pelo acincho, acabadinho de sair da queijeira colocada no forro da casa.
Na fogueira, um púcaro de barro negro fumegava e exalava um cheirinho bom a café , o café da avó.
Dum dos lados das cavacas em brasa, o feijão fervia numa panela de ferro. Do outro, num caldeiro cozinhava-se a lavagem para os porcos.
Então, ainda ensonada, sentava-me e bebia a malga com café e comia uma fatia de broa com queijo. A minha avó esfarelava um naco de broa para a malga dela e misturava-lhe o café.
E ali ficávamos as duas a saborear a primeira refeição do dia, enquanto o meu avô e a minha tia trabalhavam no campo.
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
3 comentários:
Delícia de texto, Lourdes, mas agora vamos à tradução !
Malga =
Tripeça =
Acincho=
Apesar de conhecer: Púcaro, Cavacas e Caldeiro, não são termos que costumamos usar por aqui.
Adoro essas diferenças linguísticas, esses termos regionais.
Senti-me na cozinha, junto da sua avó, inalando os cheiros gostosos da sua infância.
Beijo
Hummmm. que eu bem comia um pedaço desse queijinho.Gostei muito da música que me remeteu aos verões nas aldeias.
Aproveito e convido-a para a Blogagem de Maio,cujo tema é: Este mês,vamos ao museu.!Pode escrever sobre o seu museu português preferido ou monumento...Já sabe aminhaldeia@sapo.pt
Jocas gordas
Lena
Embora com atrazo venho aqui deixar o meu obrigada a todos os seguidores do teu blogue que me deram os parabéns
Mas é assim a menina da cidade com sapatos e laço na cabeça e eu descalça!!! Adorava andar descalça agora já não consigo
Isso não se fáz estás sempre a fazer-me chorar com a lembranças do café da avó Beijinhos HORTENSE
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