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sexta-feira, 8 de março de 2019

Porque é fim de semana: União das Freguesias de Leomil, Mido, Senouras e Aldeia Nova

Porque é fim de semana, vamos prosseguir na descoberta das  localidades portuguesas do concelho de  Almeida,  indo para a União de Freguesias de  Leomil, Mido, Senouras e Aldeia Nova.
Vamos conhecer um pouco destas quatro antigas freguesias, unidas pela Reforma Administrativa de 2013.

Leomil



Esta povoação tem a sua origem no século IX, resultando de uma doação do rei a um guerreiro chamado Leodmiro pelos seus feitos na luta contra os mouros. 
Foi  pertença da Ordem dos Templários até à sua extinção e passou depois para o domínio da ordem militar espanhola de Nossa Senhora de Roncesvales. Nos limites da freguesia existem diversos marcos ou padrões com inscrições que dizem: Duque de Ronces Vales.
Leomil tem a sua ancestralidade justificada  pelos vestígios encontrados dos quais fazem parte, entre outros, a Fonte Romana, a igreja,  o presbitério, antigo convento habitado pelos Templários e pelos monges espanhóis, as sepulturas esculpidas na rocha,  o lagar de azeite e vinho de origem árabe. 
A cultura popular conta que, inicialmente,  esta povoação situava-se a, aproximadamente, duzentos metros da actual, mas que uma  invasão de formigas fez com que os seus habitantes mudassem para o local actual.
Verdade ou não, o que  é certo é que   foram encontradas moedas e objectos de épocas bem remotas em escavações que ali se fizeram.
Leomil fez parte do concelho de Castelo Mendo até à sua extinção em 1855, transitando então para o de Sabugal, onde permaneceu até 1870, data em que passou a integrar o actual. Pertenceu à comarca de Pinhel, ao bispado de Viseu e ao arciprestado de Castelo Mendo. 
Da antiga freguesia fazia ainda parte a aldeia  de  Ansul.


O orago de Leomil é Nossa Senhora da Anunciação e a sua igreja Matriz  data de 1189, como consta numa epígrafe colocada num dos arcos da nave e que se crê ser a data da sua conclusão. Inicialmente seria uma construção românica, mas mais tarde, terá sido alvo de uma reforma onde o templo terá sido alargado passando a ter o aspecto actual. Tem planta longitudinal, composto por nave única e capela-mor rectangular, com tecto de madeira.

Na aldeia existe ainda outro património relevante:
- Fonte Romana (Mergulho e Pia); 


- Cabeceira de Sepultura Discóide no Largo da Igreja;


- Sepultura Antropomórfica cavada na rocha no Largo da Igreja;


- Cruzeiro – séc. XII (1140);

- Povoado Romano e Medieval do Sítio dos Telhões; 

- Sepultura Antropomórfica cavada na rocha no sítio dos Telhões. 

Mido



Esta antiga freguesia situa-se numa  das encostas que ladeiam o Rio Côa, em frente a Castelo Bom.
O povoamento humano nesta Freguesia é muito antigo e a comprovar  a sua ancestralidade estão as diversas sepulturas cavadas na rocha ali encontradas. 
Pertenceu ao concelho de Castelo Mendo, extinto pelo decreto de 24 de Outubro de 1855, passando a fazer parte do concelho de Sabugal.
Foi anexada ao concelho de Almeida por decreto de 7 de Dezembro de 1870.
Transitou para a Diocese da Guarda aquando da extinção da Diocese de Pinhel.
O orago de Mido é Santo António.


A sua Igreja, datada do séc. XVIII / XIX, é um dos principais valores arquitectónicos da freguesia. No século XVIII, tinha dois altares, para além do altar-mor: o de S. Sebastião e o de Nossa Senhora. 


Existe  na freguesia outro local de culto muito conhecido, a Capela de São Roque, também do séc. XVIII.

Existe ainda outro património interessante, na aldeia: 
- Calvário – séc. XVIII / XIX; 


- Fonte da Aldeia (Mergulho) –  séc. XVIII / XIX; 


- Ponte de S. Roque – séc. XIX / XX; 


- Lagar Escavado na Rocha no sítio da Lapa do Martinho –  Período Romano;

- Sepultura Antropomórfica cavada na rocha no sítio da Vinha da Igreja –  Medieval;...

Senouras


A antiga freguesia de Senouras fica situada num planalto, na margem esquerda do rio Côa.
O seu povoamento remonta a épocas muito recuadas. Devido à existência, nas redondezas, de sepulturas escavadas nas rochas, é crível que esta zona fosse habitada na pré-história.
Foi lugar da freguesia de Leomil, a quem esteve ligada durante vários séculos, antes de se autonomizar. No século XVIII, ainda o reitor de Leomil apresentava o cura de Senouras. Pertenceu ao concelho de Castelo Mendo até 1855, ano em que foi extinto. Após essa data, passou a integrar o concelho do Sabugal até 7 de Dezembro de 1870. A partir de então, passou a fazer parte do concelho de Almeida, ao qual hoje pertence.
Transitou para a Diocese da Guarda aquando da extinção da Diocese de Pinhel (1881).


O seu orago é Santa Catarina 
A  Igreja Matriz situa-se em frente do jardim principal da aldeia. 
Tem raiz romântica e é considerada uma das mais antigas do distrito da Guarda.
No seu interior, destaque para as imagens de Santa Catarina, Santa Luzia, Nossa Senhora do Rosário, Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora de Fátima.

Existe ainda outro património com interesse em Senouras:
- Fonte de Mergulho de Santa Ana – séc. XVIII / XIX; 

- Cruzeiros –  séc. XVIII / XIX; 

- Lagar romano situado nas proximidades da Igreja,  junto à  estrada que vai para Aldeia Nova;

- Alpendre de Feira –  séc. XIII / XIV; 

- Lagar de Fuso – séc. XIX;

- Lagar Escavado na Rocha no sítio do Quinteiro – Período Romano;...


Aldeia Nova



Esta povoação situa-se na margem esquerda do Rio Côa.
Pertenceu ao antigo concelho de Castelo Mendo. No Século XVIII,era uma freguesia governada por um juiz pedâneo, sujeito ao ordinário de Castelo Mendo. Em 1855, este concelho foi extinto  passando a fazer parte  do concelho de Sabugal. Foi anexado ao concelho de Almeida por decreto de 7 de Dezembro de 1870.
A antiga freguesia era abadia da apresentação do bispo de Pinhel, no termo da vila de Castelo Mendo e estava a cargo de um abade de apresentação do ordinário com uma renda média de 150 mil réis. Transitou para a Diocese da Guarda aquando da extinção da Diocese de Pinhel.



O orago de Aldeia Nova é Santa Maria Madalena. 
A Igreja Matriz, do século XVIII/XIX,  tinha três altares, o altar-mor  e dois colaterais onde figuravam Nossa Senhora do Rosário e Santo Estevão. 
Existia ainda uma Irmandade de Santo Estevão.
Para além da Igreja Matriz existe também, na povoação, uma Capela  dedicada a Santa Bárbara, que data também do século XIX/XX



Do restante património desta localidade, destacam-se entre outros:

- Casa tradicional de arquitectura popular do Largo da Amoreira - século XIX;

- Nicho de Santo António situado na Rua Direita - século XVIII/XIX;

- Povoado Romano das Trigueiras - Rural;

- Tronco de Ferragem no Largo da Amoreira - século XIX;



Fotos e fonte da Internet


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