Porque é fim de semana, vamos prosseguir na descoberta das localidades
portuguesas do concelho de Almeida, indo para a União de Freguesias de Leomil, Mido, Senouras e Aldeia Nova.
Vamos conhecer um pouco destas quatro antigas freguesias, unidas pela Reforma Administrativa de 2013.
Foi pertença da Ordem dos
Templários até à sua extinção e passou depois para o domínio da ordem militar
espanhola de Nossa Senhora de Roncesvales. Nos limites da freguesia existem
diversos marcos ou padrões com inscrições que dizem: Duque de Ronces Vales.
Leomil tem a sua ancestralidade justificada pelos vestígios encontrados dos quais fazem parte, entre outros, a Fonte Romana, a igreja, o presbitério, antigo convento habitado pelos Templários e pelos monges espanhóis, as sepulturas esculpidas na rocha, o lagar de azeite e vinho de origem árabe.
A cultura popular conta que, inicialmente, esta povoação situava-se a, aproximadamente, duzentos metros da actual, mas que uma invasão de formigas fez com que os seus habitantes mudassem para o local actual.
Verdade ou não, o que é certo é que foram encontradas moedas e objectos de épocas bem remotas em escavações que ali se fizeram.
Leomil fez parte do concelho de Castelo Mendo até à sua extinção em 1855, transitando então para o de Sabugal, onde permaneceu até 1870, data em que passou a integrar o actual. Pertenceu à comarca de Pinhel, ao bispado de Viseu e ao arciprestado de Castelo Mendo.
Da antiga freguesia fazia ainda parte a aldeia de Ansul.
O orago de Leomil é Nossa
Senhora da Anunciação e a sua igreja Matriz data de 1189, como consta numa
epígrafe colocada num dos arcos da nave e que se crê ser a data da sua
conclusão. Inicialmente seria uma construção românica, mas mais tarde, terá sido alvo de uma
reforma onde o templo terá sido alargado passando a ter o aspecto actual. Tem planta
longitudinal, composto por nave única e capela-mor rectangular, com tecto de
madeira.
Na aldeia existe ainda outro património relevante:
- Cruzeiro – séc. XII (1140);
- Povoado Romano e Medieval do Sítio dos Telhões;
- Sepultura Antropomórfica cavada na rocha no sítio dos
Telhões.
Mido
Esta antiga freguesia situa-se numa das encostas que ladeiam o Rio Côa, em frente a Castelo Bom.
O povoamento humano nesta Freguesia é muito antigo e a comprovar a sua ancestralidade estão as diversas
sepulturas cavadas na rocha ali encontradas.
Pertenceu ao concelho de Castelo Mendo, extinto pelo decreto
de 24 de Outubro de 1855, passando a fazer parte do concelho de Sabugal.
Foi anexada ao concelho de Almeida por decreto de 7 de
Dezembro de 1870.
Transitou para a Diocese da Guarda aquando da extinção da
Diocese de Pinhel.
O orago de Mido é Santo António.
A sua Igreja, datada do séc. XVIII / XIX, é um dos principais valores
arquitectónicos da freguesia. No século XVIII, tinha dois altares, para além do altar-mor: o
de S. Sebastião e o de Nossa Senhora.
Existe na freguesia outro local de culto muito conhecido, a Capela de São Roque, também do séc. XVIII.
Existe ainda outro património interessante, na aldeia:
- Calvário – séc. XVIII / XIX;
- Fonte da Aldeia (Mergulho) – séc. XVIII / XIX;
- Ponte de S. Roque – séc. XIX / XX;
- Lagar Escavado na Rocha no sítio da Lapa do Martinho – Período Romano;
- Sepultura Antropomórfica cavada na rocha no sítio da Vinha
da Igreja – Medieval;...
Senouras
A antiga freguesia de Senouras fica situada num planalto, na
margem esquerda do rio Côa.
O seu povoamento remonta a épocas muito recuadas. Devido à
existência, nas redondezas, de sepulturas escavadas nas rochas, é crível que
esta zona fosse habitada na pré-história.
Foi lugar da freguesia de Leomil,
a quem esteve ligada durante vários séculos, antes de se autonomizar. No século
XVIII, ainda o reitor de Leomil apresentava o cura de Senouras. Pertenceu ao
concelho de Castelo Mendo até 1855, ano em que foi extinto. Após essa data,
passou a integrar o concelho do Sabugal até 7 de Dezembro de 1870. A partir de
então, passou a fazer parte do concelho de Almeida, ao qual hoje pertence.
O seu orago é Santa Catarina
A Igreja Matriz situa-se em frente do jardim principal da
aldeia.
Tem raiz romântica e é considerada uma das mais antigas do distrito da
Guarda.
No seu interior, destaque para as imagens de Santa Catarina,
Santa Luzia, Nossa Senhora do Rosário, Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora
de Fátima.
Existe ainda outro património com interesse em Senouras:
- Fonte de Mergulho de Santa Ana – séc. XVIII / XIX;
- Cruzeiros – séc. XVIII / XIX;
- Lagar romano situado nas proximidades da Igreja, junto à estrada que vai para Aldeia Nova;
- Alpendre de Feira – séc. XIII / XIV;
- Lagar de Fuso – séc. XIX;
- Lagar Escavado na Rocha no sítio do Quinteiro – Período Romano;...
Aldeia Nova
Esta povoação situa-se na margem esquerda do Rio Côa.
Pertenceu ao antigo concelho de Castelo Mendo. No Século XVIII,era uma freguesia governada por um juiz pedâneo, sujeito ao ordinário de Castelo Mendo. Em 1855, este concelho foi extinto passando a fazer parte do concelho de Sabugal. Foi anexado ao concelho de Almeida por decreto de 7 de Dezembro de 1870.
A antiga freguesia era abadia da apresentação do bispo de Pinhel, no termo da vila de Castelo Mendo e estava a cargo de um abade de apresentação do ordinário com uma renda média de
150 mil réis. Transitou para a Diocese da Guarda aquando da extinção da Diocese de Pinhel.
O orago de Aldeia Nova é Santa Maria Madalena.
A Igreja Matriz, do século XVIII/XIX, tinha três altares, o altar-mor e dois colaterais onde figuravam Nossa Senhora do Rosário e Santo Estevão.
Existia ainda uma Irmandade de Santo Estevão.
Para além da Igreja Matriz existe também, na povoação, uma Capela dedicada a Santa Bárbara, que data também do século XIX/XX.
O orago de Aldeia Nova é Santa Maria Madalena.
A Igreja Matriz, do século XVIII/XIX, tinha três altares, o altar-mor e dois colaterais onde figuravam Nossa Senhora do Rosário e Santo Estevão.
Existia ainda uma Irmandade de Santo Estevão.
Para além da Igreja Matriz existe também, na povoação, uma Capela dedicada a Santa Bárbara, que data também do século XIX/XX.
Do restante património desta localidade, destacam-se entre outros:
- Casa tradicional de arquitectura popular do Largo da
Amoreira - século XIX;
- Nicho de Santo António situado na Rua Direita - século
XVIII/XIX;
- Povoado Romano das Trigueiras - Rural;
- Tronco de Ferragem no Largo da Amoreira - século XIX;
Fotos e fonte da Internet
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