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terça-feira, 19 de março de 2019

Dia do Pai

Convencionou-se que hoje, dia de São José, se festejava o Dia do Pai. Dias do Pai são todos os dias, mas seguindo a tradição,  envio ao meu, um poema de Mário Quintana e um grande beijinho, com votos de muita saúde.

A imagem pode conter: Arnaldo Filipe, a sorrir, óculos graduados


AS MÃOS DO MEU PAI

“As tuas mãos têm grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
— como são belas as tuas mãos —
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos…

Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas…


Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah, Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.

E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas…
essa chama de vida — que transcende a própria vida…
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma…”

Mário Quintana, in Esconderijos do Tempo

Obrigada pela sua presença. Volte sempre!




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