Após umas férias na aldeia e, de regresso a casa, aqui deixo um poema de Ary dos Santos, acerca dum dos símbolos da região onde habito.
O CACILHEIRO
Lá vai no mar da Palha o cacilheiro,
Comboio de Lisboa sobre a água;
Cacilhas e Seixal, Montijo mais Barreiro,
Pouco Tejo, pouco Tejo e muita mágoa.
Na ponte passam carros e turistas
Iguais a todos os que há no mundo inteiro,
Mas, embora mais caras, a ponte não tem vistas
Como as dos peitoris do cacilheiro.
Leva namorados, marujos,
Soldados e trabalhadores,
E parte de um cais
Que cheira a jornais,
Morangos e flores.
Regressa contente,
Levou muita gente
E nunca se cansa.
Parece um barquinho
Lançado no Tejo
Por uma criança.
Num carreirinho aberto pela espuma,
Lá vai o cacilheiro Tejo à solta,
E as ruas de Lisboa, sem ter pressa nenhuma,
Tiraram um bilhete de ida e volta.
Alfama, Madragoa, Bairro Alto,
Tu-cá tu-lá num barco de brincar,
Metade de Lisboa à espera do asfalto,
E já meia saudade a navegar.
Leva namorados, marujos,
Soldados e trabalhadores,
E parte de um cais
Que cheira a jornais,
Morangos e flores,
Regressa contente,
Levou muita gente
E nunca se cansa,
Parece um barquinho
Lançado no Tejo
Por uma criança.
Se um dia o cacilheiro for embora,
Fica mais triste o coração da água,
E o povo de Lisboa dirá, como quem chora,
Pouco Tejo, pouco Tejo e muita mágoa.
Comboio de Lisboa sobre a água;
Cacilhas e Seixal, Montijo mais Barreiro,
Pouco Tejo, pouco Tejo e muita mágoa.
Na ponte passam carros e turistas
Iguais a todos os que há no mundo inteiro,
Mas, embora mais caras, a ponte não tem vistas
Como as dos peitoris do cacilheiro.
Leva namorados, marujos,
Soldados e trabalhadores,
E parte de um cais
Que cheira a jornais,
Morangos e flores.
Regressa contente,
Levou muita gente
E nunca se cansa.
Parece um barquinho
Lançado no Tejo
Por uma criança.
Num carreirinho aberto pela espuma,
Lá vai o cacilheiro Tejo à solta,
E as ruas de Lisboa, sem ter pressa nenhuma,
Tiraram um bilhete de ida e volta.
Alfama, Madragoa, Bairro Alto,
Tu-cá tu-lá num barco de brincar,
Metade de Lisboa à espera do asfalto,
E já meia saudade a navegar.
Leva namorados, marujos,
Soldados e trabalhadores,
E parte de um cais
Que cheira a jornais,
Morangos e flores,
Regressa contente,
Levou muita gente
E nunca se cansa,
Parece um barquinho
Lançado no Tejo
Por uma criança.
Se um dia o cacilheiro for embora,
Fica mais triste o coração da água,
E o povo de Lisboa dirá, como quem chora,
Pouco Tejo, pouco Tejo e muita mágoa.
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
1 comentário:
Poemas que sempre são agradáveis por uma imagem de Lisboa, do Tejo e suas gentes.
Felicidades neste mês de MAIO
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