A festa começava muito antes do dia marcado, para se fazerem os preparativos e nada falhar na altura própria. As tardes quentes de Verão eram passadas junto à casa da tia Maria do Céu, onde as mordomas se juntavam. Umas cortavam papel e faziam as rifas enquanto outras recortavam coloridas bandeiras. Das mãos habilidosas das mais prendadas apareciam lindas flores de papel que logo suscitavam o interesse na sua aprendizagem. Enquanto isso, a conversa animava e eram descobertas muitas novidades e até segredos da aldeia. Nestes dias fazíamos uma festa e passávamos momentos de agradável convívio e boa disposição.
Vinha o dia de ir "pedir para a quermesse" e era outra festa. Novamente em grupo, seguíamos de casa em casa percorrendo toda a povoação e os casais. Éramos sempre muito bem recebidas e de todas elas trazíamos uma prendinha para as rifas da quermesse ou para o leilão.
Na semana anterior à festa, o trabalho redobrava. Os rapazes colaboravam nos preparativos indo ao baldio cortar os pinheiros necessários para fazerem o coreto, a quermesse, o bar, e os vários os arcos que se espalhavam pela população. Terminado o trabalho, iam a casa buscar os instrumentos musicais e faziam a sua festa em arruadas pelas ruas da povoação e por muitas das suas adegas.
Era de novo a vez das mordomas. Com toda a panóplia de bandeiras, flores, festões e outros enfeites, ornamentavam o melhor que podiam os arcos, as ruas e o largo.
Era de novo a vez das mordomas. Com toda a panóplia de bandeiras, flores, festões e outros enfeites, ornamentavam o melhor que podiam os arcos, as ruas e o largo.
Nas ruas cheirava a festa. O odor a chanfana vindo dos fornos misturava-se com o dos coscoréis vindo das cozinhas onde se preparavam as iguarias para as refeições dos dias de festa.
Na véspera do grande dia, chegavam os foguetes pela mão do tio Zé Matias da Relva Velha. A partir de então o seu som soava nos ares ecoava nas barrocas,levando às aldeias vizinhas a notícia da festa.
Era também o dia da chegada da aparelhagem sonora, alugada ao Sr. Ceiroco de Arganil. Como a povoação não tinha luz eléctrica, trazia um gerador de energia que, para além de proporcionar música através dos seus altifalantes, trazia também iluminação às ruas da aldeia, durante os dias da festa.
Todos estes preparativos eram já uma festa e a aldeia ganhava uma vida diferente. Os seus habitantes quebravam rotinas e dedicavam-se à folia deixando para segundo plano o árduo trabalho do campo.
Era também o dia da chegada da aparelhagem sonora, alugada ao Sr. Ceiroco de Arganil. Como a povoação não tinha luz eléctrica, trazia um gerador de energia que, para além de proporcionar música através dos seus altifalantes, trazia também iluminação às ruas da aldeia, durante os dias da festa.
Todos estes preparativos eram já uma festa e a aldeia ganhava uma vida diferente. Os seus habitantes quebravam rotinas e dedicavam-se à folia deixando para segundo plano o árduo trabalho do campo.
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
1 comentário:
Gosto muito desses preparativos para as festas, sejam as de casa, sejam as da cidade, quando nota-se o cuidado na arrumação para receber as visitas !
E as dos tempos idos parecem ser mais participativas, pela falta da tecnologia atual.
Beijo
Enviar um comentário