Nas minhas leituras nos blogues que sigo habitualmente, tenho encontrado em vários deles, algumas situações com as quais me identifico. Umas vezes porque os gostos são semelhantes, outras porque já visitei os locais que neles são descritos e outras porque já vivi alguns dos acontecimentos relatados. A poesia é um dos gostos que é comum a muitos daqueles que visito.
Já divulguei aqui uma poesia do Luís do blog lidacoelho, onde tenho encontrado algumas descrições de vivências muito semelhantes às das aldeias que melhor conheço. O poema de hoje é bem um exemplo disso.
Imagem da Net (Modificada)
Serões à Fogueira
Recordo as noites frias e chuvosas
Quando um vento agreste nos gelava.
E sentados à lareira nos aconchegávamos,
Ouvindo histórias de bruxas e gigantes,
De lobisomens, monstros e animais.
Cantávamos, riamos e tambem chorávamos.
Viamos palhaços e tantas coisas mais
E nos nossos mundos, partiamos em viagens reais.
Como foram bons esses tempos em família
Ouvindo histórias, sonhando com os nossos heróis.
Quantos dias o Pai procurava mais uns cavacos
Para avivar as chamas e o calor da fogueira,
Para nós despertármos e comermos a ceia.
Que coisas boas e reconfortantes.
Cada um com seu prato comia em silencio
Procurando ganhar e ser o primeiro.
Eu já ganhei dizia um qualquer
E logo outro acescentava eu comi primeiro.
E depois outro eu tambem quero ganhar
Levantava-se o Pai: - Meninos vamos rezar
Agradecer esta refeição a saúde e o Pão
E logo a Mãe começava uma longa oração
E todos nós iamos repetindo com o sono a pesar.
«Senhor esta orações são poucas e mal rezadas
Aceitai-as por muitas e bem rezadas»
O sono era tanto que quase caíamos
A mãe pegava no mais pequenino e a cara lhe lavava
Lhe vestia o pijama e na caminha o deitava
Depois o outro e outro tambem ensinava a cuidar-se
A roupa trocar e na cama se deitar aconchegado
Antes de nos dar as boas noites, ainda ensinava
Aquela oração ao Santo Anjo da Guarda
E assim com tanto amor adormeciamos na paz do Senhor
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
1 comentário:
Que cativante, uma serão à fogueira, com o rosto que está vermelho do calor do fogo e nas costas andam os arrepios do frio nocturno porque medo não temos .
Cumprimentos de Antuérpia
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