Quanto maior a dificuldade, tanto maior o mérito em superá-la.
(H. W. Beecher)
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Mais um excerto que Miguel Torga dedicou ao beirão no seu livro PORTUGAL.
Pouco sensível à estética, o beirão não cuida da beleza dos seus burgos. Mas ela surge-lhe mesmo sem ele querer, como os coelhinhos brancos nas leis mendelianas. E temos Avô, Coja e Celorico, por exemplo.
- Avô -
Dessa pobreza artística que o marca, e da ingratidão dos materiais de que dispõe — nas zonas de xisto a inventiva pára automaticamente —, sofrem os monumentos as consequências. A pobreza do solo, a aspereza do clima e a configuração moral e mental do habitante não consentiram nunca nem os vagares da criação gratuita, nem os ócios da sua fruição. E é das coisas desconsoladas verificar que não aparece nas feiras da região um barro colorido, uma canga entalhada, um avental bordado.
Tudo é neutro como as pedras da serra, a que é preciso descobrir beleza na coesão dos átomos e na serenidade com que assentam no chão.
- Peça de barro mais usado na região -
Sendo uma região bastante pobre, o beirão lutava para matar a fome e punha de parte o conceito estético, mais acentuado noutras regiões do país. Devido ao isolamento a que estavam votados, utilizavam nas construções os materiais endógenos (tão apreciados nos dias de hoje).
- O xisto e o Piódão -
4 comentários:
Lourdes,
essa música me traz muita saudade de minha família, dos que hoje me são são apenas saudade, memória... meus pais, meus tios... minha infância...
Nascida no Brasil, tenho alma portuguesa e meus antigos me ensinaram o amor por esse seu lindo Portugal.
bjs.
Lourdes,
Andei passeando por seus blogs antigos e me encantei com "Crenças, rezas e tratamentos" e com as receitas do "Gastronomia". Pena que não tenha dado continuidade a eles.
beijos
Olá Dulce.
Os blogs a que se refere são para acabar. A minha vontade é abrir tópicos no "Açor" com esses temas, pois dizem respeito a uma realidade ancestral da região,onde se situam as aldeias onde nasceram e cresceram meus pais. São aldeias muito pequeninas, em vias de desertificação, que procuro divulgar o mais possível, para que as minhas raízes perdurem no tempo.
A música não está nas melhores condições, pois foi gravada ao vivo, sem quaisquer condições. No entanto, achei oportuno ilustrar musicalmente o tópico em curso com algo genuíno da região.
Beijos
Lourdes, muito bonito e louvável esse seu trabalho e essa sua preocupação em preservar suas raizes.
Vou gostar de ver esses temas n'O Açor.
bjs
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