Barril de Alva é uma bela localidade do concelho de Arganil, da qual
não se conhece ao certo a origem mas que se pensa ter sido na quinta de Santo António, atualmente propriedade dum casal de holandeses. Sabe-se sim que, em 1527 já constava do Cadastro da População do Reino, mandado realizar pelo rei D. João III. Na altura fazia parte do termo de Coja e tinha 10 fogos.
Durante muito tempo, o Barril de Alva esteve integrado na freguesia de Vila Cova de Sub-Avô. Em 1924, foi desanexado, fundando-se a Junta de Freguesia de Barril de Alva que, este ano, foi integrada na de Côja, no âmbito da reforma administrativa nacional, passando a denominar-se por união das Freguesias de Coja e Barril de Alva.
Não é possível falar da aldeia sem mencionar a Filarmónica União e Progresso do Barril de Alva. Foi fundada em 17 de Março de 1935 por Barrilenses, grande parte residentes em Lisboa e Almada, com o fim de a angariar fundos para o desenvolvimento da sua terra. Ao longo da sua existência, para além de algumas entidades locais, tem sido apoiada pela Câmaras Municipal de Almada, Laranjeiro e Cova da Piedade.
Esta bonita povoação é banhada pelo rio Alva que lhe proporciona uma frescura e beleza acrescidas, e tornou possível a existência de duas praias fluviais muito agradáveis.
Uma situa-se junto à ponte, Parque das Merendas e ao espaço para autocaravanas, inaugurado em 2012.
Uma situa-se junto à ponte, Parque das Merendas e ao espaço para autocaravanas, inaugurado em 2012.
A outra localiza-se a cerca de 1 Km, no Urtigal, um local paradisíaco com as suas margens repletas de arvoredo, onde se podem desfrutar momentos lúdicos ou de merecido repouso, em comunhão com a natureza que, nestes locais, foi bastante generosa.
Existem alguns nomes ilustres naturais do Barril de Alva. Não destaco nenhum mas faço-o em relação a Adolfo Correia da Rocha, médico transmontado que exerceu funções em Arganil e ficou conhecido no panorama literário nacional como Miguel Torga.
Também ele ficou rendido aos encantos desta aldeia e ao seu rio, escrevendo:
-“Barril de Alva, 27 de Setembro de 1942 – É bonito, o Alva! Manso, claro, calado…”
Nada melhor, para terminar o post de hoje, que um poema que dedicou às pequenas aves que habitam nas margens do rio, os guarda rios.
Nada melhor, para terminar o post de hoje, que um poema que dedicou às pequenas aves que habitam nas margens do rio, os guarda rios.
Barril de Alva, 28 de Setembro de 1942
Não sei se comes peixes se não comes,
Irmão poeta Guarda-Rios:
Sei que tens céu nas asas e consomes
A força delas a guardar os rios.
É que os rios são água em mocidade
Que quer correr o mundo e conhecer;
E é preciso guardar-lhe a tenra idade.
Que a não venham beber...
Ave com penas de quem guarda um sonho
Liquido fresco, doce:
No meu livro te ponho,
E eu no teu rio fosse...
Obrigada pela sua
visita.
Volte
sempre.
1 comentário:
Gratos pela divulgação do Barril de Alva. Nos tempos de agora, o Urtigal está completamente remodelado, bem como a fonte do "pipo", junto à ponte, para não falar da bonita praça Alberto Martins de Carvalho, no coração da freguesia...
Carlos Ramos - Junta de Freguesia
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