A serra influenciou-me desde tenra idade. Ali aprendi e ganhei o gosto por várias formas de artesanato. Comecei com as rendas e bordados, ainda muito pequenina, quando passava férias no Sobral Magro. À tarde, as raparigas e mulheres da aldeia juntavam-se à porta da minha avó e ali passavam a "hora do calor", sentadas no balcão da tia Idalina a fazer renda sob o olhar dos homens que jogavam às cartas ou simplesmente conversavam, na taberna do Tio Custódio situada ao cimo da rua.
- Um dos naperons feitos em criança -
A genética talvez também tenha dado uma ajudinha.
A minha mãe era uma exímia rendeira e, desde cedo, habituei-me a admirar os naperons, toalhas, colchas ou simples rendas para enfeitar lençóis, que ela fazia. Não havia amostra que ela não conseguisse fazer, por mais complicada que fosse. Na minha família paterna há também vários familiares com jeito para as artes e o meu pai é um deles. Já várias vezes aqui escrevi e divulguei algumas das suas obras de escultura em madeira. É nele que deposito o meu orgulho. Não admira pois, que tivesse necessidade de, muito cedo, partir à descoberta de outras formas de artesanato.
Não segui os passos do meu pai, pois ele domina uma área que eu não consigo, por mais que me esforce. Limito-me a pintar peças de cerâmica ou madeira que compro nas lojas ou então a pintar telas, inspirando-me naquilo que vejo à minha volta, ou em telas de artistas que admiro. Talvez os genes dum primo que pintava muito bem, o pai do ator Guilherme Filipe, me estejam a influenciar mas, quem me dera chegar "aos seus calcanhares"...
- Uma das minhas primeiras telas -
Após a minha reforma, passei a frequentar o Polo Cultural da Junta de Freguesia de Fernão Ferro, na área da minha residência, onde decorrem actividades de tempos livres para adultos em várias áreas, entre as quais actividades relacionadas com o artesanato. Os trabalhos de rendas e bordados acabam mesmo por ser publicados nas conhecidas revistas ArteIdeias e Ponto de Cruz & Novidades.
Não admira pois que, ao longo destes três anos, o artesanato nas suas diversas áreas, tenha sido assunto assíduo no meu blog e irá continuar a ser enquanto ele existir.
7 comentários:
MINHA QUERIDA,VEJO UM PONTO COMUM COMIGO.A MINHA AVO MATERNA TAMBEM FAZIA CROCHET,TRICO,MEIA QUE CLARO,PASSOU PARA A MINHA MAE.EU FOI AOS 5 ANOS,COM AS BARETAS DOS GUARDA CHUVAS,LIMAVA AS PONTAS E FAZIA AGULHAS,NA PRIMAVERA DE 75 OU 76 PUNHA-ME ATRAS DA CASA,COM O SOL QUENTINHO,A FAZER A MEIA PARA O CUCO8A MINHA MAE DIZIA QUE,ELA IA METE-LA NA CHEMINé PARA ELE GUARDAR PARA O INVERNO).APRENDI SOZINHA,TAMBEM FAçO MEIAS DE LÂ(ACHO Q AINDA CONSIGO,JA FAZ UNS 32 ANOS K NAO FAçO).O CROCHET FICOU EM STANDBY ATé AO ANO 88,DEPOIS COMECEI A FAZER CERTINHO,APESAR DE TER FEITO MUITA COISA,TENHO POUCAS,POIS DAVA MUIAS PRENDAS EM OCASIOES DE ANIVERSARIOS,E TINHA POUCA COISA.HOJE JA TENHO UMA BOA MALA DE ENXOVAL.SOMOS TRES IRMAS,FAZEMOS TODAS,APESAR DA MAIS NOVA NAO TER DESPERTADO A NECESSIDADE DE FAZER,ENQUANTO QUE NOS AS MAIS VELHAS SE NAO FAZEMOS,MORREMOS.BJINHO
Boa noite Lourdes,
é engraçado, que também eu desde muito cedo comecei a fazer croché, porque a minha Mãe também fazia.
Com apenas 10 anos, eu já gostava de pegar na agulha e linha.
Beijinho,
Ana Martins
Admiro muito o trabalho em renda, em especial o da renda-de-bilro, arte fascinante e estéticamente bela de se ver.
Pintura então, é coisa para artista, e não tenho esse dom, mas meu filho herdou do bisavô paterno o dom do desenho.
Continue com suas artes, pois fazem bem à alma.
Beijo
Olá Lourdes!
Também agora virei-me para o crochê, mas é muito complicado, pois a minha pimentinha não me larga um bocadinho, estou a uma semana para terminar um caminho, rsrsrs.
Adorei a tela, está linda e esta paisagem me é tão familiar.
Beijinho grande.
BOM DIA AMIGA!
Eu adoro ler os comentários, por isso agradeço de coração pelo carinho.
Amiga me diga esse quadradinho é croche ou é um bordado.
Eu achei lindíssimo e parecido com croche .
Simplesmente maravilhoso.
Bejinhos no coração.
Marli
SE PRECISAR DO GRAFICO é SO DIZER,JA SABE.BJINHO
Toda vez que você publica aqui uma de suas peças de bordado, fico encantada! Adoro o capricho e a delicadeza que o produto final transmite, uma espécie de suspiro do tempo que também para e contempla.
Beijos
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