Há dia em que as recordações estão mais presentes e a saudade aperta. Hoje foi um desses dias. A imagem duma pessoa muito querida não me saiu da cabeça. Alguém que muita falta me fez e faz ainda: a minha mãe. Perdi-a cedo. Primeiro, embora ainda cá andasse na Terra, já não conseguia entender-me quando eu necessitava de desabafar. Mais tarde, Deus levou-a para junto de Si e sinto agora que ela me entende quando, em momentos difíceis, desabafo com ela.
Hoje é o dia do seu aniversário e, onde quer que ela esteja, estará rodeada de muitos familiares que a acarinharão enquanto vão olhando pela família que têm na Terra.
Em sua homenagem, trouxe um poema do Luís que ele publicou no seu blog lidacoelho e que achei adequado para o dia de hoje.
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
Recordações
O vento frio corta o rosto sereno
Perdido em nuvens de pensamentos
Que entram carregadas de perguntas
E devassam o canto do silêncio ameno.
Acordam na penumbra do esquecimento
As respostas que não tem entendimento.
A fúria das brisas suaves que nos marcam
Nos encantam e seduzem as vontades
Com desejos de carícias mansas e afagos
Que em tempo as mãos da mãe nos davam
São sonhos que conservo e ainda os trago
Presos nestas datas que os dias marcam.
São flores adormecidas num canto a sonhar,
Ventos frios vestindo roupas mais quentes
Manhãs lentas acordando saudades ausentes
Viagens longas que acabam de chegar.
Momentos finos de recordações que dobram
As curvas dos sonhos que ainda sangram.
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.