(Hellen Keller)
Aquele miúdo franzino que chegara três anos antes a Lisboa, transformaram-se num esbelto rapaz. Alto, elegante, com uns expressivos olhos azuis acinzentados, não deixavam indiferentes as meninas que frequentavam a pastelaria onde trabalhava. Esforçava-se por aprender e tornou-se num bom profissional , ganhou segurança e fez alguns amigos que o desafiaram para formar uma firma onde trabalhasse por conta própria, pois era notório o seu jeito para o negócio.
Com a cabeça cheia de ilusões, trocava impressões com o tio que visitava sempre que tinha uma folga. No entanto, ele aconselhava-o a ter calma, pois era ainda muito novo para enfrentar o mundo dos negócios, mas reconhecia-lhe e elogiava-lhe as suas qualidades de trabalho e de ambição, dando-lhe a confiança de que um dia iria ser alguém...
Durante estes três anos não esquecera a sua aldeia e onde se deslocava sempre que havia festa.
Nessas alturas, matava saudades da família que lá continuava a viver, ajudava a mãe e percorria as festas da região com os outros rapazes, entre os quais o primo que tocava concertina e era muito bem recebido nas aldeias vizinhas.
Certo dia, ao entardecer, chegava com o primo da fazenda, envolto nos seus pensamentos. De repente, foi chamado à realidade pelas conversas e risos dum rancho que, ao fim de um dia de trabalho, se cruzaram com eles. Eram raparigas bonitas e vistosas de faces rosadas, que de sorriso rasgado conversavam animadas enquanto seguiam o seu caminho. O seu olhar pousou no de uma jovenzinha que seguia entre elas. Não seria a mais bonita, nem sequer a mais jeitosa, mas foi ela quem mais o atraiu.
Logo o primo lhe disse que eram raparigas que trabalhavam na colheita da resina e eram duma outra aldeia, onde ele costumava ir aos bailes.
Nessa noite custou a adormecer e, quando o conseguiu fazer sonhou. Os seus sonhos foram preenchidos pela imagem daquela jovem tímida, de belas tranças enroladas num carrapito, e de grandes olhos negros emoldurando a bonita face que corou envergonhada, quando os seus olhares se cruzaram.
E, a partir de então, foi essa imagem que passou a dominar os seus sonhos.
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
8 comentários:
Coisas de jovens,que os simples olhar dizia tudo...Bjs.
Lourdes:
Todas as histórias de amor se parecem, mas como gostamos de conhecer essses enredos que dão à vida uma aura de ternura!
Beijos
Querida Mª de Lourdes,
História interessante de alguém que se fez a si próprio e que dava valor não pelo aspecto que por ventura tinham as pessoas mas pelas qualidades que sentia que elas possuiam.
Um grande beijinho muito amigo.
Ah, que delícia de história, Lourdes... Imagino no que tenha resultado, mas gostaria que continuasse a conta-la, para saber como se deu o primeiro encontro.
Beijos e lindo dia para você.
Lourdes, esta história parece a dos meus pais. Ele vivia nos Carvalhos, e ela em Laborim, em Gaia. Ele ia namorá-la a pé ou de bicicleta, pelos pinhais. Namorar,não, que naquele tempo namorar era coisa séria. Ia vê-la de loonge.
bom dia e SOL!
Com cada palavra foi nascida uma lembraças de amor.
Olá Lourdes!
A linda moça da foto não me é estranho...é parecida consigo,será a menina ou os meus olhos andam trocados?
A história é ternurenta,daquelas que me conta a minha mãe e que eu adoro ouvir.
Ah,antes que vá tudo de férias,aproveito e deixo um convite: participe na Blogagem de Abril do blogue www.aldeiadaminhavida.blogspot.com. O tema é: “Páscoa na minha Aldeia”. Basta enviar um texto máximo 25 linhas e 1 foto para aminhaldeia@sapo.pt (+ título e link do respectivo blog) até dia 8 de Abril. Participe. Haverá boa convivência e possíveis prémios (veja mais dia 29/03 no blog da Aldeia)!
Jocas gordas
Boa Páscoa
Lena
Que linda história, Lourdes.
Adoro essas histórias de amor.
A minha com o meu marido não foi de amor à primeira vista, muito pelo contrário, pois fomos amigos por bastante tempo antes que a amizade se incendiasse !
Beijos
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