Porque há lugares, meu Deus, que têm de ser mantidos.
E é preciso que tudo isto continue,
Quando já não for como agora,
Mas melhor.
É preciso que a vida do campo continue.
E a vinha e o trigo e a ceifa e a vindima.
(...)
(Charles Péguy)
Nesta quadra festiva que se aproxima, muitas são as pessoas que deixam a cidade para irem passar o Natal à terra.
Nascida e criada em Lisboa, eu costumo dizer que sou do Sobral Magro( aldeia natal da minha mãe ).
Sendo natural da cidade, o campo sempre exerceu um grande atracção sobre mim e em especial aquela pequenina localidade. Não sei explicar o porquê, mas sirvo-me de Alberto Caeiro que o faz , como eu não seria capaz de fazer.
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
(Alberto Caeiro)
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
2 comentários:
oi minha linda,é verdade,vou estar ai no nosso querido cantinho"portugal"e por 3 semanas.deus gosta muito de mim para me proporcionar este presente tao grande.é DE LOUVAR TER TANTO CARINHO PELA ALDEIA,VISTO TER NASCIDO E VIVER EM LISBOA,INFELIZMENTE OU FELIZMENTE,EMIGREI PARA LONGE POIS ESTOU A 1800 KM DE MINHA CASA,MAS ENQUANTO PUDER IR AI 2 VEZES NO ANO,SINTO-ME UMA PESSOA PREVILIGIADA.BJINHOS E UMAS BOAS FESTAS.EM JANEIRO JA NOS VOLTAMOS A ENCONTRAR NA INTERNET
Lourdes:
Talvez a emoção da aldeia seja maior porque na cidade grande não há tempo para "ver", mesmo que se "olhe" para lá e para cá o tempo todo, no meio da rotina cheia de trânsito e de correria. Ver e apreciar, ver e reparar.
Beijos.
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