(Mateus 26.14-15)
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Chegámos à Semana Santa.
Por momentos, passam-me pela memória imagens do passado em que eu, ainda menina, acompanhava a minha mãe e uma vizinha, numa visita às igrejas.
Já não me lembro se eram cinco ou se eram sete as igrejas que visitávamos, mas acho que tinha que ser um número ímpar. À porta das igrejas havia vendedoras ambulantes com raminhos de rosmaninho e, a minha mãe sempre me comprava um.
Fazendo parte duma família católica praticante, esta semana para mim era longa e triste. A televisão, ainda nos seus primórdios, era um bem só possível nas famílias mais abastadas e, em minha casa viviam-se momentos de dificuldades, pois meu pai, sempre insatisfeito em busca de melhores condições de vida, contraíra um dívida para montar um negócio.
A telefonia era o luxo possível , mas durante este período de luto, o que se podia ouvir era apenas música clássica, a que os meus ouvidos ainda não eram seníveis.
Assim, o meu interesse baseava-se nas saídas para visitar as igrejas e na Procissão do Senhor dos Passos, que se realizava na noite de 6ª Feira Santa, saindo da Igreja de Santa Catarina. Apesar de em ambos os casos o ambiente ser de tristeza , sempre era uma forma de sair de casa.
Tanto nas igrejas, como enquanto a procissão passava, a minha mãe ia-me contando os trágicos episódios da agonia de Jesus, que mutas vezes me levava às lágrimas mas que começou a despertar em mim uma religiosidade mais consciente.
Contava-me minha mãe, que a procissão do Senhor dos Passos se ia juntar a outra, vinda duma Paróquia vizinha, onde vinha Nossa Senhora (das Dores ) ao encontro do filho..
Guardo na minha memória a emoção, a devoção e fé patente nas expressões das pessoas distribuídas ao longo do cortejo.
Encontrei um video no You Tube, onde podemos assistir ao encontro do Senhor dos Passos com Nossa Senhora, numa Procissão da Paróquia da Graça, em tudo idêntica àquela em que, mais tarde também participei, quando frequentava a Catequese na Paroquia de Santa Catarina.
Obrigada pela visita. Volte sempre.
Obrigada pela visita. Volte sempre.
4 comentários:
Ao ler seu relato, fiz uma viagem no tempo e me reportei a minha infância, onde os "ramos bentos" faziam parte da nossa vivência cristã...
Doces lembranças de uma fé pura..genuína
bjs
Heli
Lourde, você descreve sua semana santa e eu vejo nela a minha. Só que a procissão que acompanhávamos era a do Senhor Morto, na noite da Sexta-feira Santa. A Procissão do encontro, para nós, acontecia no alvorecer do dia de Pácoa quando, após a Ressureição, Jesus encontra sua Mãe. Levantávamos pela madrugada para ir a esse encontro.
Doces tempos aqueles...
Beijos
São recordações idênticas as nossas. Afinal temos uma raiz comum.Esperemos é que estes actos não acabem nisso mesmo, apena tradições.
Beijinhos para a Dulce e Heli
Este bonito encontro do Senhor na Paroquia da Graça é me familiar pois vivi muitos anos na freguesia visinha a Penha de França como tal convivi de perto com essa mistica que nos alimenta o espirito.
Voz do Goulinho
ALA poemas
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