Jamais haverá ano novo se continuar a copiar os erros dos anos velhos.
( Luiz Vaz de Camões )
2009 está velhinho, muito velhinho e muito doente, quase a acabar. Não me deixa muitas saudades, pois foi um ano muito conturbado. No entanto, houve algumas coisas positivas e uma delas foi o grande número de amigos que ganhei aqui na Internet.
Não os conheço pessoalmente, mas uma coisa é certa: sempre que ligo o computador há sempre palavras de carinho de algum deles. Visito-os nos seus blogs e perco (ganho) horas, lendo os seus posts. Emociono-me com alguns, rio-me com outros, recebo verdadeiras lições de vida de outros, babo-me com as deliciosas receitas que alguns publicam e sobretudo aprendo, aprendo muito.
Para todos eles, vai o meu carinho, amizade e os meus votos de
Fica também uma receita de Ano Novo dum autor brasileiro que muito aprecio.
Receita de ano novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.