(Ditado popular)
§§§§§------§§§§§
Após a feitura do vinho, ainda há mais para aproveitar daquilo que restou das uvas. Por isso, depois de retirado o vinho para os pipos, o cardaço é levado para os alambiques para fazer a aguardente.
Há alguns anos atrás, este líquido servia muitas vezes de mata bicho dos homens e era utilizada com fins terapêuticos: servia de desinfectante substituindo o álcool, de digestivo após as refeições, para aliviar a dor de dentes e no tratamento de constipações, quando aliada ao limão e ao mel no chamado champorrião.
- O interior de um alambique -
O alambique é um pequeno edifício onde existem uma espécie de fogão a lenha feito em cimento ladeado por um tanque, ambos fixos. Existe também uma parte móvel formada por uma caldeira e uma serpentina feitas em cobre.
A caldeira com o cardaço coloca-se por cima da lenha a arder. Com o aquecimento, começam a libertar-se vapores que se espalham pela a serpentina. Esta está submersa no tanque cheio de água fria. Em contacto com ela, dá-se a condensação do vapor que passa para o estado líquido e vai sair por um tubo, caindo para dentro duma garrafa ou garrafão. É a aguardente vinícola, um produto alcoólico que resulta da destilação do bagaço de uva fermentado.
- A aguardente a pingar na garrafa sob o olhar vigilante da mulher -
Durante este processo tem que haver alguma atenção por parte das pessoas que estão a fazer a aguardente. A água do tanque por onde passa a serpentina tem que ser renovada frequentemente, pois vai aquecendo provocando a paragem na condensação; a chama da fogueira também tem que ser controlada pois se for muito forte a aguardente sai com um gosto desagradável a queimado; o teor alcoólico também tem que ser vigiado pois a certa altura o líquido que sai já tem fraco. É aquilo a que no Sobral Magro se chama de mijoca.
O meu pai já não faz a aguardente num alambique tradicional. Fá-la por um processo semelhante , mas ainda não me inteirei da forma como tudo se desenvolve.
O meu pai já não faz a aguardente num alambique tradicional. Fá-la por um processo semelhante , mas ainda não me inteirei da forma como tudo se desenvolve.
Penso que a diferença consiste na utilização dum fogão a gás em vez da tradicional fogueira e de um reservatório móvel para a água.
- Um alambique semelhante ao do meu pai -
(Imagem retirada da net)
3 comentários:
Quidado com a AZAI eles andam ai
Parabens pela bela descrição.
VOZ DO GOULINHO
Uma descrição q.b. de como se fabrica a aguardente de vinho em moldes puramente artesanais! No essencial o segredo está no aperfeiçoamento da técnica utilizada na destilação dos produtos fermentados!Hoje podemos beber aguardente de pêra, de ameixa, de figo, de maçã, etc..etc.., mas aquela vinícola envelhecida em casco de carvalho, parece ser mesmo insuperável!!!!
Obrigado pela ajuda que me deu através da sua descrição. Aqui na Ilha da Madeira também se faz muito aguardente embora de ano para ano se esteja a perder a tradição...
Ofereceram-me um alambique igual ao da sua imagem. Penso que deve dar para 5 litros. Não sei bem pois ainda não estou iniciado na arte.
Duma coisa tenho a certeza - não há como experimentar, não é?
Enviar um comentário