A História de Trancoso é muito rica. Ali se se estabeleceram, na Idade Média,várias famílias da
comunidade judaica, supostamente convertidos, mas que particularmente
continuavam a manter os seus usos e costumes.
Viviam numa parte da povoação que lhes era destinada, muitas vezes junto a uma
sinagoga. Eram as judiarias.
Em Trancoso são bem visíveis as marcas deste povo, pois as suas casas eram marcadas
com símbolos próprios que ali permanecem bem visíveis, sendo o seu ex-líbris a Casa do Gato Preto.
Esta casa era também conhecida como Casa do
Leão de Judá, é um edifício que se pensa ter pertencido a uma família judaica ou mesmo ao rabino da
comunidade.
Apesar das alterações que já sofreu, ainda são bem visíveis os elementos esculpidos
na fachada principal: as portas de Jerusalém, uma pomba, uma figura
representando um homem a entrar na sinagoga e a segurar o kippá e o Leão de
Judá.
Do património judaico presente em Trancoso existe ainda o Poço do
Mestre, que se pensa ser a nascente que alimentava o mickvé ( ritual de purificação judaico utilizando água duma fonte natural).
De tal forma os judeus foram importantes em Trancoso, que o
município construiu um pequeno museu que lhes é dedicado, o “Centro de
Interpretação Judaica Isaac Cardoso”, onde se pode visitar uma pequena sinagoga.
Para além dos vestígios judaicos existem em Trancoso outros locais e monumentos que não podemos deixar de visitar.
O Castelo
O castelo foi construído no local onde existia um castro pré-romano, mas
não se conhece ao certo a sua origem.
O interior
está muito bem preservado, com passadiços e escadas em madeira que levam à
torre de Menagem, à qual podemos subir e desfrutar de uma vista estonteante
sobre os arredores da cidade.
O castelo e as
muralhas são os mais importantes e mais antigos monumentos de Trancoso e
estão classificados como Monumento Nacional.
Neste largo sobressaem os Paços do Concelho, um edifício em estilo românico/neo-clássico e a estátua em memória de Gonçalo Anes Bandarra, famoso poeta, profeta e sapateiro que viveu em Trancoso, no séc. XVI e ficou célebre pelas suas profecias que lhe valeram ser perseguido pela Inquisição.
Casa dos Arcos - Este edifício foi construído no século XVII. Foi sede do tribunal e residência dos juízes de fora.
Nesta praça situava-se a Casa da Câmara, e o Convento de Santa Clara. Era também o local onde se realizavam as
feiras e mercados.
Atualmente, neste bonito espaço podemos apreciar várias construções de arquitetura histórica e religiosa bastante interessantes. Eis alguns:
Igreja de São Pedro - Em estilo românico tem o brasão com duas chaves cruzadas, numa alusão a S. Pedro. No interior encontra-se o mausoléu seiscentista do famoso Bandarra, que ali foi sepultado em 1545.
O Pelourinho - À frente da igreja, foi mandado construir por D. Manuel I, na altura em que atribuiu Foral Novo, à então vila de Trancoso. Em 1910 foi classificado como Monumento Nacional.
Igreja da Misericórdia - Construída entre 1742 e 1792,tem sobre a porta principal o escudo real.
No local oposto, existe ainda a casa que serviu de quartel
do General Beresford, o Palácio Ducal e a Igreja de Santa Maria de
Guimarães.
Necrópole
Já fora das muralhas vamos encontrar um conjunto de dezassete sepulturas escavadas na rocha, datando provavelmente da época medieval.
Já fora das muralhas vamos encontrar um conjunto de dezassete sepulturas escavadas na rocha, datando provavelmente da época medieval.
Por fim, não se pode visitar Trancoso sem provar o doce típico da cidade, as célebres sardinhas doces, um delicioso doce conventual da autoria das freiras do extinto Convento de Santa Clara.
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