Após a aposentação tem-me sido possível descobrir alguns recantos
do nosso país ou revisitar outros onde me deslocava com os alunos e onde a minha atenção estava mais direcionada
para as crianças.
No passado fim de semana, estive em Mafra, mais precisamente
numa visita àquele que vulgarmente chamamos «Convento de Mafra» e que engloba o Palácio, o
Mosteiro, a Biblioteca e a Basílica.
Este imponente monumento, foi mandado construir pelo monarca português D. João
V, fruto duma promessa feita por não ter um filho que lhe
sucedesse.
A rainha acabou por lhe dar um herdeiro e o rei mandou projetar
um convento para 109 franciscanos. No
entanto, com a entrada do ouro do Brasil
nos cofres portugueses, D. João V
tornou-se mais ambicioso e, não olhando a despesas, mandou erigir um convento
maior, que seria complementado por um palácio destinado a residência de Verão
da família real e que recebia também a corte em ocasiões de caçadas na Tapada de Mafra.
Nos cerca de 200
metros de fachada, destacam-se a igreja ao centro, delimitada por duas torres sineiras e ladeada pelas duas alas do palácio:
a ala Norte destinada ao Rei e a ala Sul destinada aos aposentos da Rainha.
A ligar as duas alas existe um corredor de aproximadamente 230 m, que dão entrada para
as diversas divisões do palácio e convento e,
que era obrigatoriamente percorrido, pelo monarca, duas noites por semana, para se
encontrar com a rainha.
Um dos Quartos do Palácio |
Todas as divisões do palácio foram sumptuosamente decoradas com as
melhores mobílias e obras de arte da época e o palácio concorria em grandeza e
riqueza com os melhores da Europa, contrastando com o estilo de vida humilde dos monges franciscanos que coabitavam o edifício.
Do espólio que recheava o palácio já pouco existe, pois a
parte mais valiosa acompanhou a família real para o Brasil, durante as invasões francesas.
No entanto, daquilo que resta nas inúmeras dependências, abertas ao público, ainda
se pode imaginar um pouco do que foi um dos mais grandiosos monumentos construídos
no séc. XVIII.
Deste monumento, os realces vão para a Biblioteca, Basílica e para os famosos Carrilhões.
A monumental Biblioteca de valor incalculável, revestida a mármore, alberga uma valiosa coleção de cerca de 40 000 livros, ricamente encadernados nas oficinas do convento e que podem ser consultados mediante marcação prévia e aceitação de regras de preservação.
A monumental Biblioteca de valor incalculável, revestida a mármore, alberga uma valiosa coleção de cerca de 40 000 livros, ricamente encadernados nas oficinas do convento e que podem ser consultados mediante marcação prévia e aceitação de regras de preservação.
A igreja de três naves, é também grandiosa. Sobressaem, para além dos mármores italianos e portugueses, a cúpula magistral, as várias capelas, esculturas e os seus seis órgãos.
A visita incluiu também a cozinha, a botica, algumas celas dos monges e o hospital composto por
uma capela, dentro da qual há uma série de celas, cujas camas eram deslocadas para o corredor central, dando a possibilidade aos doentes tomarem parte nos atos religiosos.
Hospital do convento |
Este bem conservado exemplar do barroco português, de grande valor turístico e patrimonial é, sem dúvida, uma visita que recomendo. O preço é acessível e a colaboração de um guia será decerto, uma mais valia, que a tornará numa experiência muito mais enriquecedora.
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
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