Terminada a festa religiosa, era chegada a hora da grande
refeição do dia e, todos seguiam para suas casas. A acompanhar a minha família
tínhamos sempre a presença dos senhores padres ou de alguns músicos. Nessa
altura, todas as iguarias preparadas na véspera vinham para a mesa com os
respectivos acompanhamentos preparados na altura. A refeição decorria sempre
com grande animação mas eu, ansiosa, achava que nunca mais acabava. Não
conseguia comer de tudo e cansava-me por estar tanto tempo sentada à mesa, a
ouvir conversas de adultos. Quando finalmente o jantar terminava, as mulheres levantavam a mesa e
dirigiam-se para a cozinha para lavarem
e arrumarem a loiça. Os homens seguiam para o largo e aglomeravam-se junto ao
bufete onde, entre dois dedos de conversa
pagavam rodadas uns aos outros. Era nos dias de festa que a mocidade mais
se distraía. De outras aldeias chegavam forasteiros que percorriam vários
quilómetros a pé, para participarem nos festejos.
Ao lado, na quermesse, as rifas faziam a alegria dos mais pequenos. Era ali que me juntava com as minhas primas e amigas e ficávamos a ver desenrolar rifas e a descobrir o prémio que saía a cada uma.
O largo ia-se enchendo de gente e, aos poucos, os elementos da banda chegavam também do jantar, posicionando-se em cima do coreto improvisado e começavam a tocar. Logo os pares iniciavam o bailarico.
As raparigas da aldeia juntavam-se perto da quermesse aguardando que os rapazes as chamassem para dançar. Eu seguia os seus movimentos, em especial os da minha prima mais velha, Era uma bela rapariga. Os cabelos negros enrolados num carrapito deixavam ver uma cara bonita e uns olhos risonhos e expressivos.
Eram muito bonitas todas as raparigas da aldeia, mas para mim, ela era sem dúvida a mais bela de todas. Eu, ainda uma gaiata, seguia-lhe os passos enquanto ela dançava, pensando se um dia eu seria como ela e se dançaria tão bem assim.
A animação prolongava-se até ao por do sol, hora em que a banda terminava a sua actuação e regressava à sua terra.
Nessa altura, todos seguíamos para casa para cear e assim reforçar as forças para uma noite de bailarico.
Mais uma vez se repetiam as iguarias que normalmente só faziam parte da nossa refeição nos dias da festa. Do largo chegava-nos agora o som da aparelhagem sonora que tocava as músicas que só costumávamos ouvir na pequena telefonia a pilhas que o meu pai trouxera de Lisboa. A sala, muito mais iluminada que nos outros dias, pela energia eléctrica produzida pelo gerador da aparelhagem, até parecia maior.
Por fim, voltávamos para o Largo e o baile recomeçava. Em redor do largo, as velhotas sentavam-se estrategicamente em locais de onde pudessem observar tudo o que se passasse durante o baile.
Entretanto, aproveitando o momento em que havia mais pares a dançar, o meu pai dava início ao leilão.
Este era o momento que mais me irritava na festa pois não conseguia entender por que razão se interrompia o baile, no melhor da festa.
Chegada a meia noite, a animação chegava ao rubro. Uma descarga de fogo de artifício punha todas os presentes de cabeça no ar, boquiabertos, seguindo as estrelas coloridas que se espalhavam e desapareciam no céu.
O baile prosseguia até altas horas da madrugada e, muitas vezes, os intervenientes seguiam logo para as suas fazendas, sem sequer descansarem um pouco. Tinham que aproveitar bem o tempo pois aproximava-se o piquenique e com ele o final da festa.
Ao lado, na quermesse, as rifas faziam a alegria dos mais pequenos. Era ali que me juntava com as minhas primas e amigas e ficávamos a ver desenrolar rifas e a descobrir o prémio que saía a cada uma.
O largo ia-se enchendo de gente e, aos poucos, os elementos da banda chegavam também do jantar, posicionando-se em cima do coreto improvisado e começavam a tocar. Logo os pares iniciavam o bailarico.
As raparigas da aldeia juntavam-se perto da quermesse aguardando que os rapazes as chamassem para dançar. Eu seguia os seus movimentos, em especial os da minha prima mais velha, Era uma bela rapariga. Os cabelos negros enrolados num carrapito deixavam ver uma cara bonita e uns olhos risonhos e expressivos.
Eram muito bonitas todas as raparigas da aldeia, mas para mim, ela era sem dúvida a mais bela de todas. Eu, ainda uma gaiata, seguia-lhe os passos enquanto ela dançava, pensando se um dia eu seria como ela e se dançaria tão bem assim.
A animação prolongava-se até ao por do sol, hora em que a banda terminava a sua actuação e regressava à sua terra.
Nessa altura, todos seguíamos para casa para cear e assim reforçar as forças para uma noite de bailarico.
Mais uma vez se repetiam as iguarias que normalmente só faziam parte da nossa refeição nos dias da festa. Do largo chegava-nos agora o som da aparelhagem sonora que tocava as músicas que só costumávamos ouvir na pequena telefonia a pilhas que o meu pai trouxera de Lisboa. A sala, muito mais iluminada que nos outros dias, pela energia eléctrica produzida pelo gerador da aparelhagem, até parecia maior.
Por fim, voltávamos para o Largo e o baile recomeçava. Em redor do largo, as velhotas sentavam-se estrategicamente em locais de onde pudessem observar tudo o que se passasse durante o baile.
Entretanto, aproveitando o momento em que havia mais pares a dançar, o meu pai dava início ao leilão.
Este era o momento que mais me irritava na festa pois não conseguia entender por que razão se interrompia o baile, no melhor da festa.
Chegada a meia noite, a animação chegava ao rubro. Uma descarga de fogo de artifício punha todas os presentes de cabeça no ar, boquiabertos, seguindo as estrelas coloridas que se espalhavam e desapareciam no céu.
O baile prosseguia até altas horas da madrugada e, muitas vezes, os intervenientes seguiam logo para as suas fazendas, sem sequer descansarem um pouco. Tinham que aproveitar bem o tempo pois aproximava-se o piquenique e com ele o final da festa.
Obrigada pela sua
visita. Volte
sempre.
1 comentário:
Um relato que teve o condão de me levar às festas do passado na minha aldeia. De tão idêntica, deu-me uma saudade...
Obrigada pela partilha.
M. João Soares
Enviar um comentário