Entrando num dos edifícios mais recentes do forte, deparamos logo à entrada, com uma exposição temporária sobre as profissões dos habitantes desta cidade intrinsecamente ligadas ao mar. Motivados, partirmos numa descoberta pela história da cidade.
Entrámos no espaço do Museu propriamente dito. Ali observámos diversas peças relacionadas com as actividades profissionais desenvolvidas pelos penichences através dos tempos, obras de artistas plásticos da cidade, testemunhos arqueológicos da região tanto terrestres como subaquáticas e, finalmente, uma parte da antiga prisão política, que funcionou entre 1934 e 1974, que se preservou para memória futura.
Foi esta última parte da visita que mais me tocou. Sendo conhecedora da história do regime político que governou em Portugal durante este período, sei de muitas das atrocidades exercidas sobre os opositores ao regime político da época, dentro das paredes desta prisão. Foi precisamente a ala C, a mais segura e onde se encontravam os presos políticos considerados mais perigosos, que foi conservada para preservar na memória dos portugueses os factos que invocam a época da resistência.
Iniciámos então a vista do núcleo prisional do Museu pelo Recreio, local onde os presos passavam os tempos livres.
O recinto do recreio dava também acesso à Capela de Santa Bárbara, pouco usada pelos presos pois a maior parte deles eram agnósticos e à ala C que visitámos de seguida. Nesta zona, a guia deu-nos algumas informações sobre a vida dos presos e sobre as fugas mais célebres. Visitámos o espaço do refeitório e as celas dos presos das quais a que suscita maior interesse é a de Álvaro Cunhal. Ali estão patentes, entre outros, alguns desenhos que ele fez durante o seu cativeiro.
Saímos de novo para o exterior. Seguindo as indicações da guia dirigimo-nos ao baluarte redondo onde se localizam as celas denominadas por segredo ou solitária. Ali eram torturados os presos, mantendo-os isolados durante alguns dias, num pequeno espaço, a pão e água.
Finalmente, já a caminho da saída, visitámos o Parlatório, o local onde os presos recebiam as suas visitas. Nu espaço fechado, viam os familiares e amigos através dum vidro, tendo sempre encostados a si, um guarda prisional.
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
1 comentário:
Bom dia Amiga Lurdes
Visitei Peniche já lá vão uns anos.
Pensamos passar por lá brevemente.
A visita ao Forte é obrigatória assim como recordar essa parte da história recente.
A maioria dos nossos jovens e também dos políticos desconhece dos padecimentos de quem ali morou.
Bom seria serem mais humildes e trabalharem para um pais mais livre e mais justo.
Os nossos políticos deveriam ser os primeiros a dar o bom exemplo em honestidade, em justiça, em verdade em poupança e em construção de um futuro melhor para os nossos filhos
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