Por essa razão, hoje é dia de poesia que desta vez é da autoria de Antero de Quental.
Voz de Outono
Ouve tu, meu cansado coração,
O que te diz a voz da Natureza:
- "Mais te valera, nú e sem defesa,
Ter nascido em aspérrima solidão.
Ter gemido ainda infante, sobre o chão
Frio e cruel da mais cruel deveza,
Do que embalar-te a fada da Beleza,
Como embalou, no berço de ilusão.
Mais valera à tua alma visionária
Silenciosa e triste ter passado
Por entre o mundo hostil e a turba vária,
( Sem ver uma só flor, das mil que amaste)
Com ódio e raiva e dor... que ter sonhado
Os sonhos ideais que tu sonhaste!" -
Antero de Quental in "Sonetos"
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
1 comentário:
Uma foto excelente e um poema com o selo de qualidade - Antero de Quental.
O Outono tem certa magia que nos encanta e este poema ainda acentua essa viagem.
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