No momento de poesia da semana, uma vez mais me sirvo da inspiração duma amiga da serra do Açor.
É ela Cleo Dias, natural da aldeia de Pai das Donas que, no seu blog Impulsos , nos leva algumas vezes a viajar pela serra, através da sua prosa e da sua poesia, tal como acontece com o poema que se segue.
No rio Alva - Avô
Fui ao rio certa manhã
levava saias compridas
levava, que estava frio
... para me cobrir, agasalhos
... todos feitinhos de lã
Começou-se o rio a rir
do meu suave jeito d'andar
e do verde dos meus olhos
que o estavam a fascinar
- Menina, toca a despir
que te quero contemplar...
mergulha em mim
que sou rio, não te irei afogar
Fosses flor eu te daria
uma abelha p'ra te amar
Mas és mulher, és vaidosa
dou-te minhas águas tranquilas
para que te possas mirar
Oh, Rio de que tu falas?
Sim, sou mulher, ainda menina
Da Bordadura do Alva...
Não farei a minha sina
Tenho asas, quero voar
não me deixarei enredar
que me queres apaixonar
Ficou o Rio a chorar
pelos olhos da menina...
Ficou a menina a sonhar
pelo abraço do Rio.
... todos feitinhos de lã
Começou-se o rio a rir
do meu suave jeito d'andar
e do verde dos meus olhos
que o estavam a fascinar
- Menina, toca a despir
que te quero contemplar...
mergulha em mim
que sou rio, não te irei afogar
Fosses flor eu te daria
uma abelha p'ra te amar
Mas és mulher, és vaidosa
dou-te minhas águas tranquilas
para que te possas mirar
Oh, Rio de que tu falas?
Sim, sou mulher, ainda menina
Da Bordadura do Alva...
Não farei a minha sina
Tenho asas, quero voar
não me deixarei enredar
que me queres apaixonar
Ficou o Rio a chorar
pelos olhos da menina...
Ficou a menina a sonhar
pelo abraço do Rio.
Lugar e poema encantadores. Um abraço, Yayá.
ResponderEliminarPaisagens como estas, só podem inspirar uma boa escrita, aqui por esta mata de betão, as inspirações falham, fogem :(
ResponderEliminarBeijinho grande e bom fim de semana.
Acabo de chegar a casa depois de quatros dias inesquecíveis perdido pelas serranias ,caminhos velhos,e passeios infindáveis pelas margens do Rio Alva.
ResponderEliminarTenho um pequena casa de férias junto à margem do rio e e refugiar-me naqueles santuários , recuar uns anos no tempo , fruir todoas aquelas maravilhas e conviver apenas com o silêncio é algo que passou a fazer parte da minha vida .
Foi reconfurtante ,rever através de si estas paisagens e reler este belo poema que ,já conhecia.Obrigado