Eu q’ria ser camponesa;
Ir esperar-te à tardinha
Quando é doce a Natureza
No silêncio da devesa,
E só voltar à noitinha…
Levar o cântaro à fonte
Deixá-lo devagarinho,
E correndo pela ponte
Que fica detrás do monte
Ir encontrar-te sozinho…
E depois quando o luar
Andasse pelas estradas,
D’olhos cheios do teu olhar
Eu voltaria a sonhar,
P’los caminhos de mãos dadas.
E depois se toda a gente
Perguntasse: “Que encarnada,
Rapariga! Estás doente?”
Eu diria: “É do poente,
Que assim me fez encarnada!”
E fitando ao longe a ponte,
Com meu olhar cheio do teu,
Diria a sorrir pro monte:
“O cant’ro ficou na fonte
Mas os beijos trouxe-os eu…
Florbela Espanca - Trocando olhares
Amiga Lourdes.
ResponderEliminarAdoro Florbela.
Obrigada por me ajudar a começar bem o dia com este belo poema.
Beijo
Ná
Lindo poema que nos encanta e nos trás à recordação estas mesmas imagens ao Domingo à tardinha.
ResponderEliminarA água da fonte ainda era mais fresquinha........
Olá Lourdes , sempre gostei muito de F.Espanca ... Este é umdos seus belos poemas
ResponderEliminarBj
Florbela é a minha Musa que cedo se partiu.
ResponderEliminarEsta Publicação faz uma singela Homenagem a uma das maiores Poetizas de dos nossos tempos.
Reler é como receber um Bálsamo de Amores
SOL da Esteva
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