sábado, 29 de maio de 2010

Sesimbra - Uma Lenda


Em Sesimbra, outrora habitada por Árabes, é natural que tenham nascido algumas  lendas, que foram passando de geração em geração.
Para terminar os postes que dediquei a esta vila minha vizinha, fica um slide com mais algumas imagens desta bela localidade e da sua costa acompanhando uma lenda que "pesquei" num blog da região.

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 Lenda da Princesa Moira
Numa noite de temporal, em que o ruído do mar se ouvia no castelo, em que os relâmpagos iluminavam os areais e a chuva fustigava tudo e todos, bateram a altas horas, à porta da humilde casa de uma parteira.
Era um homem a chamá-la para acudir a sua mulher que estava em trabalho de parto havia muitas horas e, segundo ele, estaria às portas da morte, lá para os lados da Pedra Grande.
A parteira disse que não poderia ir, pois o tempo estava horrível e ela nem sequer sabia para onde a ia levar e tinha medo.
Depois de muito tempo, comoveu-se com as súplicas do homem e lá o acompanhou.
Lá foram eles, pelo areal, encharcados e batidos pelo vento. Algumas vezes a mulher quis voltar para trás, mas o homem suplicava, chorava e prometia que ela seria a mulher mais rica do mundo se lhe salvasse a mulher e o filho, que era o primeiro.
Chegaram, por fim, à Rocha e o homem bateu como quem bate a uma porta.
A Rocha abriu uma passagem e a senhora viu-se dentro de um palácio, que diremos nós, das Mil e Uma Noites. Um luxo como ela não poderia imaginar, filha de gente pobre, analfabeta e cujos limites acabavam na linha do horizonte do mar de Sesimbra.
No meio do deslumbramento viu uma linda princesa moira que estava a dar à luz no maior desespero e sofrimento.
A parteira arregaça as mangas e vá de ajudar e fazer o que sabia. Passam horas de angústia, mas por fim, lá nasce um lindo menino. Choram todos de alegria e o pai leva a senhora a uma sala onde se amontoavam pedras preciosas, ouro, pratas e jóias. Perante o seu espanto, o homem disse-lhe que levasse o que quisesse, mas com a condição de que NUNCA dissesse o que vira e donde lhe vinha a riqueza.
A tempestade acalmara e o dia ia raiando quando a parteira saiu da Rocha e correu para casa como uma louca, para esconder o tesouro onde ninguém o visse, mas toda a gente a martirizava com perguntas a que ela durante muito tempo resistiu. Porém, não podendo mais ficar calada, confessou a uma das filhas o seu segredo.
Quando quis provar que tudo era verdade, foi buscar o tesouro e abriu o esconderijo, e viu pedras sim, mas de carvão!
Apesar disso, morreu velhinha, sempre a acreditar que conhecera uma Princesa Moira.



Obrigada pela sua visita. Volte sempre.

8 comentários:

  1. Olá Lurdes.
    A lenda está lindamente contada e também é um pouco fora do comum das lendas.
    O fecho da história é triste e não devia sê-lo.
    Depois de tanto trabalho, chuva e frio, a coitada vê-se com uma mão de pedras de carvão.
    Não..não é justo!

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  2. Linda lenda...
    Gosto muito dessas histórias com um fundo de verdade, ou com uma lição.
    Triste perder o tesouro, mas ela também não cumpriu a palavra dada...

    Beijo

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  3. Olá Lurdes!
    Bem, o seu blog está lindissimo.Quando entrei,pareceu-me entrar no mar, adorei :) Não conheço bem Sesimbra,mas gostei de mergulhar de cabeça nesse post e no novo visual do seu blog.

    Vinha perguntar de novo (sou muito chata, já sei) se estará presente no dia 10/06, em Trancoso, no duplo evento que estamos a organizar.?

    Jocas gordas
    Lena

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  4. Parabéns com o empreendimento novo do blog açor, embora eu vá ter saudades do açor antigamente. cumprimentos

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  5. Olá Lourdes!
    Pena não poder ir estar presente, mas entendo :)

    Venho convidá-la para ir ver o novo visual da Aldeia e dizer-me o que acha. Ah, e agora temos um site muito giro: www.olhodeturista.pt

    Jocas gordas
    Lena

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  6. Minha Boa Amiga Mª de Lourdes,
    Linda lenda e como moral desta história temos que ao não cumprir a palavra dada originou esse castigo.
    Um beijinho amigo.

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  7. Amiga Lourdes,

    Adoro lendas e a tua terra, Sesimbra é linda!

    beijinhos

    Na casa do Rau

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  8. Olà amiga Lurdes.
    Adorei ler esta lenda fez-me recordar a minha infância, quando ia de férias á Sorgaçosa, a minha avó materna contava-me algumas lendas e muito bonitas das Moiras lá da nossa querida zona Serra do Açor.
    Um grande beijo
    Anabela Mendes

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