Comer e beber mantêm a alma e o corpo juntos.
(Heinrich Böll)
Antigamente, nas regiões do interior, tudo era pretexto para as pessoas se juntarem e se divertirem.
Após as colheitas e vindimas, em que o trabalho era intenso, chegava a época das castanhas. Quem tinha castanheiros, assava as castanhas nas lareiras de suas casas, umas vezes nas brasas da fogueira, outras usando um assador improvisado, furando um tacho velho ou uma lata. Na rua juntavam-se algumas pessoas para fazeremos magustos, isto é: assavam-se as castanhas numa fogueira feita com a caruma seca dos pinheiros. A acompanhar as castanhas, para não ficar embuchado e ajudar à festa, bebia-se água-pé, vinho, ou jeropiga.
Nestes magustos, as pessoas divertiam-se não só comendo as castanhas, como enfarruscando-se uns aos outros. Muitas vezes, os rapazes aproveitavam para se aproximarem mais das raparigas casadoiras pois nessa época, só em ocasiões festivas isso era possível.
Nas regiões urbanas, nesta altura do ano, era frequente encontrar-se o homem das castanhas, junto ao seu carrinho equipado com um fogareiro e um assador. As castanhas assavam enquanto ele apregoava:
"Quem quer quentes e boas?"
De vez em quando os transeuntes aproximavam-se com uma moeda na mão, que trocavam por um cartucho feito duma folha de jornal, cheio com castanhas quentinhas.
De vez em quando os transeuntes aproximavam-se com uma moeda na mão, que trocavam por um cartucho feito duma folha de jornal, cheio com castanhas quentinhas.
(Imagens Google, foto de José Gomes)
Hoje em dia, ainda se podem encontrar alguns vendedores ambulantes nas zonas mais movimentadas das cidades, em casa assam-se as castanhas no fogão a gás , em assadores de barro e, nas zonas rurais em datas especiais, ainda se fazem magustos, recordando os tempos passados.
- O meu assador de castanhas -
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
Lourdes;
ResponderEliminarIsso não se faz, de me recordar momentos de grande alegria na minha terra, onde existem muitos castanheiros e que no São Martinho era uma festa nos "magustos" de alegria.
Quantas saudades!...
bjs, Lourdes,
Osvaldo
Maravilhosa essa sua postagem, Lourdes. Agora já sei o que é magusto. E que vontade de um dia participar de um!... Adoro castanhas e já provei delas assadas pelos vendedores, em seus carrinhos, ai em Portugal. São deliciosas...
ResponderEliminarBeijos
Osvaldo
ResponderEliminarÀs vezes é bom recordar os momentos bons que a vida nos proporciona e a época dos magustos era mesmo uma festa.
Beijos
Dulce
ResponderEliminarÉ mesmo engraçado participar nos magustos, embora se tenha perdido o encanto de antigamente. No entanto, sabe sempre bem saborear umas castanhas quentinhas nos dias frios de Outono.
Beijinhos
Olá Lourdes!
ResponderEliminarOra ora que coincidência.Adivinhe!Leio um texto seu sobre castanhas quando venho precisamente convidá-la para participar na Blogagem de Novembro do blogue da Aldeia (www.aldeiadaminhavida.blogspot.com) Adivinha lá o tema? O Meu Magusto.Mesmo a calhar.Se quiser participar,basta mandar um texto de máximo 25 linhas e 1 foto original (adorei o seu assador de castanhas) para aminhaldeia@sapo.pt até dia 8 de Novembro.A blogagem começara dia 10.De momento,decorre a de Outubro,pode ir espreitar à vontade :)
Jocas gordas
Lena
Gosto muito de ler artigos assim de um tempo que ja se foi...moro no Brasil, mais especificamente em Santa Catarina no sul e aqui vivem muitos descendentes de açorianos que tem costumes bem peculiares tbm. Apesar de eu ser descendente de alemães meu esposo é neto de açorianos...dizem que vieram dos Açores.
ResponderEliminarHelena
ResponderEliminarAgradeço o convite e vou tentar escrever um texto que enviarei depois.
Beijinhos
Lourdes
Olá Duh
ResponderEliminarEstes são costumes bem portugueses, mas muitos deles espalharam-se pelos cantos do mundo onde há compatriotas emigradoos. Apesar do blog ter o nome de "Açor", foi inspirado na serra com este nome, que fica no Continente bem juntinho à serra da Estrela. Mas as tradições são em tudo semelhantes às dos Açores, como pude constactar na visita que fiz à Ilha de S. Miguel.
beijinhos