domingo, 3 de maio de 2009

Mãe

Amamos as nossas mães quase sem o saber e só damos conta da profundidade das raízes desse amor no momento da derradeira separação.
(Guy de Maupassant)




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Para Sempre


Por que Deus permite

que as mães vão-se embora?

Mãe não tem limite,

é tempo sem hora,

luz que não apaga

quando sopra o vento

e chuva desaba,

veludo escondido

na pele enrugada,

água pura, ar puro,

puro pensamento.

Morrer acontece

com o que é breve e passa

sem deixar vestígio.

Mãe, na sua graça,

é eternidade.

Por que Deus se lembra

— mistério profundo

— de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo,

baixava uma lei:

Mãe não morre nunca,

mãe ficará sempre

junto de seu filho

e ele, velho embora,

será pequenino

feito grão de milho.


Carlos Drummond de Andrade






Obrigada pela sua visita. Volte sempre.



5 comentários:

  1. Olá M. de Lourdes;

    Que belo poema do meu antigo professor C. Drummond de Andrade você nos oferece aqui para a lembrança de quem nos permitiu descobrir este Mundo de contrariedades mas também de infinitas belezas... que foram todas as Mães do Mundo.

    Obrigado e bom domingo.
    Osvaldo

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  2. Olá Osvaldo.
    Grata pelo comentário, devo dizer-lhe que fiquei com uma pontinha de "inveja" sua. Ter Carlos Drummond de Andrade como professor deve ter sido um privilégio.
    Bom domingo também para si e para todos os seus.

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  3. Lourdes,

    linda foto, poema especial do Drummond, neste dia especial.

    Um grande abraço a você neste dia, amiga.

    Beijinhos

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  4. Olá Dulce,
    A escolha do poema deve-se à festa do "Dia da Mãe" que se comemorou hoje em Portugal.
    Para a semana espero poder felicitá-la também.
    Beijinho

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  5. Lourdes,
    que linda foto...
    gosto imensamente dessas fotos.


    são pura ternura,
    ingenuidade,
    outros tempos,
    onde a pureza traduzia-se
    num olhar de mãe....
    abraços de Maria Filomena

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