Após o périplo pelas aldeias da freguesia da Benfeita, continuamos a subir a serra. Chegamos então à mais recente freguesia do concelho de Arganil, a Moura da Serra.
Tal como o nome indica, esta é uma aldeia muito antiga mas desconhece-se a data da sua fundação. No entanto, sabe-se que os romanos iniciaram a exploração de estanho e ouro na região, para além de uma pastora ter descoberto moedas romanas nas terras da freguesia.
Na altura da fundação das aldeias de Relva Velha e Monte Frio, em 1345, aparece a primeira alusão à Moura, que mais tarde passou a denominar-se Moura da Serra.
Inicialmente, pertenceu ao Couto de Avô. Mais tarde, fez também parte do concelho de Avô, até à sua extinção em 1855. A partir de então, Avô passou a ser a sede de freguesia e o concelho Oliveira do Hospital. Só em 1962, a Moura da Serra passou a ser sede de freguesia integrando as povoações de: Valado, Moura, Casarias, Relva Velha, Parrozelos e Mourísia.
Na aldeia, existe uma pequena igreja dedicada ao Divino Espírito Santo e bem próximo a torre do relógio.
Na escola, já desativada, situa-se a sede da Junta de Freguesia e, bem próximo, existe um ringue para a prática desportiva, com os respetivos balneários. Existe também a Casa do Povo, onde os seus habitantes se encontram e convivem e onde funciona o posto de saúde. Fotos da Net |
Obrigada pela sua
visita. Volte sempre.
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sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Porque é Fim de Semana... Moura da Serra
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
A Poesia de Vergílio Ferreira
Fímbria de Melancolia
Fímbria de melancolia,
memória incerta da dor,
ouço-a no gravador,
no fado que não se ouvia
quando ouvia o seu clamor.
Porque era já no passado
o presente dessa hora
e que me ressoa agora
a um outro mais alongado.
Assim a dor que se sente
no outro obscuro de nós
nunca fala a nossa voz
mas de quem de nós ausente,
só a nós próprios consente
quando não estamos nós
mas mais sós do que ao estar sós.
Onde então estamos nós?
Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1
memória incerta da dor,
ouço-a no gravador,
no fado que não se ouvia
quando ouvia o seu clamor.
Porque era já no passado
o presente dessa hora
e que me ressoa agora
a um outro mais alongado.
Assim a dor que se sente
no outro obscuro de nós
nunca fala a nossa voz
mas de quem de nós ausente,
só a nós próprios consente
quando não estamos nós
mas mais sós do que ao estar sós.
Onde então estamos nós?
Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1
Obrigada pela sua
visita. Volte
sempre.
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Cachecol - Vison
Dos vários trabalhos de artesanato que tenho feito nos últimos tempos, este foi um dos que mais me agradou pelo resultado final.
Numa época em que o frio aperta, nada melhor que um cachecol bem quentinho, tricotado com um fio, que no final dá o aspeto do vison.
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Bolo de Nozes
Ingredientes
7 ovos
1 1/2 chávena de chá de açúcar
1 chávena de chá de manteiga
1 1/2 chávena de chá de nozes picadas
1 pacote de bolacha maria triturado
2 latas de leite condensado
1 colher (sopa) de chocolate em pó
Preparação
Aqueça o forno a 180°C.
Bata 6 claras em neve com a metade do açúcar. Reserve.
Bata 6 gemas, a manteiga e o açúcar restante.
Junte as claras reservadas, as nozes e o biscoito e misture delicadamente até ficar homogêneo.
Despeje numa forma untada e enfarinhada.
Leve ao forno por 30 minutos aproximadamente.
Deixe arrefecer e corte ao meio. Reserve.
Prepare o recheio:
leve ao fogo o leite condensado, o chocolate e a 1 gema e cozinhe até engrossar, sem parar de mexer.
Espalhe o recheio sobre uma das partes do bolo e sobreponha a outra metade do bolo. Use o restante do creme como cobertura.
Origem http://mdemulher.abril.com.br/culinaria/receitas/receita-de-bolo-facil-nozes-546502.shtml
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Fim de Semana na Aldeia
Mais um fim de semana passado no Sobral Magro e, uma vez mais, o tempo não ajudou.
Este ano foi quase sempre assim. De cada vez que me deslocava à aldeia, lá estava a chuva para me receber. Se de outras vezes não fazia diferença, desta foi muito desagradável pois estava previsto um convívio que habitualmente se realiza nesta época do ano.
Assim, o sábado amanheceu chuvoso e, a chuva que teimava em cair dificultou, mas não conseguiu impedir o trabalho dos cozinheiros que, na churrasqueira, assaram as febras.
Este ano foi quase sempre assim. De cada vez que me deslocava à aldeia, lá estava a chuva para me receber. Se de outras vezes não fazia diferença, desta foi muito desagradável pois estava previsto um convívio que habitualmente se realiza nesta época do ano.
Assim, o sábado amanheceu chuvoso e, a chuva que teimava em cair dificultou, mas não conseguiu impedir o trabalho dos cozinheiros que, na churrasqueira, assaram as febras.
Enquanto isso, na cozinha, as cozinheiras fizeram o arroz de feijão e a sopa e distribuíram numa mesa as sobremesas que cada um de nós levou para completar a refeição.
Por fim, todos nos juntámos no salão da casa de convívio onde nos deliciámos com a excelente refeição que nos foi preparada.
Desta vez, contámos com a presença dum grupo de amigos do Soito da Ruiva e do Sobral Gordo que fizeram questão de nos acompanhar neste convívio. Para eles vão os agradecimentos de todos os sobralmagrenses pois é sempre com satisfação que recebemos os nossos amigos.
De tarde, as senhoras juntaram-se para combinarem alguns detalhes para a decoração das ruas da aldeia na altura da festa anual a realizar em Agosto. Fizeram alguns trabalhos que servirão para o efeito. Neste momento o palco já está totalmente coberto de flores mas, muitas mais serão necessárias. O objetivo que pretendemos alcançar é muito ambicioso mas completamente ao alcance de todos nós, se para tal estivermos motivados.
Obrigada pela sua
visita. Volte
sempre.
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Porque é Fim de Semana... Dreia e Deflores
Por agora, vou terminar o périplo pela freguesia da Benfeita, vistando as aldeias de Deflores e Dreia.
Deflores
é a mais pequena aldeia da freguesia embora em 1527 fosse a segunda maior. Tem uma capelinha sendo a sua padroeira Santa Maria Madalena.
Deflores Foto: Panoramio |
Dreia
Tal como a maior parte das aldeias da freguesia, a Dreia já teve muitos mais habitantes. Hoje em dia, a sua população ronda apenas a meia centena de pessoas.
A sua capela tem como padroeira a Nª Sª da Graça, que se festeja anualmente no dia 18 de Dezembro.
Dreia Foto: Panoramio |
Finalmente, sigo para o Sobral Magro onde vou passar alguns dias e onde vou participar no tradicional Convívio de Novembro.
Obrigada pela sua
visita. Volte
sempre.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Linguagem da Minha Aldeia - G
Continuação do tema in iciado em: Linguagem da Minha Aldeia
G
Gadanha – concha da sopa
Gavelada - pequeno molho, paveia
Gadelha - cabelo
Gafuge - crianças
Gaifanas - pestanas
Gafuge - crianças
Gaifanas - pestanas
Gambuzinos - pássaros imaginários que andam de noite
Gargalo - pescoço
Gargalo - pescoço
Garroucho - Pau torto
Garruça - Carapuça, gorra
Garrudo - muito cabeludo pelo corpoGavelada - pequeno molho, paveia
Gosma - interesseiro
Goilão - esófago
Gomitar - vomitar
Gomitar - vomitar
Gorlear – gloriar, pessoa que se compraz com o mal dos
outros.
Guieira - vento frio
Grado - Que "gradou", grande
Grado - Que "gradou", grande
Gravetos - Lenha miúda
Guieira - vento frio
Guieira - vento frio
Obrigada pela sua
visita. Volte
sempre.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Sonhos de Cenoura
O Natal está aí à porta. Para variar um pouco as receitas de Sonhos, a sugestão de hoje é de
SONHOS DE CENOURA
Ingredientes
- 750g de cenoura
- 400g de farinha
- 200 g de açúcar
- 200 g de açúcar
- 4 ovos
- 1 laranja
- 1 colher de sopa de fermento
- sal, açúcar e canela q.b
- óleo para fritar
Preparação:
- Descasque e coza as cenouras em água temperada com uma pitada de sal e a casca da laranja. Depois de cozidas escorra, retire a casca da laranja e reduza a puré.
- Misture o açúcar com o puré de cenoura, acrescente a farinha peneirada e o fermento, envolva bem.
- De seguida junte as gemas e o sumo de laranja. Bata as claras em castelo firme e junte ao preparado.
- Aqueça o óleo numa frigideira e frite colheradas do preparado, virando-os até ficarem uniformemente dourados. Retire com o auxílio de uma escumadeira e escorra sobre papel absorvente. Passe depois por açúcar e canela.
Obrigada pela sua
visita. Volte
sempre.
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Por detrás da vidraça...
Acordei num daqueles dias meios encobertos e frios em que a preguiça, tomou
conta de mim. Fiquei junto à janela, no silêncio de casa, espreitando pelas
vidraças. Deixei os meus pensamentos partir em busca das minhas mais doces recordações.
Logo a saudade me veio fazer companhia. Sim, porque nestas alturas, a saudade é
sempre boa companheira duma alma
nostálgica, sonhadora e sensível.
Percorro os caminhos do meu passado e vejo-me na minha infância.
Não tinha computadores, nem televisão, nem brinquedos ou jogos. Tudo
tinha que ser inventado. Na Ribeira Mourísia, na fazenda dos meus avós, não
tinha outras crianças com quem brincar e tudo era muito tranquilo. Vestia-me com as roupas da minha tia e imitava-lhe os movimentos para parecer adulta. As penedas
mais lisas serviam de casa de bonecas.
Uma boneca de trapos feita pela minha avó era a minha única companhia. Amassava terra com água para fazer bolinhos e qualquer pedrinha circular servia de prato, sendo
os móveis umas pedras maiores com formatos diversos. Era tudo de “faz de
conta”.
Mais tarde, após regressar das suas fazendas, a garotada juntava-se no largo
da povoação e a tranquilidade que reinara na aldeia, durante a maior parte do
dia, desaparecia como por encanto, dando lugar
a gritos e risadas estridentes, que
ecoavam alegremente pelas ruas e barrocas.
Então, as imagens começaram a desfilar na minha lembrança e pararam no Largo da Barroca no Sobral Magro. Lá apareceram todos os meus amigos de criança. Jogávamos "à penamalha", "à rolha", ou "às escondidas". Aproveitávamos o lavadouro vazio, uma em cada canto e consegui ouvir a voz da Hortensita gritar: " dá-me lume". Respondeu logo a saudosa Isabel: " vai àquela casa que te fume". E nós corríamos e gritávamos tentando trocar de canto, umas com as outras, sem sermos apanhadas. Eram as brincadeiras duma época em que não havia dinheiro para brinquedos mas, em que convívíamos e divertíamo-nos muito com pequenas coisas. E, não éramos menos felizes...
Então, as imagens começaram a desfilar na minha lembrança e pararam no Largo da Barroca no Sobral Magro. Lá apareceram todos os meus amigos de criança. Jogávamos "à penamalha", "à rolha", ou "às escondidas". Aproveitávamos o lavadouro vazio, uma em cada canto e consegui ouvir a voz da Hortensita gritar: " dá-me lume". Respondeu logo a saudosa Isabel: " vai àquela casa que te fume". E nós corríamos e gritávamos tentando trocar de canto, umas com as outras, sem sermos apanhadas. Eram as brincadeiras duma época em que não havia dinheiro para brinquedos mas, em que convívíamos e divertíamo-nos muito com pequenas coisas. E, não éramos menos felizes...
Lá estava o "Coneca" encostado à parede duma casa, rindo e comentando as nossas brincadeiras com o seu modo de articular as palavras, para muitos impercetível. "Fó Mialu, fó. Aquê malano panha ti" (Foge Maria de Lurdes, foge. Aquele malandro apanha-te).
Tudo parecia tão real que, por momentos, me pareceu ouvir o som da minha própria voz chamando: “Avó, avó!”.
Senti então uns bracitos que me envolveram carinhosamente e percebi que era a voz da Leonor que me chamava
“Avó, avó! Que estás a fazer aí a olhar para a rua? Anda brincar comigo!”
Foto: Net
Obrigada pela sua
visita. Volte
sempre.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Casa da Comarca de Arganil
Da Direção da Casa da Comarca de Arganil, recebi o seguinte email que passo a divulgar.
Caros amigos!
A Casa da Comarca de Arganil, em Lisboa, vai comemorar o seu 83º Aniversário no próximo dia 8 de Dezembro e começa já a divulgar o programa das comemorações. Para além disso tem já confirmado um programa para o Reveillon 2012/13. Para mais informações contactem casa.comarca.arganil@gmail.com ou 934919370 (Carlos Manuel).
Apoie e visite a Casa da Comarca de Arganil (Rua da Fé 23 – Lisboa – junto à Av. da Liberdade).
Saudações regionalistas,
A direção
Obrigada pela sua
visita. Volte
sempre.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Porque é Fim de Semana... Enxudro
Mais um fim de semana na freguesia da Benfeita.
Desta vez, a povoação a visitar é o Enxudro, aldeia natal da minha bisavó Maria do Nascimento.
Desta vez, a povoação a visitar é o Enxudro, aldeia natal da minha bisavó Maria do Nascimento.
Nesta aldeia já vivem poucas pessoas durante todo o ano e, só no Verão, quando os naturais da aldeia que migraram regressam para um merecido tempo de férias, a população aumenta .
É também nessa altura que se realiza a festa anual em honra do padroeiro Santo António.
Na aldfeia ainda existem em funcionamento quatro fontes e um lavadouro público.
A povoação viu as condições de vida de seus habitantes bastante melhoradas após a fundação da sua Comissão de Melhoramentos em 1989.
Na aldfeia ainda existem em funcionamento quatro fontes e um lavadouro público.
A povoação viu as condições de vida de seus habitantes bastante melhoradas após a fundação da sua Comissão de Melhoramentos em 1989.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Almoço - Convívio no Sobral Magro
Uma vez mais venho relembrar que a Comissão de Melhoramentos de Sobral Magro vai realizar o seu habitual Almoço -
Convívio no próximo dia 24 de Novembro.
O Programa é o seguinte:
O Programa é o seguinte:
A exemplo dos anos anteriores, no dia 25 realizar-se-á a habitual Missa em memória dos sobralmagrenses falecidos, seguindo-se a
Romagem ao Cemitério para benção das campas.
A direção da Comissão de Melhoramentos conta com a presença do maior número de associados e amigos neste convívio.
Como aconteceu no convívio da imagem espero que o próximo seja um êxito.
Se ainda não marcou a sua presença, faça-o o mais rápido possível e não guarde tudo para a última hora.
Obrigada pela sua
visita. Volte
sempre.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Parabéns Sorgaçosa
Mais uma vez, dedico um post à Sorgaçosa na passagem do 65º aniversário da fundação da sua Comissão de Melhoramentos. O dia 14 de Novembro de 1947 é, sem dúvida, uma data a comemorar pois foi, a partir então, que um grupo de sorgaçosenses abriu as portas e iniciou o percurso a caminho da civilização.
Em jeito de presente, hoje publico um pequeno video com algumas imagens desta simpática aldeia da serra do Açor.
Para os meus amigos da Sorgaçosa, vão hoje os meus sinceros
PARABÉNS.
Obrigada pela sua
visita. Volte
sempre.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
A Poesia de Jaime Lopes - Mais Um Poeta da Serra
Alçapão de Memórias
O ar estremece
com as cores da noite
quando uma folha seca desliza
dos braços maternos
e cai sem amparo
na lenta penumbra
das sombras outonais
perdendo a vida
Sei e sinto
que a minha vida
já encarquilhada
pela rudeza do tempo
também cairá
na última folha
como um manto de silêncio
que cai nas sombras densas
das lôbregas jornadas
do sopro do vento
Enquanto espero
sem desespero
a minha sombra outonal
deixo que a vida
conserve aberto
o meu alçapão das memórias
e me inunde os sentidos
Jaime Lopes
Foto: Retirada da Net
Obrigada pela sua
visita. Volte
sempre.
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Dia de S. Martinho na Minha Aldeia
Em dia de S. Martinho a tradição do magusto manteve-se para alegria dos poucos (mas bons) habitantes da aldeia.
- Um forno moderno ao serviço da tradição -
Desta vez não se fez a habitual fogueira e assaram-se as castanhas no forno. A animação não foi a mesma de outros tempos em que abundava a juventude que com a sua irreverência dava mais alegria aos acontecimentos. Apesar disso, não deixou de reinar a boa disposição entre aqueles que participaram no magusto de 2012 e que mantiveram uma das mais ancestrais tradições da aldeia.
- Alguns dos habitantes de Sobral Magro que participaram no magusto de S. Martinho deste ano -
Fotos: Alcídio Melo
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Porque é Fim de Semana... Sardal
O tempo está frio e a chuva não nos deixa. No entanto, não servem de obstáculo para um passeio pela serra. Os cuidados têm que ser redobrados pois as estradas são íngremes e tortuosas mas, a beleza natural que se espraia aos nossos olhos, também não nos deixa andar muito rápido, para podermos apreciar a paisagem que a serra tem para nos oferecer.
Desta vez vamos sair da Benfeita e percorrer a estrada em direção ao Sardal.
Tal como acontece em muitas outras aldeias da serra, no Sardal já existem poucos habitantes permanentes e é no Verão, em especial na altura da festa anual, que se encontra mais povoada.
Esta festa realiza-se em honra de Nossa Senhora da Paz, no terceiro Domingo de Agosto.Nesta aldeia o presente cruza-se com o passado tanto nos seus usos e costumes como nas suas habitações tradicionais lado a lado com outras de arquitetura mais recente.
Como em quase todas as aldeias do concelho de Arganil, existe uma Comissão de Melhoramentos que, desde 1952, tem trabalhado para dotar a povoação de várias obras que possibilitem melhores condições de vida aos seus habitantes e também proporcionem aos que visitam a aldeia, nas suas férias momentos de lazer e bem estar. São exemplos disso o arranjo das ruas, o abastecimento de água, a sede onde funciona a biblioteca, o café e sala de jogos, a piscina e o campo de futebol.
Fotos: Da Internet
Obrigada pela sua
visita. Volte
sempre.
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Linguagem da Minha Aldeia - F
Continuação do tema in iciado em: Linguagem da Minha Aldeia
F
Fanico - desmaio
Fariseu - mau/ que faz maldades
Forro- sótão
Fungar - choramingar
Fintar - fermentar
Folaita - gaita de beiços
fazenda - terrenos de cultivo
Farrombão - arrogante
Fedor - mau cheiro
Forfos - fósforos
Farpela - roupa
Fisga - fresta
Foita - confiante
Fraga - rocha
Frangalho - trapo
Fronha - cara
Fusco - sujo
Obrigada pela sua
visita. Volte
sempre.
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Convívio de S. Martinho, no Sobral Gordo
O S. Martinho está à porta e, como vem sendo hábito, o Sobral Gordo vai estar reunido em confraternização nos próximos dias 10 e 11. No dia 10, sairá uma excursão da Cova da Piedade , com
destino ao Sobral Gordo, regressando no dia 11.
O programa é o seguinte:
Obrigada pela sua
visita. Volte
sempre.
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Coja e o Alva
Uma vez mais dedico um post à bonita vila de Coja.
Localizada no sopé da serra do Açor, é banhada pelo rio Alva que lhe confere frescura e aumenta a beleza natural. Aqui, o visitante pode usufruir da tranquilidade dum parque de campismo localizado junto a uma excelente praia fluvial.
Esta região teve, em tempos remotos, grande importância devido à exploração
de ouro que se fazia no leito do rio Alva e também devido à fertilidade dos terrenos o que levou à formação do Castro Cogia.
Em Coja existiu um Castelo construído na época da rainha D. Teresa que foi destruído durante as lutas travadas entre D. Sancho e o seu irmão, restando apenas uma pequena parte da muralha.
Esta localidade possui alguns monumentos, solares e igrejas de grande interesse.
Eis algumas fotos de há um mês atrás:
Obrigada pela sua visita. Volte sempre.
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Porque é Fim de Semana... Monte Frio
Terminada a visita à mata da Margaraça, continuamos na freguesia da Benfeita e seguimos pela estrada de terra batida, em direção ao Monte Frio.
O Monte Frio é uma das poucas aldeias da serra do Açor de que se conhece documentação acerca da sua fundação. Corria o ano de 1134 , D. Afonso IV doou a Vasco Domingues uma zona de mato junto à mata da Margaraça, encarregando-o de construir casas e de desbravar as terras incultas de forma a serem cultivadas, tal como consta na escritura da "Carta de Foro e Emprazamento" arquivada na Torre do Tombo em Lisboa.
A aldeia tem como padroeiro o Milagroso Bom Jesus. A festa anual realiza-se no primeiro fim-de-semana de Agosto, em honra do padroeiro e de Nossa Senhora da Boa Viagem.
No Largo da Comissão de Melhoramentos do Monte Frio, o visitante pode apreciar uma espetacular vista da serra, para além da mata da Margaraça e aldeias envolventes.
Para abandonar da povoação, saímos já por uma estada alcatroada a caminho duma nova aldeia da freguesia que visitaremos no próximo fim de semana.
População
O número de habitantes teve ligeiras oscilações ao longo dos anos, devido às crises agrícolas que causaram fome e provocaram um aumento na mortalidade.No século XX, a causa do decréscimo da população, que se fez sentir de forma lenta e progressiva, foi fruto do êxodo da maioria dos seus habitantes para as áreas litorais do território de Portugal continental e alguns mesmo para fora do país.
Actualmente a população do Monte Frio é idosa, constituída fundamentalmente por reformados, sendo a pirâmide de idades irregular e invertida, com grandes classes etárias idosas em relação às mais jovens.
Economia Local (Passado)
A pastorícia foi uma actividade que houve desde sempre no Monte Frio, mesmo antes da sua fundação. Hoje em dia já não há nenhum pastor.Até aos anos 80, ainda havia uma pequena indústria ligada à floresta, que consistia na fabricação de colheres de pau e alguns seringueiros que extraiam a resina dos pinheiros.
O fabrico de carvão (antigamente única fonte de energia) que era feito quase por todos os montefrienses, na serra ou ao pé da povoação, era depois vendido a ferreiros de Oliveira do Hospital e a outros.
Entretanto, quase desaparecido, era feito no Monte Frio algum artesanato para autoconsumo, como chapéus de palha, chinelos de pano, cestos e cestas de vime.
Até aos anos 60 existiam 3 indústrias de camionagem (de carvão e madeira).
Existiam duas costureiras com muitos clientes, uma viatura de aluguer e o serviço de barbearia chegou a ser feito pelo distribuidor de correio.
Economia Local (Presente)
A agricultura é a actividade de maior importância no Monte Frio, ocupa a maior parte da população. A pecuária e a silvicultura são actividades que também são exercidas, como complementares à agricultura.Nas produções agrícolas do Monte Frio, influem naturalmente o clima (muito quente no Verão, e muito frio com geadas, forte vento, e às vezes neve no Inverno), a precipitação (pouca no Verão, e abundante no Inverno), o relevo (muito acentuado, que é constituído unicamente por pequenos socalcos, pelos montes acima) e o solo (de aptidão muito limitada, ou não muito rico com muitas pedras soltas).
O tipo de culturas existente no Monte Frio caracteriza uma agricultura de subsistência ou de auto-consumo. A castanha, é o produto de primeira qualidade da região, de muito boa qualidade e aceitação comercial, mas cada vez menos se produz.
O comércio do Monte Frio resume-se, actualmente, aos artigos vendidos na Casa da Comissão de Melhoramentos de Monte Frio. Periodicamente vão ao Monte Frio carrinhas do talho, da padaria, da peixaria e de artigos gerais.
Escola
Actualmente a aldeia não tem escola por falta de alunos. Mas em 1964 tinha ainda 29 alunos .Religião
A aldeia tem duas capelas: a Capela da Nossa Senhora da Boa Viagem e a Capela em honra do Milagroso Bom Jesus.A festa anual do Monte Frio é em honra do Milagroso Bom Jesus (o padroeiro do Monte Frio) e da Nossa Senhora da Boa Viagem – e realiza-se no primeiro fim-de-semana de Agosto ou excepcionalmente no segundo fim-de-semana de Agosto.
Na entrada da povoação existem umas alminhas em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem.
Tradições
Na freguesia da Benfeita os habitantes de cada localidade têm diferentes alcunhas, no caso do Monte Frio são os “Valentões”.O jogo mais tradicional e mais antigo que se conhece em Monte Frio é o jogo da malha ou chinquilho (e também o jogo do fito, sendo este uma variante daquele jogo).
Existem alguns resquícios de uma linguagem primitiva utilizada frequentemente pela população. São chamados de termos vernáculos de Monte Frio.
Muitos artefactos e objectos de artesanato foram e são utilizados pela população montefriense, destacam-se a roçadoira, a sachola, o ancinho e os chapéus de palha.
No dia 1 de Maio existe, na freguesia da Benfeita, a tradição de apanharem ramos de giestas para colocarem junto das portas e das janelas, servindo para assustar as cobras e para que as pessoas que vivem na casa não passem fome durante o ano.
Gastronomia
A gastronomia montefriense foi e é muito influenciada pelos produtos agrícolas que a terra dá na região, os frutos das árvores existentes na região, os produtos dos animais e os próprios animais são para consumo doméstico.Destaca-se a chanfana de borrego ou carne fresca, o bucho, o arroz de fressura, o arroz de feijão, a broa de milho, a esmagada, os chouriços, o presunto, os tostelos, a aguardente de mel, a ginjinha, alguns licores, os coscoréis, as filhós e a tigelada.
A aguardente de mel é a bebida mais típica da região.
Bibliografia
CARVALHO, Rui Pais (1994) – Benfeita: uma terra e um povo. Arganil: Comarca de Arganil.VALE, Fernando (1995) – Arganil e o seu concelho. Porto: Editorial Moura Pinto.
VICENTE, António dos Santos (1995) – Vida e tradições nas aldeias serranas da beira. Montijo: Sograsul.
Fotos: Net
Obrigada pela sua
visita. Volte
sempre.